terça-feira, 16 de janeiro de 2024

.: Inédito de Graciliano Ramos: "Os Filhos da Coruja" é lançado pela editora Baião


Dentro da Coleção Graciliano Ramos, lançado pela editora Todavia, será lançado o título inédito "Os Filhos da Coruja" (1923) - publicado pela Baião, o selo da Todavia para as infâncias -, que, ao lado de "Angústia" (1936), um dos romances mais marcantes de Graciliano, cuja produção acaba de entrar em domínio público, inauguram o projeto. A coleção conta com um trabalho editorial de envergadura, revisitando a tradição de cada uma das obras em busca de ampliar suas possíveis leituras e, após criterioso levantamento das versões existentes, restituir o texto àquela que seria a última vontade do escritor. 

O livro "Os Filhos da Coruja" nasce a partir de um texto inédito de Graciliano Ramos, registrado e disponível para consulta nos arquivos do IEB. Um poema escrito à mão, com data de 5 de setembro de 1923 e assinado por J. Calisto, um dos muitos pseudônimos que o escritor utilizou, principalmente no início de sua carreira literária. A partir de um episódio na vida de um Gavião, uma Coruja e seus filhotes, este livro ilustrado abre espaço para leituras diversas e, em seu ineditismo, dialoga com a obra completa do autor e com toda uma vasta tradição literária. Uma bela porta de entrada para um dos grandes nomes da literatura brasileira.

A fábula “A Águia e o Mocho”, de La Fontaine, foi a principal inspiração de Graciliano para escrever "Os Filhos da Coruja". E o autor claramente recorre ao gênero aqui: além da mensagem final, típica das fábulas, esta é uma narrativa breve, com um tom que se aproxima da oralidade e destaca a presença de animais com características humanas e dilemas éticos e morais. Tudo isso feito à moda brasileira, mencionando, por exemplo, o nordeste e a seca. 

O texto, ainda que curto, abre espaço para leituras diversas e, em seu ineditismo, dialoga com a obra completa de Graciliano Ramos e com uma vasta tradição literária. Com pinturas de Gustavo Magalhães, jovem artista visual paranaense, e pesquisa e organização de Thiago Mio Salla, um dos maiores especialistas na obra do autor, este "Os Filhos da Coruja" entrega o que há de melhor em Graciliano: o caráter abertamente crítico, que revela aquilo que Antonio Candido, um dos nossos grandes intelectuais, chamaria de “pesquisa progressiva da alma humana”. Compre o livro "Os Filhos da Coruja", escrito por Graciliano Ramos e com ilustrações de Gustavo Magalhães, neste link.

Sobre o autor
Graciliano Ramos de Oliveira
 nasceu em 1892, no município de Quebrangulo, Alagoas. Considerado um dos maiores escritores da literatura nacional, é autor de clássicos como este "Angústia" (1936), "Vidas Secas" (1938) e "Memórias do Cárcere" (1953). Antes de se dedicar prioritariamente à literatura, atuou como jornalista, comerciante, educador e político. Suas primeiras publicações se resumiam a poemas e crônicas em jornais e revistas, para os quais escrevia com pseudônimos.


Sobre o organizador
Thiago Mio Salla 
é doutor em Ciências da Comunicação e em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Docente e pesquisador da Escola de Comunicações e Artes da USP e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da FFLCH/USP. Atualmente coordena e desenvolve projetos no Fundo Graciliano Ramos (IEB/USP). Garanta o seu exemplar de "Os Filhos da Coruja", escrito por Graciliano Ramos e com ilustrações de Gustavo Magalhães, neste link.

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