terça-feira, 21 de maio de 2024

.: "Alma Gêmea": Fernanda Souza comenta sucesso da romântica Mirna

Fernanda Souza em "Alma Gêmea". Foto: Globo/João Miguel Júnior


Com recordes de audiência desde a estreia, no dia 29 de abril, "Alma Gêmea" consagrou a carreira da atriz Fernanda Souza em sua primeira exibição, em 2005, quando ela interpretou a jovem Mirna, personagem que ficou marcada na memória do público. Um dos destaques da trama foi o núcleo dos irmãos Mirna e Crispim (Emilio Orciollo Netto), que moravam com o tio Bernardo (Emiliano Queiroz) em um sítio próximo à plantação de rosas de Rafael (Eduardo Moscovis). Os homens da família trabalhavam no roseiral, e a romântica Mirna se dedicava à casa enquanto sonhava com um casamento. Mas Crispim morria de ciúmes da irmã e dificultava a realização desse sonho, pois não deixava que nenhum pretendente se aproximasse. E quem se arriscasse acabava dentro de um chiqueiro. Fernanda Souza lembra com carinho desse momento em sua trajetória artística. “A repercussão da personagem foi gigante e eu não imaginava que isso fosse acontecer. Quando o ator pega um personagem novo, ele recebe a descrição com detalhes. A da Mirna era pequena, então não imaginei que pudesse tomar um rumo tão grande e que o Brasil fosse gostar tanto”, conta a atriz. Confira a entrevista completa de Fernanda Souza!

  

Como construiu a Mirna de "Alma Gêmea", que fez tanto sucesso na sua carreira?

Não houve uma construção específica em cima dela. A primeira vez que ela apareceu para mim e eu acessei o seu jeito de ser foi durante o teste da novela. Essa é uma personagem que foi muito marcante na minha vida e a desejei muito. Eu estava fazendo uma peça de teatro, sem contrato com a TV Globo, e queria fazer uma novela novamente. Fui chamada de última hora para o teste. Estava no aeroporto e tinha acabado de perder o voo, sendo que o próximo avião demoraria três horas para sair. Nesse tempo, o diretor da novela me ligou e me chamou para fazer o teste no mesmo dia. Fui para os Estúdios Globo e usei o tempo que estava na caracterização do cabelo para decorar o texto. Na hora, consegui apresentar duas versões da personagem, uma mais romântica e outra mais divertida. Eu não tive tempo de construí-la, só fiz da melhor maneira possível. Por isso é como se a Mirna morasse dentro de mim, foi tudo muito rápido e mesmo assim foi aprovado pelos diretores. Depois de algum tempo eles me ligaram e disseram que o papel era meu, fiquei muito contente. Eu me conectei imediatamente com a personagem. A versão da Mirna que foi ao ar é a mais extrovertida. O único treino que fiz foi de prosódia, para ajustar o sotaque, já que eu sou de São Paulo e a Mirna é do interior do estado. Mas foi tudo muito natural, e eu sinto realmente que ela mora em mim, que posso simplesmente acessá-la e colocá-la para fora. Ela é uma personagem muito especial. Quando assisto à novela, eu não consigo me ver, é como se a personagem realmente fosse uma outra pessoa. É legal ter esse distanciamento e não conseguir se enxergar; para um ator isso é um prazer gigante.

 

Qual foi a cena mais difícil de gravar durante "Alma Gêmea"? E a mais divertida?

A cena mais difícil de fazer foi a do fogo na casa da personagem. Naquele momento, eu já estava gravando a novela há algum tempo e convivia bastante com a Doralice, a pata da novela. Na hora, fiquei igual à Mirna, me desesperei ao vê-la em meio ao fogo, por mais que eu soubesse que o fogo cenográfico é controlável. Mas, só pelo fato de a personagem estar passando por aquela situação, eu fiquei muito nervosa. Teve um momento em que eu estava chorando de verdade. A cena mais divertida foi a que a Mirna empurrou a personagem da Flávia Alessandra, Cristina, que era a vilã, dentro do chiqueiro. Normalmente, a Mirna assistia a seus pretendentes sendo jogados no chiqueiro, mas, dessa vez, ela que jogou. A Flávia é uma pessoa muito leve e divertida, então foi uma cena muito aguardada por todos. Eu fiz tudo com muito carinho e tomei cuidado para não a machucar. Teve um momento em que eu literalmente tive que esfregar a cara dela na lama. O mais divertido foi que muita gente caiu no chiqueiro, quase todo o elenco entrou. Por isso, eles colocaram vários chuveiros no set, para tomarmos banho. Outros momentos divertidos que aconteciam com muita frequência eram com a pata, que às vezes fazia cocô no meio da cena e a gente tinha que continuar como se nada tivesse acontecido. Mesmo se a cena fosse de comida, todos seguiam nas falas e no final todos davam risada da situação.

