quinta-feira, 30 de maio de 2024

.: Com Danielle Anatólio, solo "Lótus" faz últimas apresentações no Sesc Ipiranga


A peça resgata a beleza da vida em um contexto de solidão e hipersexualização, apontando caminhos de resistência para as mulheres. Foto: George Magaraia


O solo "Lótus", da atriz mineira Danielle Anatólio faz últimas apresentações, de sexta, dia 31 de maio, a domingo, 2 de junho, no auditório do Sesc Ipiranga. Partindo da estética afrodiaspórica para problematizar a hipersexualização dos corpos negros femininos e com uma ampla pesquisa sobre a mulher negra como protagonista da cena e o corpo como vetor artístico, o trabalho recebeu o Prêmio Leda Maria Martins como espetáculo de longa duração em 2018. “Neste espetáculo, falo não só das dores das mulheres pretas, mas também do lugar de superação, de transformação e de transcendência destas mulheres. Por isso, não abordo apenas a questão das violências e de todo o processo oriundo de um Brasil escravizado”, defende Danielle.

Na trama, a partir da pergunta-chave “O que você vê quando olha para uma mulher negra?”, o público encontra histórias tradicionalmente invisibilizadas pelo patriarcado subjacente. A peça resgata a beleza da vida em um contexto de solidão e hipersexualização, apontando caminhos de resistência para as mulheres.


Ressignificando o feminino
Em cena, ao longo de 60 minutos, os espectadores são confrontados com três figuras femininas: a ancestral, a erê (criança) e uma mulher preta contemporânea. Um dos elementos fundamentais da narrativa é o altar criado para a montagem. Ele simboliza o contato com a espiritualidade, a solidão e a necessidade de uma rede de apoio para essas mulheres negras.

Para a preparação física, a artista-criadora utilizou a dança afro contemporânea. Ao mesmo tempo, a trilha sonora mescla a musicalidade afro-mineira, com os tambores do Congado Mineiro, e uma percussão ao vivo que toca o barravento de Iansã e o ijexá de Oxum. “Nesses oito anos, Lótus percorreu quatro estados brasileiros e foi ganhando maturidade, fruto também do meu amadurecimento como artista. Musicalmente também crescemos muito. Faz quatro anos que trabalho com o percussionista Kaio Ventura, um grande conhecedor de ritmos afro-brasileiros”, comenta Anatólio. 

Em 2018, a peça ganhou o Prêmio Leda Maria Martins como melhor espetáculo de longa duração. Quando surgiu, em 2017, na cidade de Belo Horizonte, essa premiação foi precursora ao valorizar exclusivamente as artes negras no Brasil. 


Sobre Danielle Anatólio
Atriz e pesquisadora nascida em Minas Gerais, mestra em Artes Cênicas pela Unirio, pesquisadora de performances de mulheres negras. Sua pesquisa aprofunda as questões relativas ao corpo negro feminino, a mulher negra como protagonista da cena e o corpo como vetor artístico. Em sua pesquisa, ela aponta um contexto de solidão vivido pela mulher negra brasileira, bem como a hipersexualização dos corpos femininos.


Danielle é também idealizadora do CORPAS, Encontro de Performances de Mulheres Negras, em 2018 no Rio de Janeiro, e TACULAS, Fórum de Performances de Mulheres Negras, em 2019 em Minas Gerais.


Sinopse

Lótus é um espetáculo que tem como ponto de partida a poética feminina. É sobre mulheres que desejamos falar, em especial sobre a realidade afetiva das mulheres negras. Em cena, o universo de mulheres que trazem histórias que são invisibilizadas pelo patriarcado subjacente. A peça trata de amor, superação, beleza e vida, isto dentro de um contexto de hipersexualização dos corpos femininos, além de contar os caminhos que essas mulheres encontram para resistir e (re)existir. O espetáculo é um convite para refletir sobre a afetividade nas relações, um chamado para ressignificar o olhar sobre o sagrado feminino e masculino.


FICHA TÉCNICA


Concepção, direção e atuação: Danielle Anatólio

Produção: Ipê Baobá 

Assistência de produção: Bia Pereira e Savina João

Percussão: Kaio Ventura

Designer de luz: Adriana Ortiz

Operação de luz: Dara Duarte

Designer gráfico: Amanda Nascimento

Fotografia: George Magaraia

Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques e Daniele Valério

Figurino: Almir França

Mídias sociais: Gabriela Werneck


SERVIÇO

Lótus

Até 2 de junho de 2024, sexta, às 21h30, e sábado e domingo, às 18h30

Local: Auditório do Sesc Ipiranga - R. Bom Pastor, 822 – Ipiranga - São Paulo - SP

Ingresso: R$40 (inteira), R$20 (meia-entrada) e R$12 (credencial plena)

Link para a venda de ingressos: https://www.sescsp.org.br/programacao/lotus-4/

Classificação indicativa: 12 anos

Duração: 60 minutos 

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