"Sonia Gomes - Assombrar o Mundo com Beleza", que chega às livrarias pela editora Cobogó, apresenta uma extensa seleção de obras, produzidas nos últimos 15 anos, pela artista Sonia Gomes, um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira. Organizado por Paulo Miyada, diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, e curador adjunto do Centre Pompidou, em Paris, o livro traz uma série de materiais inéditos, que aproximam o leitor do sensível processo de criação da artista mineira.
A partir da elaboração de tecidos, a “poesia plástica” de Sonia Gomes, como a própria artista denomina a sua criação, se relaciona com temas como identidade, memória e temporalidade. Para Paulo Miyada, a produção da artista "é uma recente e poderosa expressão contemporânea de uma genealogia de artistas brasileiros que constroem com a reiteração de gestos mínimos junto a materialidades de pouco valor mercantil, despendendo tempo, transformando a substância, delineando formas, extrapolando escalas e alcançando uma espécie muito peculiar de monumentalidade."
A edição é composta por imagens de obras, registros de exposições, cadernos pessoais de desenhos e poemas, uma seção relicário – com objetos e cartas da artista –, além de um ensaio fotográfico de Lita Cerqueira de Sonia Gomes trabalhando em seu ateliê. O volume abrange, assim, as obras da artista, além de aspectos pessoais do seu processo de produção.
A obra traz, ainda, ensaios de diversos autores sobre a artista e sua obra, como a escritora e poeta Leda Maria Martins, o neurocientista Sidarta Ribeiro, o curador da Tate Modern, em Londres, Michael Wellen, a curadora do The Current IV, da TBA21-Academy, Yina Jiménez Suriel, assim como um ensaio do próprio pesquisador e organizador do livro, Paulo Miyada. Compre o livro "Sonia Gomes - Assombrar o Mundo com Beleza" neste link.
Trechos
“Nessa poiesis dos retalhos, Sonia experimenta policromias bem diversificadas, elaborando uma plural variedade de jogos de luz, uma técnica africana por excelência, também presente em nossas africanias, na qual elementos materiais, às vezes pueris, reciclados e reinventados, de um intenso e vistoso cromatismo, são dispostos cenograficamente como mosaicos, gerando efeitos sensoriais, perceptivos e expressivos marcantes.” Leda Maria Martins (escritora)
“Trata-se de um fazer engendrado no tempo da duração, em que as coisas existem, acontecem e se transformam sempre pelo meio, desenvoltas da marcação rígida de começos e fins.” Paulo Miyada (diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, e Centre Pompidou, Paris)
“As formas externas de cada trabalho de Gomes nos fazem pensar em conexões internas, na rede de fios que conectam os nódulos dos nossos cérebros, ou nas ligações do nosso sistema nervoso – uma espécie de estranho espelho de nós mesmos.” Michael Wellen (curador-sênior de Arte Internacional na Tate Modern, Londres)
“O fazer de Sonia Gomes é uma prática que, a partir de objetos aparentemente singulares, foi criando uma estrutura e conformando um sistema de corpos que… vivem no compasso do sol, na medida em que existem completamente em relação à luz.” Yina Jiménez Suriel (curadora)
“Impossível definir sua arte como arcana ou futurista, tradicional ou vanguardista, dessa galáxia ou de outra pista. (...) Desígnio mais que projeto, projeção de intenção no espaço, quebra-cabeça em mutação, obra aberta sem castro. Verdade com lastro e sem guizo. Força singular, incontida, insubmissa e independente de qualquer juízo.” Sidarta Ribeiro (neurocientista)
Sobre a artista
A obra de Sonia Gomes se tece na duração do tempo. A artista elege materiais que trazem suas próprias cores, texturas, caimentos e um conjunto indefinível de memórias. Cada tecido, roupa e adereço que ela utiliza percorreu uma trajetória própria, sendo vestido, guardado e trocado antes de passar uma transformação em seu ateliê. Por meio da combinação de ações como amassar, torcer, esticar, tensionar, suspender e embrulhar, Gomes faz da costura uma espécie de desenho. Seus gestos produzem traços e, ao mesmo tempo, fixam estágios do manuseio dos tecidos, vinculando, equilibrando e associando peças em um corpo que, como em crescimento, gradualmente toma forma, estabelecendo relações com o espaço circundante. Nascida em Caetanópolis, no interior de Minas Gerais, em 1948, a relação de Sonia Gomes com a arte resultou de uma necessidade permanente, que a levava a produzir uma ampla gama de criações têxteis sem que tivesse acesso a um canal de circulação. A inserção de sua obra no campo da arte contemporânea resulta da ambição de recriar o mundo a seu redor por meio de gestos de cuidado, começando pela intimidade do corpo, da roupa e da casa.
Sobre o organizador
Paulo Miyada é curador e pesquisador de arte contemporânea. Possui mestrado em História da Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), onde também foi graduado. É diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake (São Paulo) e curador adjunto do Centre Pompidou (Paris). Foi curador adjunto da 34ª Bienal de São Paulo (2019-21) e do 34º Panorama da Arte Brasileira do MAM-SP (2015). Entre suas curadorias, destacam-se "AI-5 50 Anos - Ainda Não Terminou de Acabar" (2018), "Anna Maria Maiolino – PSSSIIIUUU..." (2022) e "Ensaios para o Museu das Origens" (2023). Garanta o seu exemplar de "Sonia Gomes - Assombrar o Mundo com Beleza" neste link.
Ficha técnica
Livro "Sonia Gomes - Assombrar o Mundo com Beleza"
Artista: Sonia Gomes
Organização: Paulo Miyada
Autores dos ensaios: Leda Maria Martins, Paulo Miyada, Michael Wellen, Sidarta Ribeiro, Yina Jiménez Suriel
Tradutores: Carolina Alfaro, Christopher Peterson, Julia Sobral Campos, Silvia Massimini Felix, Eric Moses, Lynnea Hansen
Projeto gráfico: Greco Design
Encadernação: Capa dura
Idioma: Português/Inglês
Número de páginas: 320
Formato: 22,5 x 29 cm
ISBN: 978-65-5691-151-9
Editora: Cobogó
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