terça-feira, 6 de agosto de 2024

.: CCBB SP recebe o espetáculo inédito “Sangue”, dirigido por Kiko Marques


Carol Gonzalez, Rogério Brito, Marat Descartes e Leopoldo Pacheco em "Sangue", espetáculo que propõe uma discussão sobre o poder e a dominação. Foto: Heloísa Bortz

“Sangue” é um projeto inédito, escrito por Kiko Marques especialmente para os atores Carol Gonzalez, Leopoldo Pacheco, Marat Descartes e Rogério Brito. A estreia acontece no dia 8 de agosto, no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo, com sessões de quinta a domingo e fica em cartaz até 15 de setembro. Kiko Marques também assina a direção. A obra propõe uma discussão sobre o poder e a dominação. No momento em que a trama começa, a atriz Carin, que produz seus próprios espetáculos, ensaia a peça  “Sangue", onde contracena com o ator Cesar Santo. O texto é de Aponti, genial autor francês falecido no fim dos anos 90.

Com duas semanas de ensaio e com Carin e Cesar chegando a um resultado extraordinário na composição de seus personagens, eles recebem um e-mail revogando a autorização para realização do projeto. Em paralelo, no interior da França, a história revela Leon, ex-namorado de Carin e diretor francês apaixonado pelo Brasil, que originalmente dirigiria “Sangue”. É ele que tenta convencer seu amigo Victor, irmão de Aponti e herdeiro de seus direitos autorais, a bloquear os direitos da montagem brasileira, alegando que Carin plagiou seu projeto.

Os apelos de Carin para reverter a decisão não recebem sequer resposta, até que Leon sugere a Victor, que acredita possuir a mesma genialidade do irmão e ambiciona se tornar diretor de teatro, que ele assuma a direção da montagem brasileira, como um balão de ensaios que, se der certo, poderá ter a montagem reproduzida na França.  Leon irá com ele, trabalhando como cenógrafo e intérprete. Victor então condiciona a liberação do texto à participação dos dois no projeto.

Como uma miniatura do mundo, os conflitos da peça espelham os conflitos que a própria sociedade atravessa. Mais de um século depois da Semana de Arte Moderna, em que a cultura brasileira rompeu os grilhões que a mantinham como subalterna à Europa, ainda se faz fundamental discutir o panorama cultural que hoje encontramos no país. Em “Sangue”, os franceses armam um ardil para se apoderar do projeto dos artistas brasileiros, fazendo-os perder o domínio daquilo que eles próprios idealizaram. O texto também discute a violência de gênero, que aparece desde o início do relacionamento amoroso entre o diretor francês e a atriz brasileira.

"'Sangue' é um poema cênico sobre a fraternidade, em seus mais inesperados modos, sobre a criação artística como pulsão fundamental da vida, e também sobre a violência humana, em seus insuspeitados disfarces", afirma Segundo Kiko Marques, autor e diretor. “Sangue” constrói uma fábula que evidencia como trabalhadores da cultura podem ser também vítimas de seus próprios pares, quando estes não se reconhecem como iguais e se arrogam o papel de algozes. A equipe criativa conta com André Cortez na criação do cenário, Marichilene Artisevskis nos figurinos, Gabriele Souza no desenho de luz e Marcelo Pellegrini na música original. Kiko Rieser assina a direção de produção.

Ao realizar esse espetáculo, o Centro Cultural Banco do Brasil traz para o debate público temas relevantes como o poder, a dominação, o colonialismo e a violência de gênero, incentivando o público a refletir questões culturais e sociais contemporâneas, além de promover a arte e os artistas brasileiros, contribuindo para o fortalecimento do teatro nacional e ampliando a conexão dos brasileiros com a cultura.


Sinopse de "Sangue"
Carin e Cesar Santo estão ensaiando "Sangue", peça de Aponti, genial autor francês já falecido, quando Victor, irmão de Aponti, revoga a permissão para realizar o projeto, sem qualquer explicação e em caráter irrevogável. Em paralelo, no interior da França, vemos Leon, diretor francês apaixonado pelo Brasil e ex-namorado de Carin, convencendo seu amigo Victor a bloquear os direitos da montagem brasileira. Ele alega que Carin plagiou seu projeto e sugere que o amigo assuma a direção dessa montagem. Leon viajaria com ele, trabalhando como cenógrafo e intérprete idiomático. Victor então condiciona a liberação do texto à participação dos dois no projeto.


Serviço
Espetáculo "Sangue"
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Temporada: de 8 de agosto a 15 de setembro
Quintas e sextas, 19h00 | Sábados e domingos, 17h00
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) | R$ 15,00 (meia-entrada)
Duração: 100 minutos
Classificação: 14 anos
Capacidade: 120 pessoas
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico / São Paulo
Entrada acessível: pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.
Funcionamento CCBB SP: Aberto todos os dias, das 9h00 às 20h00, exceto às terças
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: o CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h00 às 21h00.
Transporte público: O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h00 às 21h00.

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