Grande sucesso adaptado do romance 'Tieta do Agreste', de Jorge Amado, está de volta em dezembro. Betty Faria comenta o retorno da obra. Na imagem, Betty Faria como "Tieta". Foto: Globo/Divulgação
Uma das novelas mais assistidas da história da televisão brasileira, "Tieta" está de volta ao "Vale a Pena Ver de Novo" a partir de 2 de dezembro. Livremente inspirada no romance "Tieta do Agreste", de Jorge Amado, a obra de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares cativou o público com seu humor irreverente, personagens e atuações inesquecíveis. Em 2024, a novela completou 35 anos desde a primeira exibição, entre 1989 e 1990, e segue viva na memória afetiva dos noveleiros. Tanto que nas redes sociais muitos desejaram que a trama fosse a substituta de "Alma Gêmea" no horário. Dez pessoas que acertaram a obra como a próxima a ser exibida foram presenteadas com um aparelho de televisão pela TV Globo, em uma iniciativa que remete à cena icônica da volta de Tieta do Agreste a sua terra natal distribuindo televisores para a população.
Ambientada na fictícia Santana do Agreste, no Nordeste brasileiro, a trama começa quando Tieta, interpretada na primeira fase por Claudia Ohana, é escorraçada da cidade pelo pai, Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos), indignado com o comportamento liberal da jovem e influenciado pelas intrigas de sua outra filha, Perpétua, vivida por Adriana Canabrava. Humilhada, ela segue para São Paulo e 25 anos depois, Tieta, agora interpretada por Betty Faria, reaparece em Santana do Agreste rica, exuberante e decidida a se vingar das pessoas que a maltrataram. No dia de sua chegada, ela diz que veio para ficar e acaba mudando a rotina de todos os moradores da pequena cidade.
Para incomodar a família, ela se envolve com o sobrinho, o jovem seminarista Ricardo (Cássio Gabus Mendes), filho de sua traiçoeira irmã Perpétua, agora vivida por Joana Fomm, cuja brilhante atuação fez da beata, que vivia em um eterno luto, uma das grandes vilãs da teledramaturgia. Os habitantes ainda se veem às voltas com a instalação de uma fábrica de dióxido de titânio na cidade, que, se por um lado trará desenvolvimento, por outro causará um forte impacto ambiental na região. Santana do Agreste, próxima de Aracaju e Salvador, estava parada no tempo até que Ascânio Trindade (Reginaldo Faria), que foi embora de lá quando jovem, volta com o objetivo de trazer o progresso e a civilização ao local. Ele se torna secretário da Prefeitura e, junto com Tieta, promove a modernização da cidade.
Comemorando a volta da obra que foi um grande marco em sua carreira, Betty Faria ressalta a personalidade visionária de Tieta como a característica que mais admirava. "Tenho orgulho do que ela representava. Tieta era muito moderna, hoje ainda é revolucionária. Era uma pessoa do bem, cheia de amor, que chega na cidade para ajudar a melhorar a situação, sempre trazendo ideias novas e derrubando preconceitos", define a atriz, que se emocionou quando soube que a novela seria reexibida no ''Vale a Pena Ver de Novo'. "Fiquei feliz demais porque é um trabalho que entrou no coração do público e ficou. Foi um grande sucesso da minha maturidade como atriz, que me trouxe muita felicidade, e uma novela exibida em muitos países, sempre muito bem-recebida", relembra.
Betty encabeçava um elenco de peso, com interpretações memoráveis de personagens carismáticos e cheios de humor. Quem não se recorda de Tonha (Yoná Magalhães), Carmosina (Arlete Salles), Imaculada (Luciana Braga), Timóteo (Paulo Betti), Osnar (José Mayer), Coronel Artur da Tapitanga (Ary Fontoura), Modesto Pires (Armando Bógus), Dona Milu (Mirian Pires), Amorzinho (Lilia Cabral), Cinira (Rosane Gofman) e Bafo de Bode (Bemvindo Sequeira), entre outros? Foram muitos os bordões lançados em "Tieta". A começar pela protagonista e seu "Eta, lelê!". Dona Milú pontuava as frases com "Mistééério!". Tonha (Yoná Magalhães) se despedia com um divertido "Te-chau!". A expressão "Nos trinques!", usada por Timóteo (Paulo Betti) para demonstrar que algo estava do seu agrado, ganhou o Brasil. E Amorzinho (Lilia Cabral) gritava: "Ciniiiiiiira!" sempre que queria repreender a amiga interpretada por Rosane Gofman.
Além da trama, elenco, personagens, expressões e sotaques, a obra também tinha como pontos fortes, a caracterização, o figurino - mais de mil figurinos foram produzidos especialmente para a novela -, cenários - a fictícia Santana do Agreste, construída numa área de 10.000m2 em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, era composta por 46 prédios, duas igrejas, oito ruas, duas praças, um circo abandonado e quinze ruínas - e a trilha sonora.
"Tieta", interpretada por Luiz Caldas, foi o tema de abertura da novela. A trilha contava com sucessos de Fagner, Djavan, Roberta Miranda, entre outros artistas. A abertura, que misturava elementos da natureza com a beleza feminina, representada pela modelo Isadora Ribeiro, e encerrava com o nome da novela aparecendo escrito na areia da praia de Mangue Seco, também ficou marcada na memória de quem assistiu à novela.
Sucesso internacional, 'Tieta' foi transmitida no México, Chile, Guatemala, Peru, Portugal, República Dominicana e no Uruguai, entre outros países. Em 1996, Cacá Diegues produziu "Tieta" para o cinema, com Sônia Braga no papel principal, e Marília Pêra como Perpétua. Com estreia em 2 de dezembro, após o "Sessão da Tarde", "Tieta" é uma obra de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn livremente inspirada no romance 'Tieta do Agreste', de Jorge Amado. A novela tem direção geral de Paulo Ubiratan e direção de Reynaldo Boury e Luiz Fernando Carvalho.
0 comments:
Postar um comentário
Deixe-nos uma mensagem.