"Elza: a Voz do Milênio", lançamento da VR Editora, mostra como a cantora foi resistência e exemplo de talento por gerações
Ser mulher não é fácil. Preta, então... Elza Soares sabia que precisaria travar uma batalha para conquistar uma vida mais justa e livre a todas. Com o objetivo de manter vivo o legado da “mulher do fim do mundo”, a VR Editora lança, em agosto, a biografia para o público infantil "Elza: a Voz do Milênio", escrito por Nina Rizzi, com ilustrações de Edson Ikê.
Da infância pobre, os vários lutos parentais, os tempos da ditadura militar, os relacionamentos conturbados, ao estrelato internacional. A história de Elza Soares agora pode ser acessada de maneira lúdica pelas crianças, que manterão vivo o legado da “voz da resistência” por gerações.
Com texto de Nina Rizzi e desenhos feitos por Edson Ikê, esse recorte traz informações, curiosidades, fatos e dados biográficos da intérprete, como o casamento precoce aos 12 anos, a perda do filho por desnutrição, o sequestro da filha, os programas de calouros e em orquestras, o fato de cantar de graça na rádio e o casamento com Mané Garrincha.
A autora também se preocupou com detalhes não tão conhecidos pelo grande público, como o alfinete que Elza carregava para lembrar sempre de onde veio, o barulho do louva-deus que a fez apreciar os sons desde nova até o rapto da filha Dilma e o reencontro décadas mais tarde. Compre o livro "Elza: a Voz do Milênio", escrito por Nina Rizzi, com ilustrações de Edson Ikê, neste link.
"Inspirada pelo chiado do louva-a-deus, a cada vez que pegava uma lata d’água no chão e colocava na cabeça, ela soltava uns ruídos. Percebendo que havia suingue, brincava com os sons fazendo improvisos vocais. Elza ouvia música em todas as coisas". ("Elza: a Voz do Milênio", p. 6)
A obra proporciona o contato das crianças com o contexto político-social do país, desde a infância na Favela da Moça Bonita, a decisão de ser cantora – ainda menina quando ajudava a mãe a lavar roupas para fora –, as seis décadas de canções interpretadas com a alma e a história de uma mulher negra até a morte, em janeiro de 2022.
Mais do que apresentar a trajetória de superação, a intenção do livro é dar aos pequenos a oportunidade de entrarem em contato com diversas perspectivas do legado deixado por Elza Soares, entre elas, talvez a mais importante: a luta incansável pela igualdade racial e um mundo sem discriminação.
Ao compreenderem o curso dos acontecimentos, crianças e adultos terão a oportunidade de conhecer a personalidade desta voz rouca, rascante e cheia de balanço, de alguém que esteve à frente de seu tempo. Garanta o seu exemplar de "Elza: a Voz do Milênio", escrito por Nina Rizzi, com ilustrações de Edson Ikê, neste link.
Sobre a autora
Nina Rizzi, assim como a Elza Soares, já fez muitas coisas: foi babá, faxineira, garçonete, costureira, manicure e até vendeu artesanato na praia. Sempre gostou de ler e de estudar, por isso tornou-se professora, escritora e tradutora. Escreveu vários livros, entre eles o infantil "A Melhor Mãe do Mundo". Acredita muito na vida e na força da comunidade. Tem um vozeirão e gosta bastante de cantar, mas por enquanto só no banheiro.
Sobre o ilustrador
Edson Ikê, artista gráfico e músico. Sempre se encantou com os sons e, ouvindo jazz, nunca parou de estudar, seja nas artes visuais ou sonoras. No Conde Favela Sexteto, toca trompete, o que já rendeu uma aparição no filme "Elis", cinebiografia da cantora Elis Regina. Teve o prazer de ilustrar a potente história de Elza Soares, e o clima de samba e jazz sempre embalaram seus desenhos, traços e sonoridades.
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