Um dos livros cobrados pela Fuvest em 2026, "Opúsculo Humanitário" reúne textos da educadora, escritora e poetisa potiguar Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, pioneira na educação feminista no Brasil, com protagonismo nas letras, no jornalismo e nos movimentos sociais.
Em "Opúsculo Humanitário", publicado no Rio de Janeiro em 1853, encontra-se a síntese do pensamento de Nísia Floresta sobre a educação feminina. Trata-se de uma coletânea de 62 artigos publicados na imprensa carioca após a sua primeira viagem à Europa. Os textos iniciais traçam um histórico da condição feminina em diversas civilizações, desde a antiguidade clássica ao século XIX.
Para ela, o desenvolvimento material e intelectual de um país, está relacionado ao lugar ocupado pelas mulheres na sociedade. Sobre o Brasil, a educadora afirma que a instrução das meninas significaria o acesso da nação brasileira no rol das civilizações modernas. O antiescravismo de Nísia Floresta evidencia-se também em suas referências às relações no âmbito doméstico e o seu reflexo na educação de meninas.
Segundo ela, o tratamento rude dado aos escravos e até às amas de leite por seus senhores era um péssimo exemplo de “revoltante ingratidão”. Ainda que brevemente, Nísia Floresta menciona no "Opúsculo Humanitário" o movimento de incentivo ao aleitamento materno. Na última parte do livro, a autora critica as escolas e o ensino no Brasil, valendo-se de dados oficiais, posicionando-se contrariamente ao governo sobre a falta de direcionamento educacional, sobretudo na educação de meninas.
Nesta coleção de artigos sobre emancipação feminina, que foi merecedor de uma apreciação favorável de Auguste Comte, pai do positivismo, a obra sintetiza o pensamento da autora sobre a educação feminina, além de abordar a pedagogia de forma geral e apontar críticas a instituições de ensino da época. A ideia de rompimento com a esfera privada, atribuída a Nísia, está diretamente relacionada com sua escrita. Compre o livro "Opúsculo Humanitário", de Nísia Floresta, neste link.
Sobre a autora
Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, (Papari, 12 de outubro de 1810 - Rouen, França, 24 de abril de 1885) foi uma educadora, escritora e poetisa brasileira. Primeira na educação feminista no Brasil, com protagonismo nas letras, no jornalismo e nos movimentos sociais. Defensora de ideais abolicionistas, republicanos e principalmente feministas, posicionamentos inovadores na época, influenciou a prática educacional brasileira, rompendo limites do lugar social destinado à mulher. Capaz de estabelecer um diálogo entre ideias europeias e o contexto brasileiro no qual viveu, dedicou obras e ensinos sobre a condição feminina e foi considerada pioneira do feminismo no Brasil, além de denunciar injustiças contra escravos e indígenas brasileiros.
No cenário de mulheres reclusas ao casamento e maternidade, diante de uma cultura de submissão, foi a primeira figura feminina a publicar textos em jornais, na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava. Dionísia Pinto ainda dirigiu um colégio para meninas na cidade do Rio de Janeiro e escreveu diversas obras em defesa dos direitos das mulheres, índios e escravos, envolvendo-se plenamente com as questões culturais de seu tempo, através de sua militância sob diversas vertentes. Garanta o seu exemplar de "Opúsculo Humanitário", escrito por Nísia Floresta, neste link.
Fuvest 2026
"Opúsculo Humanitário" (1853) - Nísia Floresta Brasileira Augusta
"Nebulosas" (1872) – Narcisa Amália
"Memórias de Martha" (1899) – Julia Lopes de Almeida
"Caminho de Pedras" (1937) – Rachel de Queiroz
"O Cristo Cigano" (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
"As Meninas" (1973) – Lygia Fagundes Telles
"Balada de Amor ao Vento" (1990) – Paulina Chiziane
"Canção para Ninar Menino Grande" (2018) – Conceição Evaristo
"A Visão das Plantas" (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida
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