 

A novela fez muito sucesso. Como era a repercussão da personagem? 

A repercussão da personagem foi gigante e eu não imaginava que isso fosse acontecer. Quando o ator pega um personagem novo, ele recebe a descrição com detalhes. A da Mirna era pequena, então não imaginei que pudesse tomar um rumo tão grande e que o Brasil fosse gostar tanto. Quando eu saía de casa, ouvia as pessoas me chamando de Mirna o tempo inteiro. Com certeza foi uma das personagens mais marcantes da minha carreira. As pessoas ainda têm um carinho muito grande pela novela, que foi um acerto do Walcyr Carrasco e do Jorge Fernando. Eu tenho muito orgulho de ela ter feito parte da minha história, me diverti muito. Para mim, ela foi um grande presente, porque foi a primeira vez que fiz comédia e eu nem imaginava que podia. Dali em diante, fui vista pelos diretores como uma atriz que poderia ir para essa área também. Depois, fiz ‘Toma Lá Da Cá’. totalmente imersa nesse universo cômico, ao lado de grandes atores. Sinto que ela abriu uma porta não só na minha vida artística, mas também na pessoal. Eu não me entendia como uma pessoa divertida ou engraçada, não tinha essa visão sobre mim mesma. Essa personagem me fez acessar a comédia não só na TV, mas também dentro da Fernanda. Acho que eu me tornei uma pessoa mais leve e divertida depois dela. Sou muito grata até hoje ao Walcyr e ao Jorginho porque eles me deram uma grande oportunidade de crescimento quando me deram esse papel. Foi com ele que eu ganhei o ‘Melhores do Ano’ como atriz coadjuvante no ‘Domingão do Faustão’, o que me deixou muito feliz, foi muito marcante. 

 

Quais as principais lembranças que guarda desse trabalho e da rotina de gravação?

Eu morro de saudades do Seu Emiliano Queiroz e do Emílio Orciollo. Juntos, formávamos um quarteto com a Doralice. Eles foram muito especiais para mim, nós éramos companheiros de gravação e estávamos sempre juntos no mesmo cenário. A gente se entendia no olhar, tínhamos uma convivência importante. Lembro das cenas emotivas em que eu realmente chorava de emoção por estar ao lado deles. Muito do sucesso da Mirna se deve a eles. A nossa união fez com que o núcleo desse certo. Viramos até a capa do CD nacional da novela. 

 

Gosta de rever trabalhos antigos? De que forma mexem com você?

Amo rever trabalhos antigos. Parece que foi em outra vida, mas ao mesmo tempo me reconheço muito ali. Eu tenho um amor profundo ao assistir às cenas da Mirna, me emociono só de pensar. Lembro que, quando fiz o teste, eu rezei muito para passar e deu certo. A vontade é de voltar no tempo para reviver toda aquela alegria. Foi mágico, sou muito grata por essa oportunidade.

 

Qual a sua expectativa para essa reexibição da trama de Mirna?

Acho que as pessoas vão amar, e eu vou assistir com toda certeza. Eu amo essa novela e acho que o Brasil também. Essa é uma história muito bem escrita, foi um marco nas novelas das 18h. Foi tudo muito especial, não vejo a hora de assistir. Sei que eu vou me emocionar, rir e vou ficar com saudades de viver a Mirna.

 

E quais são seus próximos projetos?

Já tem um bom tempo que tenho amado ser apresentadora. Estou há um tempo sem atuar e não tenho previsão de volta. Estamos nos preparando para a segunda temporada de um projeto no streaming. Foi um sucesso, e fiquei muito contente com a repercussão. É a segunda vez que apresento um reality show e eu descobri que amo fazer isso. Estou completamente apaixonada, tenho muito prazer em conduzir os participantes, mediar uma prova. Cresci assistindo a programas com dinâmicas e jogos, e agora estou dentro de um. Eu sinto que nasci para isso, assim como eu nasci para atuar. Essa é uma das coisas que mais amo fazer no mundo, não imaginava que fosse ler tantos elogios sobre o programa e esse meu novo trabalho. 

 

Criada e escrita por Walcyr Carrasco, com a colaboração de Thelma Guedes, direção de Fred Mayrink e Pedro Vasconcelos, direção-geral e direção artística de Jorge Fernando, ‘Alma Gêmea’ estreou em 2005, foi reexibida em 2009 na TV Globo, também no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, e no Viva, em 2022. 


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