Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com
Em novembro de 2024
Os anos de chumbo marcaram uma parte da história do Brasil com tantas mortes nunca, de fato, explicadas. O filme nacional "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles emociona em 2 horas e 17 minutos de filme, muito bem produzido, ao retratar uma família despedaçada pela ditadura militar, após um marido ser levado de casa numa invasão de policiais à paisana.
Numa trama já conhecida, uma vez que a produção é baseada no livro de mesmo nome de um dos filhos da vítima Rubens Paiva, Marcelo Rubens Paiva, ainda consegue impressionar. Afinal, mesmo diante de tamanha tragédia repleta de dúvidas sobre o paradeiro do marido e o futuro da família, a mãe, a senhora Eunice (Fernanda Torres) mantém tamanha doçura para cada um dos filhos.
Sem informações a respeito do marido, vigiados dentro e depois fora de casa, mãe e uma das filhas são levadas para interrogatório. E a sequência com carros dos anos 70 impressiona, não somente pela ambientação tão verossímil, mas também por mostrar o modo de agir com os investigados. Até mesmo em completo desespero, Eunice entrega seu lado sereno -o que também é reconfortado com algumas palavras de um dos soldados.
Brutal e emocionante, "Ainda Estou Aqui" é um filme nacional que resgata esse recorte da história que, apostando na ignorância da população, seguem tentando excluir dos livros, além de negá-lo, tal qual fosse invenção em que tantas famílias foram desmanteladas diante da pura autoridade de minorias que tinham armas em punho.
Que "Ainda Estou Aqui" tem os requisitos para representar o Brasil entre os indicados ao Oscar, não há dúvida. Cada ator em cena, dos mais jovens aos veteranos, conseguem imprimir facetas que logo estabelecem conexões com o público, o que rapidamente prende a atenção e faz acompanhar avidamente tamanho drama. Seja com gosto de indignação, revolta ou incredulidade de tamanhos abusos cometidos por baixo dos panos. Até o cachorrinho Pimpão tem seu talento em destaque.
"Ainda Estou Aqui" é um filmaço brasileiro, daquele que nos faz ter muito orgulho do cinema nacional. Tudo na telona é exposto na medida, sem exageros, o que fatalmente mexe com quem embarca na história que mudou completamente a vida daquela família. E, depois se esbaldar no show de atuação de Fernanda Torres, próximo ao fim, entra em cena a impecável Fernanda Montenegro. É pura emoção com tão poucos gestos. "Ainda Estou Aqui" é absolutamente imperdível!
O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.
"Ainda Estou Aqui" ("Ainda Estou Aqui"). Ingressos on-line neste link. Gênero: drama/thriller. Classificação: 14 anos. Duração: 2h17. Ano: 2024. Distribuidora: Sony Pictures Motion Picture Group. Direção: Walter Salles. Roteiro: Murilo Hauser, Heitor Lorega. Elenco: Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Selton Mello. Sinopse: No início da década de 1970, o Brasil enfrenta o endurecimento da ditadura militar. No Rio de Janeiro, a família Paiva - Rubens, Eunice e seus cinco filhos - vive à beira da praia em uma casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Confira os horários: neste link
Trailer "Ainda Estou Aqui"
Leia+
0 comments:
Postar um comentário
Deixe-nos uma mensagem.