Na peça, um ator, Ariel Borghi, interpreta dois poetas: Guillaume Apollinaire e André Breton. Através de sua vida e de seus poemas, os dois poetas surrealistas manifestam sua posição diante da guerra. Foto: Luciano Alves
Dia 5 de julho, sexta-feira, entra em cartaz o espetáculo "Arcano 17 - Os Surrealistas e a Guerra" no Teatro Sérgio Cardoso. A peça é um monólogo, com Ariel Borghi que interpreta os poetas Guillaume Apollinaire e André Breton. O texto e a encenação são assinados por Esther Góes e pelo próprio Ariel Borghi. Em junho, as apresentações são gratuitas e acontecem nos CEUs da Zona Leste e em julho, no Teatro Sérgio Cardoso, com ingressos a R$ 40 e meia-entrada. A peça foi contemplada pela 41ª Edição do Programa de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo e tem a realização da Cia. Ensaio Geral e da Rede de Teatros e Produtores Independentes.
Na peça, um ator, Ariel Borghi, interpreta dois poetas: Guillaume Apollinaire e André Breton. Através de sua vida e de seus poemas, os dois poetas surrealistas manifestam sua posição diante da guerra. "A Carta do Tarô Arcano 17", trazida à cena por Breton, simboliza e propõe a renovação da vida humana. No confinamento a que nos reduziu a pandemia, a poesia retornou ao nosso ambiente de vida e de trabalho.
Ariel, que sempre trouxe consigo os poetas, sobretudo os surrealistas, tais como Rimbaud, Mallarmé, Lautréamont, Apollinaire e Breton, voltou a citá-los no contexto do vazio e da incerteza que a pandemia trouxe ao mundo. E começamos, por iniciativa dele, a leitura dos poemas Caligramas de Apollinaire, e do Arcano 17 de Breton. À pandemia seguiu-se não a esperada pacificação e solidariedade que esperávamos, mas a onda de beligerância que transformou em ambiente de conflito e guerras surpreendentes as relações das nações e dos seres humanos.
A gratuidade de tais acontecimentos, levando à guerra questões passíveis de soluções melhores, assemelhava-se ao momento vivido pelos poetas criadores do Surrealismo, na I Guerra Apollinaire, e Breton na I e II Guerras. Caligramas são na verdade diários da I Guerra, escritos por um Guillaume Apollinaire combatente, na linha de frente, e o Arcano 17 é o poema em prosa em que André Breton, auto exilado no Canadá, em 1944, refuga todas as razões que motivaram a carnificina das duas guerras mundiais.
Claramente o Surrealismo tenta resgatar o ser humano da obrigação da morte sem razão, a serviço de interesses ou para se defender deles. A carta do Renascimento Arcano 17 é uma carta de recomeço, de aprofundar-se na possibilidade que existe dentro de nós de outra construção mais bela e inteligente para a vida.
Assim nasceu o espetáculo "Arcano 17 - Os Surrealistas e a Guerra"
Em cena os dois poetas, vividos por um ator. Ambos se conheceram em vida, Breton sendo admirador e seguidor de Apollinaire nos primeiros passos da grande liberdade intelectual deste. Guillaume Apollinaire (1880-1918) lutou na I Guerra, como dever patriótico à sua amada França. André Breton (1896-1966) criticou a guerra desde sempre, e escreveu contra ela tudo que pôde.
A peça descreve esses movimentos dos poetas, Apollinaire vivendo em cena, através de seus poemas, o que ocorreu em sua vida. Breton observando em contraponto o desenrolar da história de Apollinaire, de um outro lugar e tempo, em que as ilusões sobre qualquer legitimidade da guerra tinham sido há muito superadas. Esse encontro dos dois poetas é ficcional, criado pelos autores Ariel Borghi e Esther Góes, para sintetizar o olhar dos poetas surrealistas sobre a guerra, e a ação poética a que se dedicaram em prol da felicidade humana.
Ficha técnica
Texto e encenação: Ariel Borghi e Esther Góes
Autores citados: Guillaume Apollinaire e André Breton
Poetas: Ariel Borghi
Direção artística: Esther Góes
Criação visual e iluminação: Nadia Hinz
Direção de arte e figurino: Carolina Casarin
Trilha sonora: Sérvulo Augusto
Visagismo: Kene Heuser
Assistência e contrarregragem: Beatriz Alves
Direção técnica e cenotecnia: José Alves da Silva
Coordenação geral de produção – Cia Ensaio Geral
Produção executiva: Tiago Barizon e Isadora Petrin (PiTô Produções)
Assessoria de coordenação: Daniel Gomes Gouveia
Assessoria de imprensa: Miriam Bemelmans
Fotografia e design gráfico: Luciano Alves
Realização: Cia Ensaio Geral e Rede de Teatros e Produtores Independentes
Serviço
"Arcano 17 - Os Surrealistas e a Guerra"
De 5 a 28 de julho
Sextas-feiras e sábados, às 19h00. Domingos, às 18h00.
Teatro Sérgio Cardoso - Sala Paschoal Carlos Magno - Ingressos a R$ 40,00 e meia entrada
R. Rui Barbosa, 153 - Bela Vista, Centro, São Paulo - SP, 01326-010
Bilheteria (11) 3288.0136
Classificação indicativa – 14 anos
Capacidade da sala: 143 lugares + 6 espaços de cadeirantes
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