Ferreira Gullar demorou a escrever sobre a perseguição política que viveu durante a ditadura civil-militar, mas em 1989 publicou "Rabo de Foguete: os Anos de Exílio", que chega agora em edição renovada pela editora José Olympio, do Grupo Editorial Record. Relato de fôlego em primeira pessoa, a obra literária é também um documento histórico, imortalizado na voz de um dos maiores nomes da literatura brasileira
A edição traz um encarte com imagens inéditas, como o passaporte que era usado por Gullar nas sucessivas imigrações a que foi forçado, posteriormente cancelado, e relatórios do Serviço Nacional de Informação sobre o paradeiro do poeta. Os capítulos curtos revelam como ele ficou escondido no Brasil, mostra o que ele viu nas ditaduras do Chile e da Argentina, traz dramas pessoais e destaca a criação do Poema sujo, sua obra-prima escrita no exílio
Em "Rabo de Foguete", o pessoal e o histórico se confundem: trata-se de um livro de memórias com ritmo de romance. Nestas páginas, Ferreira Gullar narra como os anos de chumbo da ditadura civil-militar brasileira o atingiram e levaram a viver no exílio durante a década de 1970.
Voz ativa e contrária ao regime imposto, Ferreira Gullar se viu obrigado a cair na ilegalidade no final dos anos 1960. Foi abrigado por amigos no Rio de Janeiro, depois seguiu para o desterro em países como Uruguai, Argentina, União Soviética, Chile e Peru. Sua odisseia termina com o retorno ao Brasil, em 1977, ainda como perseguido político, o que o levou até os porões do DOI-CODI. Este é um relato pessoal capaz de expressar a dor a e angústia compartilhada pelos perseguidos políticos latino-americanos durante as décadas de ditaduras no continente. Compre o livro "Rabo de Foguete: os Anos de Exílio", de Ferreira Gullar, neste link.
O que disseram sobre o livro
“'Rabo de Foguete', o livro de memórias de Ferreira Gullar sobre seus anos de exílio na década de 1970, durante a ditadura militar em nosso país, mais do que o relato de uma experiência individual é a história de um destino humano no contexto histórico global de nosso tempo.” – Davi Arrigucci Jr., Folha de S.Paulo
“O seu legado é a obra, que, às vezes, faz a gente até esquecer a biografia. Mas este não é o caso. Ele teve uma vida bonita, difícil e de grande dignidade. O sofrimento do exilado não lhe tirou a graça.” – Nélida Piñon
“O que sempre marcou a conduta de Ferreira Gullar, para além da extraordinária qualidade de sua obra, foi a coragem de assumir a defesa da liberdade em momentos críticos da vida brasileira.” – Antonio Carlos Secchin, O Globo
“A imagem mais forte de Ferreira, para mim, vem do meu período na prisão. Ele estava, junto com Gil, Antonio Callado, Paulo Francis e outros, num xadrez ao lado do meu. Sua lucidez e sua firmeza faziam dele o melhor companheiro imaginável. Todos os jovens que estavam na minha cela eram gratos a ele pela solidariedade e eficácia em ajudar.” – Caetano Veloso
Sobre o autor
Ferreira Gullar (São Luís/MA, 1930 – Rio de Janeiro/RJ, 2016) foi escritor, poeta, dramaturgo, crítico de arte e tradutor. Laureado com o Prêmio Camões em 2010, Gullar é considerado um dos maiores autores da literatura brasileira. Foi nome proeminente do movimento neoconcreto, ao lado de Lygia Clark e Hélio Oiticica, e autor de obras imensuráveis, como "Poema Sujo" e "Dentro da Noite Veloz". Personalidade atuante na oposição à ditadura civil-militar, foi perseguido e preso. Em 2014, foi eleito para a cadeira no 37 da Academia Brasileira de Letras. Garanta o seu exemplar de "Rabo de Foguete: os Anos de Exílio", escrito por Ferreira Gullar, neste link.
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