sábado, 9 de setembro de 2023

.: Crítica: "Angela" é cinebiografia de feminicídio de socialite nos anos 70

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em setembro de 2023


"Angela", em cartaz no Cineflix Cinemas, é cinebiografia que choca de modo extremamente provocante, mesmo estampando um fato muito conhecido. O longa nacional, dirigido por Hugo Prata ("Elis" e "Chorão: Marginal Alado"), sobre os últimos anos de vida da socialite mineira assassinada aos 32 anos nos anos 70, começa quando já separada do marido e de seus três filhos, Angela Diniz (Isis Valverde) vive tudo o que foi impedida, uma vez que se casou aos 17 anos, numa época em que os costumes eram seguidos à risca.

Todo o desespero de viver de Angela, sempre nítido nos que se vão cedo, estão presentes em cada cena da produção de 1h44, desde a busca por um amor ardente  que viva a seus pés -daí as diversas cenas de pornô soft de Isis Valverde e Gabriel Braga Nunes- até a depressão da pobre mulher rica, pode comprar tudo, menos o que mais lhe importa. Afinal, há também a impotência de não poder ser mãe, de seus dois meninos e uma menina, e, de fato, viver como uma mulher livre perante a sociedade.

  

Ainda que traga uma história conhecida pela sociedade e imprensa, além de ser recentemente tratada com detalhes em podcast (Praia dos Ossos), o roteiro de Duda de Almeia surpreende ao estampar os acontecimentos que precederam o assassinato a tiros da socialite brasileira, na Praia dos Ossos, em Búzios, pelo então marido, Doca Street. 

A série de acontecimentos deixa claro que aquela relação conturbadíssima resultaria num trágico fim, apesar dos diversos prenúncios tudo foi seguindo naturalmente. Na época, ele alegou ter cometido o crime por amor, sendo que a defesa usou o argumento da "legítima defesa de honra", que já não é mais reconhecida legalmente. O assassino chegou a ser homenageado em sanduíche chamado de Doca Street. 

 
O longa "Angela" se faz necessário, uma vez que o feminicídio segue presente na nossa sociedade doente, mostrando que desde os anos 70, pouquíssimo mudou, efetivamente, em favor das mulheres. É bom lembrar que há ainda a produção de uma nova minissérie da Amazon no Brasil, baseada no podcast "Praia dos Ossos", com a a atriz Marjorie Estiano no papel principal, o que fez a atriz encerrar seu contrato de 18 anos com a Globo em setembro de 2022. 

Assistir "Angela" é também uma forma de ver certas similaridades do romance "Hilda Furacão", do escritor mineiro Roberto Drummond, com a da socialite. Embora não tenha sido confirmado, muitos acontecimentos se conectam, deixando clara a inspiração do autor. Afinal, Drummond era jornalista e a vida de Angela Diniz era pauta. Vale a pena conferir o filme "Angela" na telona e despertar o interesse em saber ainda mais deste fato verídico!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link. Compre seus ingressos no Cineflix Cinemas Santos aqui: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 

 


"AngelaIngressos on-line neste link
Gênero: cinebiografia. Classificação: livre. Duração: 1h44. Ano: 2023. Idioma: inglês. 
Distribuidora: Downtown Filmes. Direção: Hugo PrataRoteiro: Duda de Almeida. Elenco:  Ísis Valverde (Angela), Gabriel Braga Nunes (Raul), Alice Carvalho (Lili), Emílio Orciollo Neto (Moreau). Sinopse: Drama e policial brasileiro de 2023, com produção da Downtown Filmes, baseado nos autos do processo do Caso Ângela Diniz, a sociliate vítima de feminicídiona década de 70.


Trailer de "Angela"
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