Depois do sucesso da menina Pilar na Grécia, Miriam Freeland volta aos palcos para levar a protagonista e sua turma a outro destino: a floresta amazônica. Com direção e roteiro de Symone Strobel, a peça estreia dia 23 de março no Teatro Vivo, em São Paulo, e segue em cartaz até 14 de abril. A peça é uma adaptação da obra homônima da escritora e roteirista Flavia Lins e Silva, autora da série literária "Diário de Pilar" e criadora da série "Detetives do Prédio Azul".
O espetáculo, um encontro afetivo com a riqueza e o mistério da floresta amazônica, abrange o público de todas as idades, trazendo canções originais, personagens da cultura e mitologia dos povos originários e um elenco diverso formado por indígenas, pretos e brancos de diferentes gerações para exaltar de forma poética e lúdica o povo, flora e fauna amazônicas.
A peça reúne informações pouco conhecidas e muito úteis sobre o bioma da floresta e sua preservação, tornando-se um potencial instrumento de educação ambiental através da arte. “Estou encantada com a adaptação do livro para a peça. O público vai fazer uma imersão sensorial na Amazônia e certamente sairá muito tocado e transformado”, vibra a autora, Flavia Lins e Silva (que também estreia em outubro D.P.A. a peça 2 – Os Detetives do Prédio Azul em um mistério em Magowood).
Estreada no Rio no ano passado, Diário de Pilar na Amazônia foi indicada a duas importantes premiações: Melhor Espetáculo Infantil no Prêmio APTR; Melhor espetáculo Infanto-juvenil e Melhor Atriz de Espetáculo Infanto-juvenil para Miriam Freeland, no Prêmio Musical Rio. Além dos palcos, Pilar vai ganhar também as telonas. De acordo com Miriam, a Disney está produzindo o filme, ainda este ano, um live-action de Diário de Pilar na Amazônia.
Encantamento e luta
Diário de Pilar na Amazônia une dois livros da heroína. O primeiro, publicado em 2011, fala de um encantamento pela floresta. E o segundo é uma atualização publicada em 2023 para contextualizar as ameaças sofridas pelo bioma nos últimos anos.
Symone Strobel, diretora e responsável pela adaptação para os palcos, lançou mão das duas versões do livro. “Nós também achávamos que falar de Amazônia agora era diferente e precisava de uma abordagem mais firme e comunicativa com os tempos atuais. Mas a gente não queria perder o encantamento, a poesia e a esperança com a floresta amazônica, porque estamos fazendo um espetáculo para crianças e suas famílias. Então é um espetáculo esperançoso e que termina pra cima”, explica Freeland.
Busca pela origem
Apesar de ter a proteção da floresta como tema central, a atriz conta que a peça continua a tocar em pontos que moldam a jornada de Pilar ao longo da saga literária. A personagem não tem pai, ela é criada pela mãe e pelo avô. “Essa busca dela pela figura paterna a acompanha em todos os livros da série. Nós não queríamos perder isso porque eu sempre senti que é uma característica de identificação. Um percentual imenso da nossa população não foi criado pelo pai, não conhece o pai ou, se conhece, não tem uma relação paternal efetiva”, contextualiza.
Para a atriz, a busca da personagem também acende a capacidade de reconexão do público com suas raízes e com a natureza em seu entorno. “A gente faz o espetáculo em um ambiente urbano. Então nosso desafio é conseguir, primeiro no nosso processo, dar um passo atrás e nos reconectarmos e reaprendermos a olhar para a natureza que está à nossa volta. E, depois, fazer isso com a plateia”, diz.
Sucesso na Grécia
A equipe encenou em 2018 a peça Diário de Pilar na Grécia, da mesma autora, com grande sucesso de público e crítica, ganhando prêmios, sendo apresentada em Portugal e seguindo em circulação por grandes teatros do país até hoje.
Freeland ressalta o encontro poderoso proporcionado pela montagem de Diário de Pilar na Grécia. Ao longo dos 5 anos em cartaz, a atriz lembra que todos os públicos saíam muito mobilizados pela história e pelas personagens. Essa capacidade de mobilização promete tornar a nova aventura amazônica em um novo fenômeno.
