quinta-feira, 1 de agosto de 2024

.: "Bambino a Roma" tem nas memórias de Chico Buarque matéria para a ficção


Leque de impressões de uma infância vivida e imaginada, "Bambino a Roma: ficção" (compre o livro neste link), lançado pela Companhia das Letras, tem nas memórias de Chico Buarque a matéria-prima para a ficção. O local: Via San Marino, 12. No primeiro andar do prédio baixo e amarelo, o menino traça rotas no mapa-múndi que cobre a parede do quarto. 

A náusea sentida durante a navegação do Brasil à Itália ficara para trás e as viagens cartográficas vão sendo deslocadas, em escala menor, para os percursos pelas ruas de uma cidade a ser descoberta. Reminiscências diversas compõem esse trajeto: as primeiras manifestações do desejo; as partidas no gol a gol com Amadeo, o filho do quitandeiro; a escola e suas fugas; cartas, bilhetes e romance, toda uma escrita endereçada a Sandy L., sua paixão juvenil; a dor da apendicite.

Em sua bicicleta niquelada com pneus brancos, Chico Buarque faz o zigue-zague por Roma, solta às vezes a mão do guidom e ensaia um equilíbrio fino entre lembrança e imaginação. Nesse passeio delicado, vislumbres da relação com o pai, a mãe e os irmãos somam-se às experiências formativas projetadas por um narrador às voltas com o passado.

O que disseram sobre o livro
“Uma nova incursão ficcional de Chico Buarque por sua história familiar, desta vez na Roma de 1953-4. Nesta cartografia da memória, alegrias e paúras da infância se misturam reavivando um cotidiano quase mágico: as ventas de Pio XII e uma valsa com Alida Valli, andanças de bicicleta e brincadeiras no parque, O cangaceiro no cine Rex e o suicídio de Vargas. Vibrante água-forte de lugares e sonhos, traçada pelo ‘escritor atormentado’ numa língua de várias fontes: ‘ Tu pensi que cachaça è acqua? Cachaça non è acqua, no’ ”. ― Maurício Santana Dias

“‘Como foi que a infância passou e nós não vimos’, observou o poeta Carlos Drummond de Andrade. Na idade madura, Chico Buarque mira os tempos idos para narrar e curtir a infância em Roma, como se assistisse a um filme em que todos os personagens aparentam estar de passagem por lá. ‘No estrangeiro’, ressalta ele, ‘é tudo estranho.’ No passado, o bambino brasiliano largara mão da ideia de um diário, sugerido pela mãe. Optava pelo esquecimento, que abriria espaço para a imaginação ficcional cobrir as lacunas da memória.” ― Silviano Santiago


"Bambino a Roma: ficção"
Capa dura
por Chico Buarque (autor)
Raul Loureiro (arte de capa)
Compre o livro neste link.

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