terça-feira, 12 de novembro de 2024

.: Crítica: "Madame Durocher" é prova da resistência feminina no Brasil

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em novembro de 2024


O drama franco-brasileiro "Madame Durocher", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos, durante o 15º Festival Varilux de Cinema Francês, emociona ao retratar a história da primeira e única mulher do curso de partos da recém criada Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Com uma história pessoal cheia de altos e baixos, sendo filha de uma descendência de mulheres solteiras que viviam sozinhas no mundo. Sem a mãe ao lado, Durocher parece ter encontrado o parceiro perfeito.

Contudo, num passeio em família, já mãe de um bebê, um engano muda seu destino completamente. Tendo que buscar meios de sobreviver, ainda jovem, ingressa num curso de medicina frequentado somente por homens. Apesar da relutância de seus colegas de classe e até mesmo de alguns professores, Durocher torna-se a parteira mais conhecida no Rio, atendendo indigentes, prostitutas e, até mesmo, membros da família real portuguesa.

O longa dirigido por Andradina Azevedo Dida Andrade é o retrato da mulher que sofreu para quebrar amarras numa sociedade escancaradamente machista. Realista e poético, "Madame Durocher", que tem no elenco, Jeanne Boudier e Sandra Corveloni, dando shows de interpretação, ao viverem a protagonista em fases distintas, acontece de modo envolvente, sem esconder a dureza que as mulheres eram tratadas na sociedade. É inegável que Corveloni se transforma na telona, o que convence definitivamente a embarcar na trama histórica.

Embora o protagonismo seja da dupla de atrizes que entregam belamente a história de Durocher, há destaque para a mãe da jovem, Anne, interpretada pela canadense Marie-Josée Croze, assim como a escrava que acompanhou Durocher por longos anos, na pele da Clara de Isabel Fillardis. É ela que emociona com cenas diversas por meio de sua candura, mesmo diante de relatos brutais.

Há também destaque nos papeis masculinos de Armando Babaioff, como Pedro, um apaixonado admirador de Durocher, o professor de André Ramiro, doutor Joaquim, que acreditou defendendo e dando oportunidades para a protagonista, assim como Mateus Solano como o mestre Hermínio que tenta tirar a aluna das aulas, além do também aluno intragável Guilherme interpretado por Adriano Toloza. O longa "Madame Durocher" é indispensável!

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


"Madame Durocher" (Madame Durocher). Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: 16 anos. Duração: 2h00. Ano: 2023. Distribuidora: Elo Studios. Direção: Andradina Azevedo Dida AndradeRoteiro: Rita Buzzar e João Segall. Elenco: Marie Josée Croze, Sandra Coverlone, Jeanne Boudier, Isabel Fillardis, Armando Babaioff, André Ramiro, Mateus SolanoSinopse: Em 1816 Madame Durocher chegou jovem ao Brasil com sua mãe, uma modista francesa. A loja de sua mãe acabou não indo bem e após sua morte, Durocher decide aprender a função de parteira. Foi a primeira e única mulher do curso de partos da recém criada Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Durocher tornou-se a parteira mais conhecida no Rio, atendendo indigentes, prostitutas e a família real portuguesa. Confira os horários: neste link

Trailer "Madame Durocher"



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