Com uma carreira de destaque nas telas e nos palcos, a atriz Ana Carbatti desembarca em São Paulo com o solo "Ninguém Sabe Meu Nome", que foi sucesso de crítica e de público no Rio de Janeiro, onde estreou em 2022. O espetáculo fica em cartaz no auditório do Sesc Pinheiros, entre os dias 3 e 26 de agosto, com apresentações de quinta a sábado, às 20h. O trabalho, que rendeu a sua intérprete e idealizadora indicações aos prêmios Shell e APTR de melhor atriz, ainda tem dramaturgia de Mônica Santana e direção artística de Inez Viana e Isabel Cavalcanti.
O solo cria uma reflexão sobre os códigos racistas escusos na sociedade, seus impasses, impactos e possíveis propostas de reparação histórica. A trama retrata uma mãe preta de meia-idade que precisa educar e orientar seu filho pequeno para sobreviver em um país que, embora tenha a maior população preta do mundo fora do continente africano, não o reconhece como igual.
Sobre sua personagem, Carbatti comenta: “Iara só quer ter a certeza de que seu filho vai chegar à idade adulta e se tornar um cidadão comum e respeitado. A sua angústia sintetiza a de milhões de mães no Brasil e no mundo”.
A história começa quando Iara acorda de um pesadelo no qual seu Menino teria desaparecido. Então, ela começa a questionar a própria existência e sua função na sociedade ao encarar o seguinte dilema: deve educar seu filho para que ele cresça em sua pureza ou deve prepará-lo desde cedo para enfrentar uma sociedade que não reconhece sua existência? Seria possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo?
Em uma conversa íntima com o público, ela discorre sobre suas principais angústias, medos e esperanças, expondo seu corpo tão marcado quanto belo, tão liberto quanto invisível. A ideia é discutir em cena como a sociedade ainda precisa compreender sua responsabilidade e agir para reparar sua dívida histórica com a população preta.
“É urgente refletir e falar sobre o racismo no Brasil e sobre a violência que sofre a população preta, grande maioria no país. É fundamental repensar a história brasileira: um país fundado a partir do massacre violento de muitos, por parte de uma elite privilegiada. E no teatro, onde a nossa humanidade ainda sobrevive, ainda é possível estabelecer um diálogo amoroso”, ressalta a codiretora Isabel Cavalcanti.
“Não haverá liberdade enquanto não houver igualdade. Essa peça é uma das mais importantes que já fiz, em quase 40 anos de teatro. É a palavra-semente que precisa ser espalhada pelo mundo”, acrescenta a codiretora Inez Viana.
Sobre Ana Carbatti
Formada pela CAL e Uni-Rio, Ana Carbatti e tem trilhado nos últimos 35 anos uma carreira de sucesso no teatro, televisão e cinema. Ela ganhou quatro prêmios de melhor atriz por sua atuação no filme “Os Inquilinos”, sob a direção de Sérgio Bianchi, com quem realizou outros 2 filmes.
Dentre seus inúmeros trabalhos na TV, destacam-se as novelas “Força de Um Desejo”, “JK”, “Laços de Família”, “Lado a Lado”, “Amor À Vida” e “Tempo de Amar”, todas produzidas pela TV Globo. No teatro, atuou em mais de 60 produções, destacando-se em “Otelo da Mangueira”, “A Capital Federal” e a “Divina Comédia”, respectivamente sob a direção de Daniel Herz, André Paes Leme e Regina Miranda; “Tim Maia”, musical dirigido por João Fonseca; e os espetáculos infantojuvenis “Manuel Bandeira: Estrela da Vida Inteira” e “Histórias de Jilú”. Ainda protagonizou os musicais “Clementina, Cadê Você” (2013), dirigido por Duda Maia, e “Museu Nacional – Todas as Vozes do Fogo” (2022), dirigido por Vinícius Calderoni. Idealizou, produziu e protagonizou os espetáculos “Pequenas Tragédias” (2013/2014), “Redemunho” (2017/2022) e “Ninguém Sabe Meu Nome” (2022).
Sinopse
Iara é uma mulher preta de meia idade, mãe de Menino, uma criança preta. Em uma conversa íntima com o público, questiona sua própria existência e sua função na sociedade, como mulher e mãe: educar seu filho para que cresça e floresça em sua pureza ou despi-lo, ainda em tenra idade, de sua inocência de modo a prepará-lo para o enfrentamento de uma sociedade que não o reconhece como igual. Ou, ainda, se é possível fazer as duas coisas.
Ficha técnica
Solo "Ninguém Sabe Meu Nome". Idealização, texto e pesquisa: Ana Carbatti. Dramaturgia: Mônica Santana. Direção artística: Inez Viana e Isabel Cavalcanti. Elenco: Ana Carbatti. Direção musical: Vidal Assis. Direção de movimento: Cátia Costa. Cenografia: Tuca Mariana. Figurinos: Flávio Souza. Design de luz: Flávia Mantovani e Lara Cunha. Direção de produção: Aliny Ulbricht. Produção Executiva: Raissa Imani. Assessoria de Imprensa: Pombo Correio. Programação visual e projeto de comunicação: Daniel Barboza Co-Produção: Kawaida Cultural. Coordenação de produção: Ana Carbatti Produções e Artes
Serviço
Solo "Ninguém Sabe Meu Nome". Temporada: 3 a 26 de agosto de 2023, de quinta a sábado, às 20h. Sesc Pinheiros – Auditório (3º andar) – Rua Paes Leme, 195 - Pinheiros/São Paulo. Telefone: (11) 3095-9400. Ingressos: R$ 30 (inteira) | R$ 15 (meia entrada) | R$ 10 (credencial plena). Classificação:12 anos. Duração: 60 minutos. Acessibilidade: teatro acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.
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