sexta-feira, 26 de julho de 2024

.: Entrevista: Yohan Kisser explora novos rumos na música


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O músico e compositor Yohan Kisser vem mostrando um trabalho original, fora dos padrões estabelecidos pelo pop e rock convencional. Ele já lançou um elogiado EP e vem divulgando dois singles de seu próximo trabalho, que terá 12 canções autorais e deve ser concluído em breve. Filho do músico Andreas Kisser, integrante do grupo Sepultura, Yohan desenvolve um trabalho por uma linha diferente do seu pai, mesclando influências do rock progressivo e até da chamada vanguarda paulista, representada por nomes como Arrigo Barnabé. Em entrevista para o portal Resenhando.com, ele conta como foi seu início na música e explica o conceito de seu trabalho. "O álbum é uma mistura de inglês e português, e a ideia por trás do título é uma reflexão sobre a vida, a competição e a harmonia na natureza e na sociedade".

Resenhando.com - Fale como foi seu início na música. Os pais te incentivaram?
Yohan Kisser -
Meu início começou ainda na infância. Tive aulas de bateria e violão, que me deram uma base para formar a primeira banda que tocava rock progressivo. Mais tarde me formei em violão clássico e a partir daí passei a buscar uma identidade musical mais definida. Mais precisamente a partir de 2017 passei a compor canções nesse tipo de formato atual, já com muita influência de Frank Zappa e até Arrigo Barnabé, que são dois nomes que curto muito.


Resenhando.com - À primeira vista, quem não te conhece imaginaria que você produziria um trabalho com foco no metal.
Yohan Kisser - 
Pois é. Eu também curto muito o trabalho que meu pai (Andreas Kisser) desenvolve no Sepultura. Mas o fato é que sempre tive a liberdade para seguir o meu próprio caminho, que buscava ir mais além, em novos horizontes.


Resenhando.com - Em um de seus singles recentes, o "Membro Fantasma", você presta uma homenagem a mãe. Como foi a repercussão?
Yohan Kisser - 
Essa música foi muito especial. Eu a compus em um piano que minha mãe (Patricia Kisser, que faleceu em 2022) me deu. Passei a abrir novas perspectivas ao tocar e compor nesse instrumento. Então veio a ideia de compor algo sobre ela, sobre a falta que ela faz para mim e toda a família. Recentemente o neto do Tom Jobim, Daniel Jobim, disse ter gostado muito da canção e observou que o coral que canta a melodia lembrava o grupo vocal que o Tom Jobim tinha na banda quando tocava ao vivo. Não foi algo intencional, mas de certa forma reflete a influência que recebi. Tom Jobim e Chico Buarque sempre foram referências importantes, além das que citei antes, do rock.


Resenhando.com - Como está a produção de seu novo trabalho?
Yohan Kisser - 
Finalizamos duas faixas que já foram lançadas como singles: “Membro Fantasma” e "The Rivals are Fed and Rested", sendo que esta última será a faixa título do disco. As demais devem estar concluídas até o final de agosto. O álbum é uma mistura de inglês e português, e a ideia por trás do título é uma reflexão sobre a vida, a competição e a harmonia na natureza e na sociedade. Há influências que vão desde Frank Zappa até Beatles e Queen, buscando capturar a diversidade e a surpresa que encontramos na música.

Resenhando.com - E como está preparando os shows para divulgar?
Yohan Kisser - 
Com certeza estaremos na estrada para mostrar esse trabalho, assim que o disco for concluído. Estamos ansiosos para subir no palco e tocar essas canções. E espero conseguir levar o show aí, para Santos, que guardo com carinho na memória. Minha família frequentava bastante a Cidade. Andei bastante pelo Canal 1 (Avenida Pinheiro Machado), próximo da praia. É uma cidade muito acolhedora.

"Membro Fantasma"

"The Rivalks Are Fed and Rested"


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