sábado, 12 de agosto de 2023

.: Após sucesso em "Vai na Fé", Zécarlos Machado protagoniza "Papa Highirte"


Além de Zécarlos Machado, o elenco tem Adriano Bedin, Bia Bologna, Bruno Barchesi, Caetano O’Maihlan, Camila Czerkes, Fulvio Filho, Kiko Vianello e Mauricio Bittencourt. Foto: Ronaldo Gutierrez


Zécarlos Machado vive o personagem título da peça "Papa Highirte", montagem do Grupo Tapa para o texto de Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974), que volta em cartaz no Teatro Aliança Francesa, em São Paulo, a partir de 10 de agosto. A temporada segue até 1º de outubro, com sessões de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 18h.

Além de Zécarlos Machado, o elenco tem Adriano Bedin, Bia Bologna, Bruno Barchesi, Caetano O’Maihlan, Camila Czerkes, Fulvio Filho, Kiko Vianello e Mauricio Bittencourt. Por essa atuação, Zécarlos foi indicado ao Prêmio Shell de Melhor Ator ao interpretar a história de um ditador populista de um país fictício sul-americano que deseja voltar ao poder. A direção é de Eduardo Tolentino de Araujo. 

Papa Highirte é um ditador populista deposto da fictícia Alhambra. Em sua conspiração para voltar ao poder, mergulha nas reminiscências de um tempo de exceção onde governava com mão de ferro seu país natal, com a imprensa silenciada e torturas nos porões. E chega à triste conclusão que nunca passou do fantoche de militares a serviço de uma potência estrangeira. Metáfora precisa sobre a América latina, que ganha significativa relevância nos tempos atuais.

"Papa Highirte"
Na trama, "Papa Highirte" é o nome do ditador populista deposto da fictícia Alhambra, exilado na também fictícia Montalva. Em sua conspiração para voltar ao poder, mergulha nas reminiscências de um tempo de exceção onde governava com mão de ferro seu país natal, com a imprensa silenciada e torturas nos porões. E chega à triste conclusão que nunca passou do fantoche de militares golpistas a serviço de uma potência estrangeira. Metáfora precisa sobre a América latina, que ganha significativa relevância nos tempos atuais.   

“Estreamos em uma época pré-eleição e agora voltamos em cartaz em outro momento do país. Apesar dos tempos distintos, a trama dialoga muito bem com personagens reais de nossa história. O desespero pela volta ao poder, as trocas de lados. É uma fábula de um ditador populista de um país fictício sul-americano, porém é uma radiografia do que estamos vivendo”, enfatiza Tolentino.

A encenação estreou em formato arena e agora ganha uma outra característica com uma adaptação para o palco italiano. O figurino e os elementos cenográficos permeiam pela estética das cores cinza e preto. Tem inspirações dos anos 60 com o lado altamente politizado.

“O espetáculo se divide em dois núcleos com o protagonista reconstruindo o passado com sua queda e o futuro com o desejo de voltar ao poder. A peça ainda tem um personagem do passado que vem para um acerto de contas. É o confronto de duas faces da mesma moeda”, ressalta Tolentino. Escrita em 1967/1968, ano do AI-5, a peça foi proibida pela censura e somente ganhou uma montagem profissional em 1980 devido à anistia com o Teatro dos 4 e direção de Nelson Xavier. Tin Urbinatti chegou a dirigir uma montagem pioneira de Papa Highirte feita pelo Grupo de Teatro de Ciências Sociais da USP, em 1975. No final dos anos 80 teve uma produção com direção de Reinaldo Maia.  

O título da montagem tem alusão ao ditador haitiano que governou de 1957 a 1971, François Duvalier, conhecido como Papa Doc. O texto trabalha em diversas camadas temas como o declínio do populismo caudilhista, a organização das militâncias de luta armada e a influência da política externa estadunidense no continente americano. 

A trajetória do Grupo Tapa mostra a presença de Vianna Filho em seu repertório com a montagem de Corpo a Corpo (1995), com o próprio Zécarlos Machado no elenco e vencedor do Prêmio APCA, e "Moço em Estado de Sítio" (1998). As peças fizeram parte da mostra “Panorama do Teatro Brasileiro”, onde foram realizadas 18 peças nacionais no Teatro Aliança Francesa, onde o grupo fazia residência artística. Em 2009, os atores Isabella Lemos e Marcelo Pacífico, alunos do Tapa na época, protagonizaram "Mão na Luva".  

Ficha técnica
Espetáculo "Papa Highirte. Autor: Oduvaldo Vianna Filho. Direção: Eduardo Tolentino de Araujo. Elenco: Adriano Bedin (Morales), Bia Bologna (Grissa), Bruno Barchesi (Pablo Mariz / Diego) ), Caetano O’Maihlan (Hermano Arrabal / Manito), Camila Czerkes (Graziela, Fulvio Filho (Estrangeiro), Kiko Vianello (Perez y Mejia), Mauricio Bittencourt (Menandro) e Zécarlos Machado (Papa Highirte). Fotógrafo: Ronaldo Gutierrez. Desenho de Luz: Wagner Pinto. Assistente de Iluminação: Gabriel Greghi. Coreografias: Cassio Cöllares. Redes Sociais: Felipe Pirillo (Inspira Teatro).  Design Gráfico da Divulgação: Mau Machado. Coordenação de Produção: Nando Medeiros e Rafaelly Vianna. Direção de Produção: Ariell Cannal.

Serviço
Espetáculo "Papa Highirte. Teatro Aliança Francesa. Rua General Jardim 182 – Vila Buarque. Ar-condicionado. Informações: (11) 3572-2379. Temporada: De 10 de agosto a 1° de outubro (de quinta a sábado, às 20h | Domingo, às 18h). Preço: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia) [quinta e sexta-feira]; e R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia) [sábado e domingo].  Compra on-line: Pelo Sympla: https://bit.ly/PapaHighirte. Classificação: 14 anos. Duração: 120 minutos.

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