domingo, 8 de outubro de 2023

.: Livro póstumo da jornalista Cristiana Lôbo revela bastidores dos presidentes


Cristiana Lôbo, Lôba ou Cris, como era carinhosamente conhecida entre os amigos, sempre foi uma fiel observadora daquilo que move as pessoas. Pioneira na forma de comentar e noticiar os acontecimentos e uma das primeiras mulheres a cobrir política, tornou-se referência na imprensa como uma das maiores analistas do cenário político nacional. No livro "O que Vi dos Presidentes - Fatos e Versões", livro escrito por Cristiana Lôbo e finalizado por Diana Fernandes, publicado pela editora Planeta, a analista política brinda os leitores com um relato minucioso e perspicaz de quem teve acesso direto a Chefes de Estado em exercício.

Reverenciada pela maneira elegante com que interagia com figurões da política e dona de histórias singulares, suas ricas memórias estão agora eternizadas no livro. A obra apresenta os perfis de todos os presidentes eleitos, direta ou indiretamente, após o fim da ditadura militar no Brasil. Por entre detalhes curiosíssimos de cada período presidencial – dos pães de queijo para conquistar a atenção de Itamar Franco e receitas trocadas com Dilma Rousseff ao tratamento frio e impessoal destinado à imprensa por Michel Temer e Jair Bolsonaro –, Cristiana convida os leitores a desvendar como o temperamento e a personalidade de 8 presidentes moldaram seus governos em 37 anos de democracia no país.

Enquanto apresenta detalhes fundamentais de cada governo para acompanhar os desdobramentos do Brasil ao longo desses anos, a autora traz informações sobre o perfil de cada político. Falecida em novembro de 2021, Cristiana Lôbo não teve oportunidade de finalizar o livro, que foi concluído com a colaboração de Diana Fernandes, jornalista e amiga pessoal que a acompanhou por mais de três décadas ao longo de seus 43 anos de carreira. Compre o livro "O que Vi dos Presidentes - Fatos e Versões", escrito por Cristiana Lôbo e finalizado por Diana Fernandes, neste link. 


Trechos do livro

“A campanha de Collor era a mais organizada, totalmente estruturada de acordo com as normas do marketing político, que só se tornaria popular no Brasil nas eleições seguintes. O candidato tinha assessores específicos para cuidar da agenda, do relacionamento com a imprensa, da informática, da segurança, das finanças. Um ghost-writer (redator) para seus discursos. E até uma equipe própria para organizar os palanques, evitando presenças indesejáveis – os papagaios de pirata, que ele abominava.”


“O clima de animosidade não prejudicou a confecção e o sucesso do Plano Real. Anos depois, contudo, ainda causava rebuliço no grupo político de Itamar uma discussão sobre quem era, de fato, o pai do Plano Real: ele, o presidente da ocasião; ou Fernando Henrique, o ministro que coordenou a equipe. O próprio Itamar manifestou vez por outra sua mágoa por FHC ser considerado o autor do plano. Fernando Henrique sempre evitou essa polêmica e, por ocasião da morte de Itamar em 2011, disse: ‘Sem o apoio dele [Itamar] não teria Plano Real’.”


“Carlos Bolsonaro, ou Carluxo, assim chamado pelo pai e depois pelos políticos, assumiu o comando das redes sociais, abusando das fake news, que alimentariam, já no governo, o que passou a ser conhecido em Brasília como o ‘gabinete do ódio’ do Palácio do Planalto – produzindo vítimas até mesmo no grupo de apoiadores. As mídias sociais se tornaram a principal ferramenta de comunicação do governo Bolsonaro, que ignorou e desestruturou o sistema institucional em funcionamento.”

Sobre as autoras
Cristiana Lôbo começou sua carreira como estagiária em 1978 na Folha de Goiás em Goiânia, cobrindo Política até se tornar repórter da sucursal de Brasília, em 1979, onde permaneceu por 13 anos. De 1992 a 1998, foi colunista do jornal O Estado de S. Paulo. Em março de 1997, estreou na GloboNews integrando o time de comentaristas políticos do canal onde, seis anos depois, inaugurou o programa Fatos e Versões, que ficou no ar até 2020.

Na internet, foi pioneira no jornalismo em tempo real, no Portal IG. Além de seu blog no site G1, sua conta no Twitter chegou a ter mais de 1,5 milhão de seguidores. Como jornalista em Brasília, acompanhou de perto os bastidores do poder desde o fim da ditadura militar, em 1985, passando por todos os governos civis até 2021. Entre os diversos prêmios que recebeu estão Mulher Imprensa na categoria comentarista política, medalha de ouro no Prêmio Comunique-se, melhor programa de TV (Fatos e Versões) no Prêmio Engenho de Comunicação, +100 Admirados Jornalistas Brasileiros e melhor do Brasil em Política pelo TOP3 IBest 2021.


Diana Fernandes trabalhou como jornalista em Brasília por mais de três décadas, tendo passado a maior parte desse período, 27 anos, entre as redações dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo. Cobrindo Política Nacional, atuou como repórter, colunista e coordenadora de equipe nos dois veículos. Na segunda metade dos anos 1990, foi assistente e interina de Cristiana Lôbo na Coluna do Estadão. Em 2014, saiu do jornalismo diário para se dedicar a outros estudos e projetos. Garanta o seu exemplar de "O que Vi dos Presidentes - Fatos e Versões", escrito por Cristiana Lôbo e finalizado por Diana Fernandes, neste link.

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