Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.
Registro de apresentações ao vivo em fevereiro deste ano no Rio de Janeiro, o CD duplo "Que Tal Um Samba" reúne uma ótima coletânea de canções de Chico Buarque interpretadas por ele e por Monica Salmaso. Trata-se de uma rara oportunidade para conferir a importância de sua obra para a nossa música popular.
Desde 1975, o ano do disco e show com Maria Bethânia, o compositor não dividia um projeto com uma intérprete. E por sua vez, Monica Salmaso já tinha uma forte identificação com o universo musical de Chico Buarque, pois gravou um disco em 2007 com o grupo Pau Brasil inteiramente dedicado a sua obra.
A direção musical, arranjos e regência ficaram por conta do experiente Luiz Cláudio Ramos. E a banda contou com João Rebouças (Piano e cavaquinho), Jorge Helder (Baixo, violão e bandolim), Jurim Moreira (Bateria), Chico Batera (Percussão), Bia Paes Leme (teclado e vocais) e Marcelo Bernardes (sopros).
O disco começa com Monica Salmaso interpretando com sua habitual maestria canções como Bom Tempo, Passaredo e Mar e Lua. Chico dá o ar da graça na biográfica Velho Francisco. A partir daí o que se ouve é uma sucessão de canções marcantes de sua obra, cantadas em uníssono pelo público presente.
Chico homenageia Gal Costa (1945-2022), evocada em Mil Perdões, e Miúcha (1937-2018), com Maninha, o mergulho ficcional do cantor na infância com a irmã. Também recria canções do disco de 1987 (As Minhas Meninas e Bancarrota Blues) e do album Paratodos (Choro Bandido, Biscate e Futuros Amantes). A inclusão de O Meu Guri (do álbum Almanaque de 1981) surpreendeu e emocionou o público presente no show.
No final, as 31 faixas de Que tal um Samba? mostram um Chico Buarque revigorado, recriando canções que se mostram atemporais. Um perfeito retrato da nossa vida cotidiana.
O Meu Guri
Bom Tempo
Que Tal Um Samba
0 comments:
Postar um comentário
Deixe-nos uma mensagem.