sexta-feira, 31 de maio de 2024

.: "Tom Lake", um romance sobre amores ambientado durante a pandemia


O mais recente romance de Ann Patchett, uma das escritoras mais premiadas da atualidade, "Tom Lake" chega às livrarias em junho pela Intrínseca. Ao criar uma história que entrelaça com maestria presente e passado, a autora norte-americana fala sobre o amor em suas diversas formas - romântico, familiar e bucólico - e em diferentes momentos da vida. As várias camadas narrativas do livro oferecem uma rica e brilhante reflexão sobre a importância das pequenas alegrias em meio a períodos de sofrimento, o exercício de contar a própria história e a diferença entre escolha e destino. A tradução é de Camila von Holdefer.

O pano de fundo da trama é a primavera de 2020. Enquanto a pandemia assola o mundo e enche os noticiários com angústia e desesperança, as três filhas de Lara se veem obrigadas a voltar para a fazenda da família no norte de Michigan. Afastadas da rotina e das respectivas faculdades, Emily, Maisie e Nell dedicam os dias à colheita de cerejas, principal negócio de seus pais. Para ajudar a passar o tempo, imploram à mãe que lhes conte a história de Peter Duke, um ator famoso com quem ela dividiu o palco na juventude e viveu um romance de verão em uma companhia de teatro chamada Tom Lake.  

À medida que a história se desenrola, enquanto as filhas analisam as próprias vidas e o relacionamento com a mãe, Lara pensa sobre suas escolhas e os caminhos que a levaram até ali. Exercício esse que Ann Patchett também já fez. A autora não tem filhos e confessou ao Washington Post que parte do que motivou essa escolha foi a certeza de que não teria energia para isso. Eram os filhos ou a escrita, e ela não se arrependeu da escolha que fez: “Essa é uma das coisas boas de escrever ficção - há muitas oportunidades de se tornar outra pessoa, fazer escolhas diferentes e explorar uma vida diferente. Neste livro, me tornei alguém com três filhas amadas”.

"Tom Lake" é um livro repleto de antagonismos, e talvez o maior deles seja a existência de momentos de alegria e leveza em meio ao sofrimento. Apesar de ser um romance ambientado durante a pandemia, ele ilumina os pequenos, ocultos e um tanto egoístas prazeres de se estar em casa com a família em um momento tão difícil. “Não finjo (que a pandemia não está acontecendo). Tampouco vou fingir que estarmos todas juntas não me enche de alegria. Entendo que essa alegria seja inadequada atualmente, mas a gente sente o que sente”, confessa a personagem Lara. Assim como ela, Ann Patchett também defende que os opostos são igualmente reais e podem coexistir: “Temos muitas coisas para nos preocupar, mas também muitas alegrias e motivos para sermos felizes - e é possível lidar com os dois”

Entre as diversas nuances apresentadas nesta ficção - que contrapõe alegrias e tristezas, amor juvenil e amor maduro, destino e escolha -, existe uma curiosidade na vida real. Para quem acha que um delicado romance como Tom Lake foi escrito em uma cabana, com chá e biscoitos, se engana. Em uma declaração ao programa de TV norte-americano PBS NewsHour, a autora revelou que escreveu o livro inteiro andando: “Foi uma alegria escrever este livro. Eu o fiz todo em cima de uma treadmill desk (uma mesa acoplada a uma esteira). Eu acordava, levantava e dizia: ‘vou andar e escrever o meu livro’”. Compre o livro "Tom Lake", de Ann Patchett, neste link.  


O que disseram sobre o livro
“Tom Lake trata das transformações provocadas pela passagem do tempo e da busca pelas vantagens do confinamento.” — The New Yorker


Sobre a autora
Ann Patchett é autora de romances, obras de não ficção e livros infantis. Ela recebeu vários prêmios, incluindo o PEN/Prêmio Faulkner de Ficção, além de ter sido finalista do Pulitzer com o romance A casa holandesa. Seu trabalho já foi traduzido para mais de trinta idiomas e a revista Time elegeu Patchett uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Ela mora em Nashville, Tennessee, onde é proprietária da livraria independente Parnassus Books. Foto: Emily Dorio. Garanta o seu exemplar de "Tom Lake", escrito por Ann Patchett, neste link.

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