“Pilar tem um valor de vir da literatura brasileira que está dentro das escolas, uma literatura que tem um apelo pedagógico e de encontro. É muito engraçado porque os pais vão conversar com a gente depois do espetáculo e sempre fazem questão de dizer que também são apaixonados pelos livros da Pilar ou o livro instigou a leitura no filho ou na filha”, conta Miriam.
A montagem
O cenário de Natalia Lana preenche todo o palco com múltiplas e coloridas cordas suspensas em diferentes camadas que representam a floresta e sua profundidade, e por onde surgem e desaparecem os personagens ao logo da ação. Os bonecos de José Cohen, manipulados pelos atores, dão vida a diferentes animais da floresta. Há ainda outros elementos icônicos da região amazônica, como as coloridas e típicas redes para deitar, que recriam o grande barco-gaiola, além de uma representação figurativa da árvore Sumaúma (ou Samaúma), considerada a grande mãe da floresta.
Sinopse
Preocupados com o desmatamento e a destruição da floresta, a menina Pilar, seu amigo Breno e o gato Samba se transportam para a Amazônia onde, ao lado da indígena Maiara, enfrentam um perigoso grupo de madeireiros que depreda sem dó a floresta traficando madeira rio abaixo. Navegando pelos rios Amazonas, Solimões, Negro e Tapajós, os amigos têm encontros surpreendentes com seres encantados da floresta como Iara e Curupira, que se tornam fortes aliados na empreitada.
Ficha técnica:
Idealização: Miriam Freeland. Adaptação e direção: Symone Strobel. Baseado na obra de Flávia Lins e Silva. Ilustrações: Joana Penna. Elenco: Miriam Freeland, Fernando Melvin, Jorge Neves, Ludimila D’Angelis, Márcio Mattos, Sávio Moll e Valéria Alencar. Cenário: Natália Lana. Iluminação: Felipe Lourenço. Figurino: Luciana Buarque. Criação e Execução de Bonecos: José Cohen e Lucila Belcic. Direção Musical e Arranjos: Marco de Vita. Canções Originais: Symone Strobel e Marco de Vita. Pesquisa Sonora e Assistência de Direção: Pedro Scovino. Preparação Corporal, Coreografias e Assistência de Direção: Paula Águas. Preparação Vocal: Chiara Santoro. Visagista: Sid Andrade. Designer Gráfico: Leonardo Pires. Designer de Mídia Digital: Milena Lemos. Direção de Produção: Tatianna Trinxet e Miriam Freeland. Co-Produção: Constelar - Arte, Diversão e Cultura. Realização: Movimento Carioca Produções Artísticas - Roberto Bomtempo, Miriam Freeland e Regina Sampaio.
Serviço:
Diário de Pilar na Amazônia
Estreia dia 23 de março, sábado, às 15h.
Temporada: Sábados às 15h e domingos às 11h e às 15h. Até 14 de abril.
Duração: 65 minutos.
Classificação: Livre.
Ingressos: R$90 e R$45.
TEATRO VIVO – Avenida Doutor Chucri Zaidan, 2460 – Morumbi. Telefone: 11 3430-1524.
Bilheteria:
Funcionamento somente nos dias de peça, 2h antes da apresentação.
Ponto de Venda Sem Taxa de Conveniência: Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 (antigo 860) – Morumbi
Estacionamento no local: Valor R$25 - Funcionamento: 2h antes da sessão até 30 minutos após o término da apresentação.
- Crianças até 3 anos não pagam (devem sentar no colo do adulto responsável)
- Crianças de 3 a 12 anos pagam meia entrada.
Obs. O ingresso PROMOCIONAL no valor de R$39,60 é válido para todos os clientes e segue o plano de democratização da Lei Rouanet, havendo uma cota deste valor promocional por sessão. O comprovante de meia entrada deverá ser apresentado na entrada do espetáculo
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