Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.
Considerado um dos percussionistas mais requisitados da MPB, Marcelo Costa conseguiu reunir um time de intérpretes para produzir o seu Volume 2, um projeto no qual atua como diretor artístico e recria canções que marcaram a sua trajetória na música. Para viabilizar esse projeto, ele contou com nomes como Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Jussara Silveira, Marisa Monte, Teresa Cristina e Martinália, entre outros. Em entrevista para o Resenhando.com, Marcelo explica que cada convidado tem uma passagem profissional com ele na música e que o repertório tem uma característica atemporal. “Esse projeto é uma celebração para nossa MPB”.
Resenhando.com - Como foi seu início na música?
Marcelo Costa - Eu comecei nos anos 70, com o grupo A Barca do Sol. Tinha apenas 14 anos naquela ocasião. Logo em seguida, participei da gravação do primeiro disco do grupo Boca Livre, que acabou alcançando ótimos índices de vendagens. Em 1984 fui convidado para participar da Banda Nova do Caetano Veloso, que gravou o álbum Velô. Essa participação acabou me projetando no meio musical ainda mais e desde então tenho sido requisitado e trabalhado com vários nomes.
Resenhando.com - Como foi possível reunir esse grupo de intérpretes nesse trabalho?
Marcelo Costa - Não foi difícil porque tenho uma história com cada um dos convidados. Todos entenderam o conceito artístico do projeto e colaboraram da melhor forma possível. Então, a questão foi apenas conciliar datas para poder agendar a gravação. Esse projeto tem um caráter atemporal, com composições de vários nomes consagrados, como Lupicínio Rodrigues e Vinícius de Morais. Não sou compositor, portanto pude me concentrar na escolha do repertório e na produção. Foi muito legal foi ver a colaboração dessas pessoas que sempre admirei e continuo admirando na música.
Resenhando.com - Você citou o Caetanos Veloso, mas tem trabalhado bastante com a Maria Bethânia. Como tem sido essa parceria com ela?
Marcelo Costa - Se por um lado trabalhar com o Caetano Veloso ajudou a abrir portas, trabalhar com a Bethânia foi uma benção. Comecei a trabalhar com ela a partir de 1999. Como intérprete, nem preciso falar muito; considero ela uma das maiores vozes de sua época, capaz de transmitir uma emoção incrível em suas interpretações. Nesse Volume 2 ela canta a canção intitulada Número Um, parceria de Benedito Lacerda e Mario Lago. E para minha surpresa, a Bethânia disse que já conhecia porque a mãe dela cantava essa canção durante a infância dela. E ela cantou divinamente, como sempre.
Resenhando.com - Nesse Volume 2 você participa cantando uma das faixas. Como foi essa experiência?
Marcelo Costa - Foi algo que se encaixou no conceito do disco. Mas não tenho pretensão de virar um intérprete. Continuo tendo a mesma pretensão de ser um músico que acompanha o intérprete.
Resenhando.com - Como está sendo feita a divulgação desse trabalho.
Marcelo Costa - A Gravadora Biscoito Fino já disponibilizou o disco nas plataformas de streaming. No futuro quero levar esse trabalho para o palco.
"Número Um" (Maria Bethânia)
"Deixei Recado" (Roberta Sá)
"Mulher Sem Razão" (Ney Matogrosso)
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