Espetáculo, com texto do premiado Luís Alberto de Abreu, traça um paralelo entre a trajetória da multiartista chilena e a colonização da América Latina. Foto: Dalton Valério
Violeta Parra (1917-1967) é uma das vozes mais sensíveis e competentes que cantaram a história da América Latina. Muitas das composições da artista chilena são comprometidas com a luta dos oprimidos e contra a injustiça social. A partir do dia 24 de fevereiro, a vida e obra da compositora, cantora, poeta, ceramista, bordadeira e artista plástica vai entrar em cena com o solo musical “Violeta Parra em Dez Cantos”, texto do renomado Luís Alberto de Abreu, direção de Luiz Antônio Rocha, atuação de Rose Germano e direção musical de Aline Gonçalves. A peça é a segunda de uma trilogia concebida pela atriz e pelo diretor sobre a relevância das mulheres latinas, a primeira, foi “Frida Kahlo, a deusa Tehuana”, em cartaz desde 2014.
“Violeta Parra em Dez Cantos” chega ao palco do Itália Bandeirantes na contramão dos grandes musicais americanos, com um solo musical em que evoca a sonoridade dos povos latino-americanos, tão pouco conhecida pelo público brasileiro. O dramaturgo, Luís Alberto de Abreu, foi muito feliz em fazer uma abordagem crítica e contemporânea sobre a contribuição cultural de Violeta Parra para a América Latina tendo na figura da artista a expressão de uma arte decolonial.
A atriz Rose Germano, acompanhada em cena pelo violonista paulista Bruno Menegatti, interpreta grandes sucessos da compositora chilena, como a canção: “Volver a los 17”, mais conhecida no Brasil nas vozes de Mercedes Sosa e Milton Nascimento e “Gracias a la Vida”, imortalizada nas vozes de Mercedes Sosa, Elis Regina, Fafá de Belém, Simone, Alcione entre outros.
Violeta explorou em suas composições a sonoridade de instrumentos como o charango, a quena, o bombo leguero e o guitarron chileno, que colorem seus sons com cores dessa terra. Reencontrar-se com essa música é reencontrar-se com esses caminhos que contornam nossa América”, avalia a diretora musical Aline Gonçalves, “
“Violeta Parra, a 'peregrina que não cabia dentro de si', teceu o próprio destino com a sua capacidade de criar, interagir e copilar a sua cultura para dar voz aos esquecidos”, lembra Rose Germano. “Assim como ela, tantas outras mulheres artistas brasileiras, como Maria Carolina de Jesus, Clarice Lispector, Djanira e Leila Diniz, são símbolos de extrema importância na construção de uma identidade feminina própria, pois saíram do papel de figura representada para produzir arte, romper paradigmas e escrever sua própria história".
A atriz Rose Germano nasceu na Paraíba, num lugarejo chamado Riacho do Meio e traz toda a força e a luta das mulheres nordestinas, além da semelhança física com a cantora chilena. As duas histórias se entrelaçam, traçando paralelos entre a vida da atriz e da artista chilena, e aborda temas como a valorização dos povos oriundos de outras culturas, a difusão da cultura latina, a vida, o amor e a morte. "Quando trazemos a voz de uma mulher latina como protagonista, estamos trazendo à luz a cultura latina que, durante muitos anos, foi apagada pela imposição de uma cultura que não é genuinamente a nossa, e sim dos nossos colonizadores”, conta o diretor Luiz Antonio Rocha.
“Violeta Parra em Dez Cantos” é uma celebração emocionada da vida e da arte de uma das maiores artistas latinas, que cantou alto o amor, a revolta, as dores e as misérias de seu povo. Através da história e das músicas da chilena Violeta Parra, a peça traça, de maneira crítica, um “raio x” da colonização da América Latina.
Ficha técnica
Espetáculo "Violeta Parra em Dez Cantos".
Dramaturgia: Luís Alberto de Abreu.
Encenação: Luiz Antônio Rocha.
Elenco: Rose Germano.
Direção musical: Aline Gonçalves.
Músico: Bruno Menegatti.
Direção de Arte e Cenário: Eduardo Albini.
Figurino e Adereços: Wanderley Gomes.
Iluminação: Ricardo Fujji.
Preparador Vocal: Jorge Maya.
Gestão de Mídias Sociais: Inspira Teatro – Felipe Pirillo.
Cenotécnico: Nilton Souza.
Arte: Cristhianne Vassão.
Alfaiate: Darlan Kroger.
Assessoria de Imprensa: Flavia Fusco Comunicação.
Produção Executiva: Zilene Vieira.
Direção de Produção: Luiz Antônio Rocha e Rose Germano.
Realização: Espaço Cênico, Riacho do Meio Produções e teatro em Conserva.
Serviço
Espetáculo "Violeta Parra em Dez Cantos".
Dramaturgia: Luís Alberto de Abreu.
Direção: Luiz Antônio Rocha.
Atuação: Rose Germano.
Direção Musical: Aline Gonçalves.
Músico: Bruno Menegatti.
Duração: 60 minutos.
Recomendação: 12 anos.
Gênero: drama
Estreia: dia 24 de fevereiro.
Temporada: até dia 28 de abril. Sábados, às 20h00, e domingos, às 19h00.
Ingressos: R$120 | R$ 60 meia.
Vendas pelo site: https://bileto.sympla.com.br/event/89840/d/231713/s/1575096.
Bilheteria abre duas horas antes do espetáculo.
Teatro Itália Bandeirantes – 290 lugares.
Av. Ipiranga, 344 - República - São Paulo.
0 comments:
Postar um comentário
Deixe-nos uma mensagem.