Primeira temporada de "Os Outros", sucesso no Globoplay, estreia na TV Globo. Na imagem, Antonio Haddad (Marcinho) e Paulo Mendes (Rogerinho). Foto: Globo/Estevam Avellar
Sucesso no Globoplay, a primeira temporada de "Os Outros" chega, no dia 18 de abril, ao horário nobre da TV Globo, com exibição às quintas-feiras, após a novela "Renascer". A série traz uma discussão sobre a intolerância e a dificuldade de diálogo na sociedade atual, a partir da história de duas famílias que vivem em um mesmo condomínio. Os casais vizinhos Wando (Milhem Cortaz) e Mila (Maeve Jinkings) e Cibele (Adriana Esteves) e Amâncio (Thomás Aquino) entram em conflito após uma briga entre seus filhos, Rogério (Paulo Mendes) e Marcinho (Antonio Haddad). A situação chega a extremos, com consequências absurdas que envolvem outros moradores do local.
Com grande elenco e interpretações surpreendentes, a série é resultado da sintonia fina entre o autor Lucas Paraizo e a diretora artística Luisa Lima, à frente das equipes de criação e realização. Trabalhando há mais de cinco anos em parceria, eles agora celebram a chegada da obra à TV aberta. “’Os Outros’ foi a série mais autoral que escrevi até hoje. Nasce de uma reflexão sobre o que acontece quando todos acham que têm razão, uma característica dos dias atuais. Tentei unir uma narrativa popular à densidade dos assuntos que escolhi tratar: a classe média brasileira endividada, polarizada e cheia de medo, mas com sonhos e ambições legítimas. Estou curioso sobre qual vai ser o impacto dessa obra na TV aberta”, comenta Lucas.
Para Luisa Lima, estrear na TV representa a chance de emocionar e conversar com o país todo. “’Os Outros’ fala do Brasil de hoje, das consequências da intolerância dentro e fora de casa. A trama tem viradas muito surpreendentes. Podemos chorar, rir, nos encantar e sentir frio na barriga a todo tempo. É uma série pop e sem julgamentos, que expõe as relações com os nossos filhos, os medos, o ideal de vida segura e feliz que temos. Me formei na televisão e sei da nossa responsabilidade. Me encanta esse alcance de um vasto público, e fico muito feliz de apresentarmos uma realização que é fruto do trabalho de uma equipe comprometida e talentosa, com um elenco brilhante. Que todos se afetem, como nós nos afetamos fazendo. ‘Os Outros’ somos nós”, ressalta ela.
Os atores também comemoram a estreia na TV. Adriana Esteves conta que a série é mais um trabalho importante em sua trajetória profissional. “’Os Outros’ é uma grande série da excelente parceria entre Lucas Paraizo e Luisa Lima. Participar das séries brasileiras que estão sendo feitas é um luxo e um orgulho para mim. ‘Os Outros’, teve enorme sucesso no Globoplay, e, com certeza terá também agora na TV aberta”, conta Adriana, que arrebata o público com sua atuação como Cibele.
Eduardo Sterblitch destaca que seu personagem, Sérgio, representou uma oportunidade de levar ao público uma faceta de sua atuação diferente dos outros trabalhos que costuma realizar. “Sérgio foi a chance para o público entender que eu posso compor personagens que não são só de humor. Na série, a gente tenta fazer uma coisa ultrarrealista. Acho que isso tocou as pessoas, como a vida real pode ser uma tragédia e pode ser um terror, depende de como você reage aquilo”, afirma o ator.
A atriz Maeve Jinkings lembra que Mila foi sua primeira personagem depois da pandemia e ressalta a importância do trabalho da equipe no processo. “Em 2022, gravamos a série de forma apaixonada, após a pandemia, período de alta pressão social, isolamento e polaridade política. Encontramos, no texto de Lucas Paraizo uma maneira de lidar com nossas próprias perguntas, na direção de Luísa Lima uma firmeza e um acolhimento de temas tão duros. O elenco é brilhante, formado por artistas que admiro há décadas e que, nesse contexto, se tornaram uma família para mim. Por tudo isso, não fiquei surpresa quando ‘Os Outros’ foi tão bem recebida pelos espectadores do Globoplay. Estou muito feliz e ansiosa para que os espectadores da TV Globo tenham acesso à intensidade desse trabalho que nos orgulha tanto”, comemora Maeve.
