A pós-modernidade desfez as convicções antigas e familiares, gerando um questionamento dos princípios e das suposições que antes norteavam nossa existência. O mundo, incluindo nossas próprias vidas, parece ter mergulhado em um mar de incertezas. Como é viver em contingência? Que critérios, se é que existem, podem avaliar a qualidade dessa vida? Podemos almejar torná-la melhor? São estas e outras questões que o pensador polonês Zygmunt Bauman debate em "Indícios da Pós-modernidade", que chega pela editora Unesp aos leitores lusófonos.
Os ensaios compilados nesse livro, muitos dos quais em versões revisadas, enquanto outros são apresentados pela primeira vez, procuram explorar as tendências sociais, culturais e políticas das últimas décadas, frequentemente debatidas no contexto dos estudos sobre a pós-modernidade. Zygmunt Bauman se compromete a "abrir" o diálogo sobre a pós-modernidade, demonstrando sua relevância. Para avançar na análise, o autor elabora um guia valioso sobre os antecedentes filosóficos da pós-modernidade e uma avaliação criteriosa das respostas sociológicas a ela em um mundo onde as antigas certezas desapareceram, e novas contingências inquietantes foram reconhecidas.
“A pós-modernidade significa muitas coisas diferentes para muitas diferentes pessoas. Ela pode significar um edifício que ostenta com arrogância as ‘ordens’, prescrevendo o que cabe em quê e o que deve ser mantido estritamente fora para preservar a lógica funcional do aço, do vidro e do concreto. Ela significa um trabalho de imaginação que desafia a diferença entre a pintura e a escultura, os estilos e os gêneros, a galeria e a rua, a arte e tudo mais. Ela significa uma vida que, de forma suspeita, parece com uma série de televisão e um docudrama que ignora a sua preocupação em separar a fantasia do que ‘realmente aconteceu’”, escreve Bauman. “A pós-modernidade é tudo isso e muito mais. Mas é também – talvez mais do que qualquer outra coisa – um estado mental.”
Ao longo do livro, há uma forte ênfase em destacar a relevância da pós-modernidade em nossas vidas cotidianas, incluindo discussões sobre o colapso do comunismo como um sintoma dessa era e uma narrativa sobre como viver sem alternativas totalizantes. O volume conclui com uma entrevista esclarecedora com Bauman, que contribui para contextualizar muitas das preocupações abordadas na obra. Esta coletânea, clara, ponderada e instigante, oferece uma contribuição significativa para a leitura sobre a pós-modernidade e certamente atrairá sociólogos, filósofos, cientistas políticos e estudiosos da cultura. Compre o livro "Indícios da Pós-modernidade", de Zygmunt Bauman, neste link.
Sobre o autor
O filósofo e sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia, alcançou notoriedade junto ao grande público com suas análises do mundo contemporâneo. Dele, a editora Unesp publicou "Hermenêutica e Ciência Social: abordagens da Compreensão" (2022) e "Para Uma Sociologia Crítica: um Ensaio sobre o Senso Comum e a Emancipação" (2023). Garanta o seu exemplar de "Indícios da Pós-modernidade", escrito por Zygmunt Bauman, neste link.
0 comments:
Postar um comentário
Deixe-nos uma mensagem.