Negro, gay e oriundo de família religiosa, James Baldwin era uma mente extraordinária que negava rótulos e os caminhos mais fáceis. Foto: Getty Images
Escritor negro e gay, James Baldwin andava meio esquecido no meio literário, mas voltou com força nos últimos tempos, especialmente no Brasil, onde a Companhia das Letras vem lançando de tempos em tempos as principais obras dele em edições que respeitam o legado do autor. No dia 2 de agosto de 2024, ele completa 100 anos de nascimento. Romancista, ensaísta, dramaturgo, poeta, ativista e crítico social norte-americano, Baldwin morreu de cancro do estômago, tendo sido enterrado ao lado da mãe, Emma Berdis Jones. Os dois repousam na Campa 1203 do Ferncliff Cemetery and Mausoleum, Hartsdale, em Nova York.
Amigo de Baldwin desde o início dos anos 1970, Fred Nall Hollis cuidou do escritor em seu leito de morte. Baldwin lhe pagava bebidas no Café de Flore. Nall lembrou-se de uma conversa com Baldwin pouco antes de ele morrer. Falaram sobre racismo no Alabama. Nall disse a Baldwin: "Através de seus livros, você me libertou da minha culpa por ser tão intolerante vindo do Alabama e por causa da minha homossexualidade". Baldwin insistiu: "Não, você me libertou ao revelar isso para mim".
Na época da morte de Baldwin, em 1° de dezembro de 1987, ele trabalhava em um manuscrito inacabado chamado "Remember This House", um livro de memórias de suas lembranças pessoais dos líderes dos direitos civis Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King Jr. Após a morte de Baldwin em Saint-Paul-de-Vence, a editora McGraw-Hill deu um passo sem precedentes: processar o espólio do autor para recuperar o adiantamento de 200 mil dólares que havia pago pelo livro. O processo foi arquivado em 1990.
O manuscrito forma a base para o documentário de 2016 de Raoul Peck, "Eu Não Sou Seu Negro" (2016), que foi indicado para Melhor Documentário na cerimônia de entrega do Oscar de 2017. Compre os livros de James Baldwin neste link.
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