quarta-feira, 25 de setembro de 2024

.: Astúcia: SBT traz de volta os seriados mexicanos "Chaves" e "Chapolin"


Fotos: Divulgação Televisa/SBT


O SBT chegou a um acordo com a Televisa, na tarde desta terça-feira, 24 de setembro, para adquirir os direitos de exibição no Brasil das tão amadas séries mexicanas "Chaves""Chapolin", por completo, na TV aberta. Além disso, de acordo com a negociação, alguns episódios de "Chaves" e "Chapolin" também serão exibidos na plataforma de streaming gratuita +SBT. Em breve, informaremos mais detalhes do retorno tão pedido pelos espectadores nos últimos anos.

"El Chavo del Ocho" ("Chaves" no Brasil), ou simplesmente "El Chavo", é um seriado de televisão mexicano criado, roteirizado, dirigido e estrelado por Roberto Gómez Bolaños (conhecido como Chespirito), produzido pela Televisa e exibido pelo então Canal 2. Exibido primeiramente no Canal 8, o roteiro veio de um esquete escrito por Bolaños, em que uma criança de oito anos discutia com um vendedor de balões em um parque (interpretado por Ramón Valdés). Bolaños deu importância ao desenvolvimento dos personagens, aos quais foram distribuídas personalidades distintas. Desde o início, seu criador percebeu que o seriado seria destinado ao público de todas as idades, mesmo se tratando de adultos interpretando crianças. O elenco principal é composto por Roberto Gómez Bolaños, Carlos Villagrán, Ramón Valdés, Florinda Meza, María Antonieta de las Nieves, Édgar Vivar, Rubén Aguirre, Angelines Fernández, Horacio Gómez e Raúl Padilla.


"Chaves" começou com recepção negativa nas suas primeiras exibições
O sucesso foi tanto que, em 1973, foi distribuído em vários países da América Latina, obtendo altos índices de audiência. Estima-se que no mesmo ano, foi visto por mais de 8,3 milhões de telespectadores a cada dia. Devido à popularidade, o elenco realizou turnês internacionais que compreenderam vários países nos quais era transmitido à época, numa série de apresentações onde dançavam e atuavam no palco ao vivo. No final de 1978, Villagrán deixou o programa, devido a conflitos sobre a autoria de seu personagem Kiko e, meses depois, Valdés fez o mesmo, por razões pessoais. 

Valdés, no entanto, retornou ao programa pouco tempo depois. A última transmissão do seriado foi em 7 de janeiro de 1980, entretanto continuou como um quadro do programa "Chespirito" até 12 de junho de 1992. A frequente ocorrência de expressões idiomáticas mexicanas tornou "El Chavo del Ocho" muito difícil de traduzir para outras línguas, exceto para o português, que é muito similar ao espanhol. Bolaños considerou que o impacto da série em outros países era devido ao sucesso de "El Chapulín Colorado".

No que diz respeito ao enredo, o seriado obteve uma recepção essencialmente negativa nas suas primeiras exibições, já que o conteúdo era classificado como "grotesco", "idiota", "fútil", "alienante" e "não recomendável". Um dos temas que mais críticas negativas levantou, foi a violência explícita através de golpes e insultos entre alguns dos personagens. Contudo, outros meios garantiram um aspecto positivo de "El Chavo del Ocho" que era a utilização de "situações universais" com as quais o público pode se identificar facilmente, independentemente da idade e nacionalidade.

Apesar de sua conclusão no início da década de 1990, a série foi transmitida continuamente em vários países até 2020, ano em que foi encerrado o acordo entre o Grupo Chespirito e a Televisa. Em 2011, tinha-se conhecimento de 20 países que ainda o transmitiam como parte de sua programação regular. Em 2006, foi estreada a sua versão em desenho animado, um programa baseado nesta série, cujo criador e produção são os mesmos. Nesta versão, Chiquinha não faz nenhuma aparição já que sua intérprete María Antonieta de las Nieves enfrentou Bolaños por direitos autorais. 

Entre alguns produtos derivados do programa, incluem o livro "El Diario del Chavo del Ocho", o musical "El Chavo Animado - Show en Vivo" (estreado em 2010), um videogame para Wii lançado em 2012, assim como aplicativos para Facebook e dispositivos móveis da Apple. A cultura popular de "El Chavo del Ocho" continua com o status de ser um dos melhores programas de entretenimento, um dos mais reconhecidos e continua sendo uma das séries com mais sucesso na televisão latino-americana.



"Chapolin" é o primeiro seriado exportado pela televisão mexicana
"El Chapulín Colorado" (no Brasil, "Chapolin") é um seriado de televisão de comédia mexicano criado, escrito, dirigido e protagonizado por Roberto Gómez Bolaños. Produzido pela Televisa e exibido por suas emissoras de 28 de fevereiro de 1973 a 26 de setembro de 1979, com sete temporadas e 291 episódios, o seriado apresenta Chapolin Colorado, uma sátira de super-herói que aparece quando é chamado por quem precisa de ajuda mas que, por ser atrapalhado, acaba provocando confusões.

Bolaños interpretou Chapolin pela primeira vez em 1970 no programa de esquetes "Chespirito", seu nome artístico, que ele escrevia para a Televisión Independiente de México (TIM). Gradualmente, com o sucesso, o personagem obteve mais espaço na atração, até que, em 1973, após a fusão da TIM com o Telesistema Mexicano, criando a Televisa, ganhou um seriado próprio com 20 minutos de duração, assim como "Chaves", outro personagem de Chespirito oriundo do antigo programa. O elenco principal contava com Ramón Valdés, María Antonieta de las Nieves (que já atuavam desde o começo do programa "Chespirito"), Carlos Villagrán, Florinda Meza, Rubén Aguirre, Edgar Vivar, Horacio Gómez Bolaños, Angelines Fernández e Raúl "Chato" Padilla. Os atores interpretavam diferentes personagens a cada episódio, sendo que alguns antagonistas de Chapolin também apareciam recorrentemente.

"Chapolin" é um dos maiores êxitos da Televisa ao lado de "Chaves", exibido em praticamente todo o mesmo período, continuando a ter esquetes produzidos em uma nova versão do programa "Chespirito" nas décadas de 1980 e 1990. O sucesso tornou o seriado o primeiro exportado pela televisão mexicana, principalmente para quase todos os países da América Latina, impactando a cultura popular do continente por seu humor pastelão e pela figura de um super-herói local, ainda que sem grandes poderes, em contraponto aos dos Estados Unidos. Comercialmente, o personagem também foi representado em histórias em quadrinhos, turnês e jogos eletrônicos, além de ter ganho uma série animada em 2015.

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