quarta-feira, 8 de novembro de 2023

.: Peças "Labirinto Feminino" e "Labirinto Imersivo" discutem violência


Com dramaturgia e direção de Gabriela Gama, espetáculos integram a programação do 31º Festival Mix Brasil e são apresentados de 9 a 19 de novembro no Teatro Sérgio Cardoso e no Museu da Imagem e do Som. Foto: Karen Malagoli


Com a missão de ensinar o público a identificar as diferentes fases do ciclo de violência contra mulheres cis e trans, os espetáculos "Labirinto Feminino" e "Labirinto Imersivo", ambos escritos e dirigidos por Gabriela Gama, estreiam durante a programação do 31º Festival MIX Brasil, que acontece online e de forma presencial em vários espaços de São Paulo, entre 8 e 19 de novembro. 

Em uma montagem teatral presencial, Labirinto Feminino é apresentado no Teatro Sérgio Cardoso (na Sala Paschoal Carlos Magno), nos dias 17 e 18 de novembro, às 19h. Já o espetáculo em realidade virtual (VR) Labirinto Imersivo pode ser conferido no MIS – Museu da Imagem e do Som, de 9 a 19 de novembro. Os dois trabalhos trazem no elenco Wallie Ruy, Gabriela Gama e Shirtes Filho.

Os espetáculos surgiram de uma investigação que o grupo deu início em 2018 sobre a Síndrome de Estocolmo e as violências contra as mulheres. A pesquisa resultou em uma performance chamada Núpcias, a história de uma noiva que se prepara para seu casamento enquanto vai contando as histórias de abuso que sofre por parte do noivo, mas ainda está feliz por realizar o seu sonho de casar. 

“Fiquei impactada como essa história apresentada em looping fazia o público interagir e se indignar com a narrativa. A partir daí intensifiquei a pesquisa sobre o ciclo da violência, assim como a linguagem performática, principalmente durante a pandemia já que os números de agressões e feminicídios aumentaram no período. Então, surgiu o Labirinto Feminino em forma virtual em uma residência pela Lei Aldir Blanc. Compilei uma série de performances sinestésicas demonstrando como a violência perpassa por esse ciclo”, conta a diretora e autora Gabriela Gama.

A peça "Labirinto Feminino" conta a história de duas mulheres, uma trans e outra cis, que estão prestes a casar com seus respectivos príncipes. Porém, o que aparenta ser uma relação amorosa e feliz esconde uma realidade bem diferente. Por meio de performances e monólogos intensos, a peça explora o ciclo da violência doméstica e como essas situações de abuso se apresentam de diversas formas.

Já o espetáculo imersivo em VR Labirinto Imersivo apresenta a história dessas mesmas mulheres após o "felizes para sempre". Através de performances, o espetáculo explora o ponto de vista da parcela omissa da sociedade em relação ao ciclo de violência feminina.

“O texto é composto por performances que foram criadas a partir de cada estação desse ciclo da violência. Contamos essa história desde a mitologia, contos de fadas até os dias de hoje. Tudo foi pensado não só para ajudar a contar essa história, como a passar pelas estações do ciclo. A cenografia é minimalista, com um palco vazio que representa um espaço neutro e com elementos simbólicos que vai criando uma alusão de como vai ficando o psicológico de uma vítima de violência”, revela Gama. 

“A iluminação cria atmosferas diferentes ao longo da peça e ajudar de forma simbólica a destacar a transformação das personagens. Em contraste com esses momentos de violência, momentos de esperança e empoderamento são também destacados na iluminação”, acrescenta a diretora. 

A encenadora ainda conta que o espetáculo é uma resposta ao aumento absurdo de casos de feminicídio no Brasil. “Só no primeiro semestre de 2023, houve um aumento de 34% em São Paulo, assim como agressões, ameaças e medidas protetivas. São números de grande expressividade para serem ignorados. Por que querem nos matar? O que podemos fazer para mudar esse cenário? A peça foi pensada como forma de expor essa calamidade e de alerta, assim como uma tentativa de prevenção. Talvez, se conseguirmos reconhecer esses ciclos, seja uma das formas de libertar toda uma próxima geração dessa pandemia silenciosa”, explica. 


Ficha técnica
Espetáculo "Labirinto Feminino" e "Labirinto Imersivo". Direção geral: Gabriela Gama. Assistente de direção: Júlio Oliveira. Atores: Wallie Ruy, Gabriela Gama e Shirtes Filho. Iluminação e operação: Diego Chimenes. Sonoplastia e operação: Daniel Freire. Direção de câmera VR: Yuri Reuter. Direção de fotografia: Júlio Oliveira. Operação de Câmera VR: Tuca Moraes e Igor Ventura. Design VR: Jorge Groove. Design gráfico: Shirtes Filho. Fotos: Karen Malagoli. Produção executiva: Gabriela Gama. Executivo comercial: Osvaldo Ortega. Assessoria de imprensa: Pombo Correio. Produção e idealização: Faga’s Produções. 


Serviço
Espetáculo "Labirinto Feminino".
31ª Edição Festival Mix Brasil – Dramáticas. Apresentações: 17 e 18 de novembro, às 19h. Teatro Sérgio Cardoso (Sala Paschoal Carlos Magno) – Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista. Ingressos: grátis. Classificação: 16 anos. Duração: 75 minutos. Possui acessibilidade. Sinopse: Labirinto Feminino conta a história de duas mulheres (trans e cis) que estão prestes a casar com seus respectivos príncipes. Porém, o que aparenta ser uma relação amorosa e feliz esconde uma realidade bem diferente. Através de performances e monólogos intensos, a peça explora o ciclo da violência doméstica e como essas situações de abuso se apresentam de diversas formas, ao mesmo tempo em que discute a importância de combater os feminicídios e transfeminicídios que resultam na dizimação do empoderamento feminino. 


Espetáculo "Labirinto Imersivo (Realidade Virtual)". 31ª Edição Festival Mix Brasil – MIX.XR. Apresentações: 9 a 19 de novembro. Terça a sexta: 13h às 19h. Sábado: 13h às 20h. Domingo e feriado: 12h às 18h. Museu da Imagem e do Som (MIS) – Avenida Europa, 158, Jardim Europa. Ingressos: grátis. Classificação: 16 anos. Duração: 75 minutos. Possui acessibilidade. Sinopse: Labirinto Imersivo apresenta a história de duas mulheres (trans e cis) após o ‘Felizes Para Sempre’. Porém, o que aparenta ser uma relação amorosa e feliz esconde uma realidade bem diferente. Através de performances, o espetáculo imersivo em realidade virtual explora o ponto de vista da parcela omissa da sociedade em relação ao ciclo de violência feminina e como essas situações de abuso se apresentam de diversas formas, ao mesmo tempo em que discute a importância de combater os feminicídios e transfeminicídios, que resultam na dizimação do empoderamento feminino. Instagram: @femininolabirinto.

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