sábado, 14 de outubro de 2023

.: Entrevista: Bernardo Lobo traz "Bons Ventos" para a MPB


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O cantor e compositor Bernardo Lobo, filho do consagrado músico Edu Lobo, lançou o CD "Bons Ventos", oitavo de sua discografia. Gravado em Lisboa, o álbum que leva o nome de uma canção inédita do artista carioca no título, marca os 30 anos de sua carreira. O produtor foi Marcelo Camelo, que participou da seleção do repertório e toca quase todos os instrumentos no álbum: guitarra, piano, baixo, bateria e percussão.Em entrevista para o Resenhando.com, Bernardo Lobo conta como foi o conceito de produção do disco, relembra passagens marcantes de sua carreira e explica como está sendo feita a divulgação desse novo trabalho. “A música é uma parte importante da minha vida”.


Resenhando.com - Como foi seu início na música?
Bernardo Lobo - A música sempre esteve presente em mim. Meu pai tocava as fitas e eu cantava. Mais tarde participei de dois discos dele: o "Jogos de Dança" e o "Grande Circo Místico", no qual participei do coro infantil. Na adolescência gostava de rock, reggae. E um pouco mais tarde comecei a fazer teatro. E foi o teatro que me trouxe de volta a música brasileira. Caetano. Gilberto Gil, Jorge Benjor, Djavan,  Edu (Lobo). Eu me apaixonei por esses mestres. Em uma turnê do meu pai, ele me levou junto como roadie e decidi que queria ser músico. Passei a fazer aulas de violão com a minha mãe e no segundo mês de aula eu já estava fazendo música. Logo depois fiz minha primeira gravação profissional no songbook do meu pai, editado pelo Almir Chediak. Daí em diante passei a fazer shows e não parei mais. Tive projetos com Chico Buarque, Paulinho Moska e quando me vi já estava totalmente envolvido com a música. Em 1998, fiz minha primeira fita demo com as minhas canções. E no ano 2000 lancei meu primeiro disco autoral


Resenhando.com - Quais são as suas principais influências musicais?
Bernardo Lobo - Inicialmente Caetano Veloso. Mais tarde Chico Buarque, Djavan e Milton Nascimento, Gilberto Gil, João Bosco, Ivan Lins, Dori Caymmi. Essas são minhas principais influências da formação musical.


Resenhando.com - Fale sobre a produção do novo disco.
Bernardo Lobo - Tive a ideia de chamar o Marcelo Camelo. E aí passamos a conceituar o que seria o disco. Ele escolheu oito músicas e a lista acabou ficando igual a minha. Queria um disco com as canções mais comunicativas. E acho que conseguimos atingir o nosso objetivo


Resenhando.com - Na sua discografia consta um disco com canções de Marcos Valle.  Como foi essa experiência?
Bernardo Lobo - Foi ótimo. Foi muito importante. Naquela época estava sem fazer nada. E um produtor de São Paulo me procurou depois de uma apresentação, me convidando para gravar esse disco. Quando estava gravando, me mudei para Portugal. E o Marcos Valle apareceu por lá. Desse contato resultou em uma parceria que fizemos e ainda faríamos outra canção. As duas por final para meus filhos. Não estava no script virar parceiro do Marcos, mas acabou acontecendo e foi algo incrível. Uma experiência gratificante da qual me orgulho muito.


Resenhando.com - Como é trabalhar com o Marcelo Camelo na produção?
Bernardo Lobo - Foi fácil demais. O Marcelo Camelo foi um gigante. Tocou vários instrumentos e me obrigou a tocar violão em todas as músicas, coisa que eu nem queria. Tinha intenção de trazer um violonista, mas ele (Camelo) disse que queria eu no violão. Acabei inclusive participando dos arranjos que partiam mesmo do meu violão. Foram dois meses de gravação sem uma única discussão.

Resenhando.com - Há planos para shows no Brasil para divulgar o álbum?
Bernardo Lobo - Sim. Devo me apresentar no Brasil em 2024, logo depois do carnaval. Tenho planos de shows em algumas capitais. Rio e São Paulo, com certeza estarão no roteiro.


"Bons Ventos"

"Na Palma da Mão"

"Arrebentação"

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