Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.
Claudia Schroeder está com novo livro, “Gatos Falando Alemão”, o quarto de sua carreira. A autora gaúcha reuniu 51 poemas que falam do cotidiano, mas o erotismo continua presente, sempre de forma direta, sem rodeios, mostrando os tantos lados das questões humanas. Estão lá temas como a maternidade, a angústia, a felicidade. Os poemas são numerados e o título do livro vem de um dos textos, que conta a história de uma mãe manipulada pela filha. Com uma produção editorial constante e incentivada pelo amigo escritor Pedro Gonzaga - que assina a apresentação -, ela reuniu alguns textos e enviou para o edital da Isto Edições, que já conhecia o seu trabalho e decidiu lançar a obra tendo Claudia como autora convidada. Além de Pedro, o livro conta também com um texto da escritora Martha Medeiros na quarta capa.
Claudia Schroeder nasceu em 1973, em Santo Ângelo, Rio Grande do Sul. Estrategista criativa, cria conversas e palestras sobre temas femininos abordados em sua literatura. Foi premiada com o 2º lugar no Concurso Nacional de Poesia Helena Kolody com o poema “Jantar”, que acabou sendo publicado na coletânea portuguesa “A Poesia é para Comer” (editora Babel), ao lado de nomes como Hilda Hilst e Chico Buarque de Holanda. Além desse trabalho atual, ela teve outros três livros publicados: “Leia-me toda” (Dublinense, 2010) - que conquistou o terceiro lugar no Prêmio Biblioteca Nacional e, por ter a capa em braille, chegou a ser finalista do Prêmio Açorianos de Literatura -, “As partes nuas” (Francisco Alves, 2021) - finalista do Prêmio Ages e Academia Rio-Grandenses de Letras -; e “As línguas são para outras coisas” (Taverna, 2022).
Em entrevista para o Resenhando, ela conta sobre suas influências no início da carreira e comenta sobre o momento atual do mercado literário. “A rede social ampliou o acesso do público para obras de poesia”.
Resenhando.com – Como foi seu início na Literatura e quais foram suas principais influências?
Claudia Schroeder – Eu comecei muito cedo. Escrevi minha primeira poesia quando tinha nove anos. Nessa época acompanhava meu pai, que recebia os amigos para tocar música em casa. Tive acesso às obras de Cartola, Tom Jobim e outros nomes conhecidos da MPB, além das canções que meu pai e seus amigos compunham e cantavam. Desde então, no início, já adolescente, tive contato com a obra de Mário Quintana e me apaixonei pelo estilo dele. As escritoras Fernanda Young e Adélia Prado foram outras referências importantes para mim. Hoje em dia passei a ter contato com a obra de vários autores internacionais contemporâneos que admiro muito.
Resenhando.com – Nesse seu quarto livro, o erotismo é notado na sua obra. Como foi que você passou a incorporar esse tema nas poesias?
Claudia Schroeder – Na verdade vem desde o início, quando eu decidi ser escritora. Porque achava que o tema (erotismo) ainda era visto como um tabu pela sociedade. Hoje em dia ele já é visto de uma forma diferente. Acho que o fato de minha obra ser objetiva e direta ajudou o público a compreender melhor o tema, sem criar falsas expectativas.
Resenhando.com – Como você avalia o mercado literário na atualidade?
Claudia Schroeder – No campo da poesia ainda há muito o que avançar. Penso que a rede social, de uma certa forma, foi positiva para a poesia. Temos vários autores divulgando seus trabalhos por intermédio da rede social. Facilitou o acesso do público, porque na poesia o texto é mais curto do que o de uma obra de prosa, por exemplo. Mas acho que as redes de ensino poderiam incorporar o tema poesia de uma forma mais efetiva, porque há uma ampla gama de possibilidades que pode ser explorada pelos educadores. Enfim, acho que podemos avançar ainda mais.
O livro, “Gatos falando alemão”, de Claudia Schroeder está disponível aqui: https://amzn.to/4fnvAC1
As línguas são para outras coisas
Poema do livro "As línguas são para outras coisas" por Ana Beatriz Nogueira
0 comments:
Postar um comentário
Deixe-nos uma mensagem.