segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

.: "A Vingança É Minha", de Marie Ndiaye, mostra realidade escorregadia


Da vencedora do Prêmio Goncourt, Marie Ndiaye, o livro "A Vingança É Minha", lançado pela editora Todavia, é um thriller psicológico irresistível, em que a realidade é tão escorregadia quanto a memória da protagonista. A tradução é de Marília Scalzo.

No livro, Dra. Susane, de quem não se sabe o primeiro nome, é uma advogada mediana. De origem modesta, tem 42 anos e vive em Bordeaux, na França, aceitando um ou outro caso inexpressivo em seu pequeno escritório e, dessa forma, mantendo seu estilo de vida, que é confortável, mas sem grandes luxos: ela tem um apartamento, um carro velho e pode pagar Sharon, a empregada das Ilhas Maurício que limpa sua casa. As poucas viagens que faz são para visitar os pais, que moram em uma cidade nos arredores.

As coisas seguiam assim até que chega ao escritório de dra. Susane um homem distinto, chamado Gilles Principaux, buscando contratá-la para defender a esposa, acusada de assassinar os três filhos do casal. Além de não compreender por que Principaux, pessoa influente na cidade, escolheria uma advogada sem renome para a defesa, dra. Susane é invadida por uma sensação que não sai de sua cabeça e que vai nortear toda a narrativa de A vingança é minha: a sensação de que Principaux faz parte de seu passado.

A partir dessa impressão incômoda, a advogada inicia uma busca por respostas sobre sua história. Questionando sobretudo a mãe, que no passado trabalhava como passadeira e teria levado a filha à casa dos Principaux, dra. Susane tenta se lembrar do jovem Gilles, com quem teria passado algumas horas no quarto dele - mas ela não consegue (ou não quer) se lembrar do que acontecera ali. 

Quanto mais dra. Susane deseja que a memória que tem de Principaux seja verdadeira, mais adentramos sua vida: como advogada, ela tenta ajudar Sharon no processo de legalização em território francês, ao mesmo tempo que, como patroa, mantém uma relação distante e cuidadosa, cheia de lacunas. Ela encontra conforto somente nas conversas com Rudy, seu melhor amigo e ex-marido, que é pai de Lila, por quem sente uma afeição maternal.

Conforme o mal-estar e as dúvidas sobre a verdade e a memória se acentuam, as relações entre dra. Susane e seus pais, seu ex-marido, Lila e Sharon se aprofundam e se embaralham, fazendo deste livro um dos thrillers psicológicos mais perturbadores dos últimos tempos. Compre o livro "A Vingança É Minha", de Marie Ndiaye, neste link.


O que disseram por aí
“NDiaye manipula as impressões, capturando um tipo peculiar de delírio emocional em 'A Vingança É Minha'. Ela distorce seu estilo para mimetizar o desgaste psicológico de dra. Susane em sua busca pela verdade.” — Lovia Gyarkye, The New York Times


Sobre a autora
Marie NDiaye
nasceu em 1967 em Pithiviers, na França. Venceu o Goncourt em 2009 com o romance "Trois Femmes Puissantes" e o Marguerite Yourcenar em 2020 pelo conjunto de sua obra. Garanta o seu exemplar de "A Vingança É Minha", escrito por  Marie Ndiaye, neste link.

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