Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.
Formada em 2013 por Benke Ferraz (guitarra e voz), Dinho Almeida (guitarra e voz), Raphael Vaz (baixo, moog e voz) e Ynaiã Benthroldo (bateria e voz), a banda de rock psicodélico Boogarins vem sendo apontada como um dos expoentes do estilo, mesclando elementos de MPB em sua sonoridade.
Cinco anos depois do último disco de inéditas, a banda goiana traz ao mundo seu quinto álbum, “Bacuri”. Concebido entre 2021 e 2024, o trabalho marca um retorno às raízes criativas por ser o primeiro gravado inteiramente em casa desde o primogênito “As Plantas que Curam” (2013). Ao mesmo tempo, é o mais “hi-fi” da discografia do grupo: com texturas, camadas e ideias mais nítidas, traz uma versão lapidada da interessante linguagem que a banda construiu em dez anos de caminhada.
Com produção assinada pela banda e pela engenheira de áudio Alejandra Luciani, o disco foi gravado na casa em que ela, Raphael Vaz e Dinho Almeida moram em São Paulo. Ao optarem por gravar o disco “em casa e com calma”, apresentaram canções e ideias individuais para serem lapidadas de forma coletiva. Dessa vez, os exercícios de experimentação se afastaram dos improvisos lisérgicos para dar lugar a uma estruturação de arranjos focada na energia dos quatro tocando juntos.
O resultado são dez faixas assinadas e compostas por todos os integrantes que unem a força das apresentações ao vivo à inventividade das texturas de pós-produção predominantes nos discos anteriores. Seu primeiro álbum, “As Plantas que Curam” (2013) sintetizou a onda neo-psicodélica e de gravações lo-fi que ganhou fãs por todo o mundo. Gravado de forma totalmente caseira, em 2012, e compartilhado pela própria banda na internet,
“As Plantas que Curam” floresceu de forma espontânea, fazendo com que a música do grupo alcançasse lugares e pessoas inesperadas e o disco fosse descoberto (e lançado oficialmente) pelo selo nova-iorquino Other Music em outubro de 2013. Em 2014, com pouquíssimas apresentações em solo brasileiro, a banda já saía em uma turnê de mais de 100 shows pela Europa e Estados Unidos, tocando em festivais como SXSW, Primavera Sound e Les Ardentes. "Bacuri" é um daqueles discos que merece ser descoberto pelo grande público.
"Corpo Asa"
"Crescer"
"Chuva dos Olhos"
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