Mais uma imersão do grupo no teatro de animação, em uma peça que aborda, entre outros temas, o TEA (Transtorno do Espectro Autista) e o respeito à diversidade. Após Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, o espetáculo chega ao Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo para uma temporada de seis semanas, de 5 de janeiro a 25 de fevereiro. Foto: João Julio Mello
Adultos e crianças estão convidados a mergulhar em uma história de amor entre irmãos, unidos pela diferença. Após temporadas de sucesso em Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, “Azul”, nova produção da Artesanal Cia. de Teatro, chega a São Paulo para uma temporada de seis semanas no Centro Cultural Banco do Brasil, que patrocina e apresenta o espetáculo.
“Azul” é o 15º espetáculo da Artesanal Cia de Teatro, que com 28 anos de história tem montagens infanto-juvenis, para adultos e jovens. A peça é mais uma imersão do grupo no teatro de animação, fazendo uso de bonecos e máscaras para abordar, de forma leve e lúdica, temas como TEA (Transtorno do Espectro Autista) e o respeito à diversidade.
A narrativa é conduzida pelos olhos de Violeta, menina de quatro anos que está ansiosa pela chegada de seu irmãozinho, Azul. O que ela não imagina, é que ele acabará ocupando um espaço inesperado na vida da família. Entre o ciúme e a aceitação de um irmão diferente dela, Violeta tenta compreender esse universo, buscando maneiras de interagir com o irmão e descobrindo que é preciso aprender a lidar com o que a vida propõe para a solução natural dos conflitos e que o amor entre eles é maior do que qualquer diferença que possa existir.
O texto propõe uma visão sobre as relações dentro de uma família, que tem um integrante que vivencia o mundo de forma singular. “O primeiro sentimento de Violeta é o ciúme. Depois vem a competição, que pouco a pouco vai sendo substituída pela relação de afeto e confiança. Com isso temos uma história familiar que se desenvolve dentro de uma dinâmica muito parecida com toda e qualquer família que tem mais de um filho”, explica o diretor da peça, Henrique Gonçalves.
O autor Gustavo Bicalho, que também assina a trilha sonora e o texto, e dramaturgia ao lado de Andrea Batitucci, complementa: “Há uma questão na peça que nos é colocada de forma bastante sutil, mas Azul não é o irmão que Violeta esperava ganhar. A família precisa descobrir formas de se comunicar com o menino. Logicamente, o TEA é um espectro muito amplo e não temos como abordar todas as questões relativas a isto. Azul (o irmão) está no espectro autista e tem o seu jeito de ser”.
Para construir o personagem, a Cia contou com Consultoria para Acessibilidade e Inclusão de Cris Muñoz, atriz, também autista, que tem doutorado e desenvolve uma pesquisa em arte e inclusão. Ela também é mãe de uma menina autista. Segundo Cris, ao abordar de maneira positiva, lúdica, sem discriminação ou romantização a questão do autismo, o espetáculo está propondo um olhar de respeito ao sujeito, de humanização das diferenças e respeito à diversidade. ”A família é parte indissociável da vida, nela desenvolvemos afetos, construções, aprendemos comportamentos e partilhamos momentos que irão fazer parte do nosso entendimento sobre nós mesmos enquanto indivíduos e enquanto grupo com o qual nos identificamos”, reflete.
Na costura de tudo, uma trilha sonora sob medida, com marchinhas de carnaval, blues, clássicos da música erudita e música minimalista que agem como elemento narrativo: ”A música deste espetáculo é bem peculiar, porque é usada como uma forma de comunicação com o Azul. A irmã estuda piano e descobre que ele gosta de ouvir quando ela está tocando”, conta Bicalho.
Com narração de Cleiton Rasga e um elenco afiado formado por Alexandre Scaldini, Brenda Villatoro, Bruno de Oliveira, Carol Gomes, Marise Nogueira e Tatá Oliveira, “Azul” promete emocionar os mais diversos públicos. Os atores também têm experiência em aulas para crianças dentro do espectro autista e todo o processo do ensaio traz um momento de conversas e troca de experiências. Segundo a equipe, esta produção está sendo um processo bem rico de aprendizado para todos.
Ao receber esse espetáculo, o Centro Cultural Banco do Brasil, reafirma seu compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura, formando plateias, promovendo respeito à diversidade e valorizando a produção teatral nacional.
Ficha técnica
Espetáculo "Azul". Texto e dramaturgia Andrea Batitucci e Gustavo Bicalho. Elenco: Alexandre Scaldini, Brenda Villatoro, Bruno de Oliveira, Carol Gomes, Marise Nogueira e Tatá Oliveira. Locução: Cleiton Rasga. Direção artística: Gustavo Bicalho e Henrique Gonçalves. Concepção, criação e confecção de bonecos e máscaras: Dante. Direção de movimento dos atores e preparação corporal: Paulo Mazzoni. Direção de movimento dos bonecos e preparação técnica máscara teatral: Marise Nogueira. Preparação vocal: Verônica Machado. Figurinos e adereços: Fernanda Sabino e Henrique Gonçalves. Cenário, objetos, adereços de cena e baleia: Karlla de Luca. Cenotécnico: Antônio Ronaldo. Direção de palco: Alexandre Scaldini. Desenho de luz: Rodrigo Belay. Operação de luz: Poliana Pinheiro. Trilha musical: Gustavo Bicalho. Desenho de som: Luciano Siqueira. Operação de som Pedro Quintaes. Projeto gráfico: Dante. Fotografia: Christina Amaral e João Julio Mello. Cinematografia: Chamon Audiovisual. Assessoria de imprensa: Grená Agência de Criação. Coordenação de comunicação: Alexandre Aquino. Mídias sociais: Tatá Oliveira. RP: Evandro Rius. Assistência de produção: Bruno Oliveira e Edeilton Medeiros. Consultoria para acessibilidade e inclusão: Cris Muñoz. Produção: Marta Paiva. Direção de produção Henrique Gonçalves. Idealização: Artesanal Cia. de Teatro. Realização: Centro Cultural Banco do Brasil. Patrocínio: Banco do Brasil.
Serviço
Espetáculo “Azul” da Artesanal Cia. de Teatro. Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. Temporada de 5 de janeiro a 25 de fevereiro de 2024. Temporada de seis semanas, pulando os dois finais de semanas do carnaval de rua, 10 e 11, 17 e 18 de fevereiro. Horários de janeiro: sextas, às 16h, sábados e domingos, às 11h e às 15h. Horários de fevereiro: sábados e domingos, às 11h e às 15h. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB - Meia-entrada para estudantes e professores, crianças com até 12 anos, maiores de 60 anos, pessoas com deficiência e seus acompanhantes e casos previstos em Lei. Clientes BB pagam meia entrada pagando com Ourocard. Duração: 50 minutos. Classificação indicativa: livre (recomendado a partir dos cinco anos). Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico / São Paulo. Funcionamento: aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças. Outras informações: (11) 4297-0600. Estacionamento: o CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h. Transporte público: O Centro Cultural Banco do Brasil fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista. Táxi ou aplicativo: desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m). Van: ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h. Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.
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