Thomas Aquino considera essa trabalho muito significativo, pois o levou para um estágio interessante da atuação. “Pude falar sobre o Amâncio, um homem que tem sensibilidade, paciência e calma para resolver as coisas de forma pacífica e sem violência. Para mim, isso falta na sociedade, não há mais diálogo nem escuta. Nós não estamos sozinhos no mundo, vivemos em um lugar coletivo. Eu não posso viver dentro de um condomínio, ver que existem problemas e partir para agressão física ou verbal na tentativa de resolvê-los. Essa série é maravilhosa porque é uma livraria de questionamentos: Quem somos nós? Como podemos ajudar o outro? Como nos ajudar? Como resolver os problemas com maturidade? Precisamos saber que, se dermos as mãos, não estaremos sós. Espero que o público receba bem porque temos muitos temas que podemos discutir”, reflete Thomas.
Entre as temáticas que a série aborda, está a criação dos filhos. Drica Moraes, que interpreta a síndica do condomínio, Dona Lúcia, destaca as reflexões sobre a adolescência, que promete gerar identificação com muitas famílias. “A história fala também da entrada do adolescente no mundo adulto. Da mudança radical que é assistir o seu bebê crescer, um belo dia se trancar no quarto e virar um estranho, estranho no sentido de se tornar outro para você. Acontece para todo mundo. Lindo e desafiador. Adolescência é uma fase dura, mas absolutamente linda. A vida é ainda uma página em branco. Em tempos distópicos, o temor anda de braço dado com a esperança nesta etapa na vida dos filhos”, conta a atriz, que é mãe de um adolescente na vida real.
Outra característica da trama é revelar questões mais profundas por trás dos atos de seus personagens. O ator Milhem Cortaz reflete sobre Wando, cuja trajetória leva a uma solidão intensa. “O Wando é um cara complexo. É um homem que luta pelos seus ideais, é o homem perfeito: que trabalha, provedor, que tem um amor muito grande pelo filho, que cuida da família de forma obcecada. Algumas coisas que vão acontecendo ocultam a trajetória dele e vão o levando para um caminho de solidão profunda. Apesar de ser um personagem divertido, um homem um amoroso, o Wando está ali para representar a solidão desse universo todo. Tantas pessoas em volta e ele não consegue olhar para os lados, porque a razão dele, a sua certeza, é muito maior do que qualquer outra coisa”, declara o ator.
O elenco também conta com Ana Flavia Cavalcanti, Cadu Favero, Bea Aragão, Gabriel Lima, Gi Fernandes, Guilherme Fontes, Henrique Eduardo, Kênia Bárbara, Pedro Ogatta, Rodrigo Garcia, Stella Rabello, Xande Valois, entre outros.
A trama
Durante uma partida de futebol no condomínio, com outros adolescentes, Rogério (Paulo Mendes) agride Marcinho (Antonio Haddad) motivado por um desentendimento em um lance do jogo. Mãe superprotetora e capaz de tudo para defender o filho, Cibele (Adriana Esteves) não tolera o que aconteceu e, sem abrir espaço para uma conversa, afronta a família do jovem que o atacou, o casal Wando (Milhem Cortaz) e Mila (Maeve Jinkings) . Movida pela raiva, ela arranha o carro de Wando. A atitude dá início a uma rixa que extrapola os limites da quadra, em uma sequência de atos impensados e agressões que trazem à tona reações adversas. Motivados pelo que entendem como ameaças a si próprios e a suas famílias, os protagonistas deste drama contemporâneo se veem num emaranhado sem fim de atitudes extremas que mudam para sempre o curso de suas histórias.
Os acontecimentos colocam a aparente normalidade do condomínio Barra Diamond em risco. Dona Lúcia (Drica Moraes), a síndica, conta com a atenção do porteiro Elvis (Rodrigo Garcia) para mantê-la informada sobre tudo o que acontece por ali. Já Sérgio (Eduardo Sterblitch), um ex-policial expulso da corporação e morador do condomínio, vê oportunidades de obter vantagens diante do conflito entre os vizinhos. "Os Outros" é uma criação de Lucas Paraizo, escrita com Fernanda Torres, Flavio Araujo, Pedro Riguetti, Bárbara Duvivier, Thiago Dottori e Bruno Ribeiro. A série tem direção artística de Luisa Lima e direção de Lara Carmo. A produção é de Luciana Monteiro, e a direção de gênero, de José Luiz Villamarim.
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