quarta-feira, 14 de agosto de 2024

.: Cléo Busatto estreia na literatura adulta com livro de contos


Em estreia na ficção adulta, Cléo Busatto reúne cinco contos que constituem histórias de diferentes protagonistas em busca pela liberdade de amarras sociais. Foto: Kraw Penas


Duas vezes finalista do Prêmio Jabuti e com mais de 41 obras publicadas nos 20 anos de carreira dedicados ao público infantil e infantojuvenil, a escritora e mestre em Teoria Literária (UFSC), Cléo Busatto estreia na literatura adulta com "Fragilidades", um livro de contos sobre mulheres marcadas pela dor e coragem da existência feminina.

Nesta ficção, a autora reúne cinco contos que constituem histórias de diferentes protagonistas em busca pela liberdade de amarras sociais. Com uma linguagem límpida e diálogos rápidos, a escritora conduz a uma jornada profunda de reflexão sobre o panorama das vivências femininas na sociedade contemporânea, ao mesmo tempo que denuncia as violências de gênero, negligências, desigualdades e desamparo. Compre o livro de contos "Fragilidades" neste link.

Depois de 20 anos, a estreia na literatura adulta
Os contos de Cléo Busatto narram histórias de mulheres marcadas pela dor, coragem e com um ponto de virada em comum Se as mulheres ainda são percebidas como seres frágeis, elas encontraram na vulnerabilidade a força necessária para continuarem a existir. Apesar de enfrentarem violências de gênero, negligências, desigualdades e desamparo, seguem em frente à procura de liberdade. Esse é o panorama das vivências femininas na sociedade contemporânea - e de outros tempos – que ressoa em "Fragilidades", livro de estreia da escritora na literatura adulta após mais de duas décadas de dedicação ao público infantojuvenil e à formação de leitores.

Os cinco contos que constituem a obra recorrem a uma linguagem límpida, com diálogos rápidos, palavras não ditas e sentimentos sufocados, para narrar as histórias de diferentes mulheres em busca de se livrar de aprisionamentos sociais e emocionais. Cada texto apresenta personagens em situação de confronto que precisam rever diversos aspectos da vida, como relações maternais, abusos domésticos, amores líquidos pautados pelas redes sociais e traições no matrimônio.

As narrativas estão conectadas por experiências quase universais que atravessam diferentes épocas, idades e contextos socioeconômicos. Abertura do livro, “Colar” aborda a trajetória de uma jovem com poder de cura que esconde sua capacidade sobrenatural para não ser desaprovada pelo pai e pela sociedade; já “Sombras” acompanha uma viúva que, obrigada a ficar em casa durante todo o casamento, desenvolve agorafobia após a morte do marido.

No conto “Fragilidade”, os leitores conhecem os problemas de uma mãe com Alzheimer e sua filha – juntas, elas lidam com a recordação contínua de dores do passado. “Dança”, por outro lado, imerge nas memórias de uma personagem que revisita relacionamentos e percebe como perpetua a “maldição da família”, na qual as mulheres se casam com homens mentirosos e violentos. Encerramento da obra, “Pandemônio” se debruça sobre os conflitos de uma mãe de dois filhos que concede um espaço na casa para o ex abusivo morar durante a pandemia e se torna uma vítima de feminicídio.

Ao final de cada texto, as protagonistas têm suas dores expurgadas na própria história. Mas as soluções nem sempre são positivas: muitas vezes, a liberdade somente é alcançada com situações trágicas. Cléo Busatto explica: “Os textos giram em torno do mesmo ponto central relacionado à dor que as mulheres carregam e a como elas conseguem transformar as vidas através da coragem e da resiliência. Escrevi esse livro porque minha mulher pediu vez para falar, em todos os contos têm uma parte de mim”.

Trecho do livro
"Durante quinze anos, Inês viveu sob a sombra de Akira. No início da vida conjugal, ela nem mesmo abria a boca, fosse para dar opinião ou para questionar as ordens do marido. As freiras a instruíram a não discordar, a não pedir. E Akira não abria espaço para conversa fiada, como costumava dizer. Saía de casa às oito da manhã e voltava às sete da noite. Dormia às dez, e nesse tempo ocupava-se com o banho, o jantar e o noticiário. Inês acostumou-se a ficar calada, a ouvir, a concordar e a fazer sempre as mesmas coisas, rotineiramente as mesmas coisas. ("Fragilidades", pág. 55)


Sobre a autora
Autora de 42 obras de ficção, não ficção e infantojuvenis, com mais de 500 mil exemplares vendidos em 20 anos de carreira, Cléo Busatto é uma artista da palavra. Foi duas vezes finalista do Prêmio Jabuti, em 2016 com "A Fofa do Terceiro Andar” e em 2023 com “Um Lago, Um Menino e a Lua”. Mestre em Teoria Literária (UFSC), promove oficinas e palestras sobre narração oral, leitura e literatura e já formou em torno de 80 mil pessoas. "Fragilidades" é seu primeiro livro de contos de ficção adulta. Garanta o seu exemplar de "Fragilidades" neste link.


Ficha técnica
"Fragilidades" - Contos
Autora: Cléo Busatto
Editora: CLB Produções
ISBN: 978-65-87181-32-5
144 páginas
Compre o livro neste link.

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