Está em pré-venda o novo livro de Caetano Veloso, "Cine Subaé – Escritos sobre Cinema (1960 –2023)". Organizado por Claudio Leal e Rodrigo Sombra, a obra reúne críticas da década de 1960, publicadas no santamarense Archote e em periódicos da capital baiana, onde Caetano atuou na juventude como crítico e sonhava em dedicar sua vida à direção de filmes.
O livro chega às livrarias em 28 de maio e é um precioso testemunho que atesta o impacto que o Cinema Novo, as películas exuberantes norte-americanas, o neorrealismo italiano e o existencialismo das fitas francesas tiveram sobre a formação cultural de Caetano Veloso. A orelha do livro é assinada pelo cineasta Orlando Senna, editor de algumas das primeiras críticas publicadas pelo artista na imprensa baiana.
“Caetano participava de todas as interfaces da festa baiana como músico e como crítico, como autor de canções para filmes e trilhas sonoras. Como crítico cinematográfico também e, naturalmente, como ativista político, com direito a exílio no exterior, lutando e compondo pérolas do nosso cancioneiro moderno”, afirma o cineasta Orlando Senna. O livro é uma reunião de críticas e depoimentos sobre os filmes que marcaram a trajetória de uma das principais vozes da nossa cultura. Compre o livro "Cine Subaé – Escritos sobre Cinema (1960 –2023)", de Caetano Veloso, neste link.
Um retrato de Caetano pela ótica da sétima arte
Nome central da música e da poesia brasileira, Caetano Veloso atuou na juventude como crítico e sonhava em dedicar sua vida à direção de filmes. Sua adolescência foi moldada pelas programações do Cine Teatro Subaé, em Santo Amaro, e das salas de Salvador. Mesmo depois de seguir a carreira de músico, os filmes continuaram a ter papel decisivo em seu estilo de compor canções e conceber visualmente os shows.
Este volume, que chega em 28 de maio às livrarias, reúne críticas da década de 1960, publicadas no santamarense Archote e em periódicos da capital baiana ― muitas delas inéditas em livro ―, além de colunas de jornais, entrevistas, depoimentos e comentários que revelam as predileções, as reflexões, as criações de trilhas e o vasto repertório cinematográfico do compositor.
O livro é um precioso testemunho que atesta o impacto que o Cinema Novo, as películas exuberantes norte-americanas, o neorrealismo italiano e o existencialismo das fitas francesas tiveram sobre a formação cultural de Caetano Veloso. Com 64 textos – destes, 46 inéditos em coletâneas de Caetano –, 12 entrevistas e 76 fragmentos de opiniões sobre filmes e diretores, Cine Subaé contribui tanto para a história do cinema brasileiro como para a revisão do impacto múltiplo do movimento tropicalista sobre a cultura do país. O livro traz ainda três argumentos inéditos de filmes jamais realizados pelo compositor, que dirigiu dois videoclipes e um só longa, "O Cinema Falado" (1986).
Caetano escreveu uma introdução inédita para o volume. Ao longo de mais de seis décadas, seus textos discutiram os trabalhos de Anna Karina, Carmen Miranda, Federico Fellini, Giulietta Masina, Glauber Rocha, Helena Ignez, Jean-Luc Godard, Julio Bressane, Kléber Mendonça Filho, Pedro Almodóvar, Rogério Sganzerla e Woody Allen, entre outros nomes marcantes do cinema nacional e internacional. Cine Subaé é também uma ode à experiência de ver filmes em grandes salas de rua. Garanta o seu exemplar de "Cine Subaé – Escritos sobre Cinema (1960 –2023)", escrito por Caetano Veloso, neste link.
Trecho do livro
“O Cinema Santo Amaro ficava na praça da Purificação, bem perto da igreja de Nossa Senhora. Até a minha adolescência, esse era o único cinema da cidade. (...) As imagens movendo-se na tela me apaixonavam tanto quanto ou mais do que as ruas vistas da bicicleta, voando sobre paralelepípedos, beirando o rio Subaé. Eu queria ir todas as noites ao cinema. O som de gongo que precedia o apagar das luzes era sagrado.”
Sobre o autor
Caetano Veloso nasceu no dia 7 de agosto de 1942, em Santo Amaro da Purificação, na Bahia. É autor de "Verdade Tropical" (Companhia das Letras, 1997, reeditado em 2017), "Letra Só" (2003), "O Mundo Não É Chato" (2005) e "Letras" (2022), os três últimos organizados por Eucanaã Ferraz para a Companhia das Letras. Um dos líderes do movimento tropicalista, na década de 1960, Caetano Veloso dirigiu o filme "O Cinema Falado" (1986), atuou em longas de Julio Bressane e Pedro Almodóvar e compôs trilhas musicais para "São Bernardo" (1972), de Leon Hirszman, e "Tieta do Agreste" (1996), de Cacá Diegues, entre outros.
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