quinta-feira, 13 de julho de 2023

.: Musical "O Bem Amado", de Dias Gomes, em temporada no Teatro FAAP


Premiada versão musicada de Ricardo Grasson para o clássico O Bem Amado, de Dias Gomes, segue em cartaz até dia 30 no Teatro FAAP. Espetáculo tem letras e músicas de Zeca Baleiro e Newton Moreno, com direção musical de Marco França e traz no elenco Cassio Scapin, Eduardo Semerjian, Paulo de Pontes, Luciana Ramanzini, Kátia Daher, Lola Fanucchi, Ando Camargo, Magno Argolo, Heitor Garcia, Dan Maia, Roquildes Júnior, Bruno Menegatti e Daniel Warschauer. Foto: Ronaldo Gutierrez

Criado no contexto das comemorações aos 100 anos de nascimento do autor baiano Dias Gomes (1922-1999), o premiado "O Bem Amado Musicado", dirigido por Ricardo Grasson, segue em cartaz até dia 30 de julho no Teatro FAAP, com apresentações às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h. Com produção de Rodrigo Velloni, o trabalho estreou em 2022 e recebeu os prêmios Arcanjo de Cultura (destaque em teatro) e Prêmio DID (destaque em direção). 

Escrita em 1962, “Odorico, o Bem Amado, ou Os Mistérios do Amor e da Morte” é considerada um clássico do teatro moderno brasileiro e ficou bastante conhecida pelo grande público ao ser adaptada na primeira telanovela exibida em cores no Brasil e a ser exportada. A versão, exibida pela TV Globo em 1973, era dirigida por Régis Cardoso e estrelada por Paulo Gracindo, Lima Duarte, Jardel Filho, Sandra Bréa, Ida Gomes e outros grandes atores. 

“O Bem Amado é um marco do realismo fantástico brasileiro. Dias Gomes toca com o sincretismo peculiaridade e maestria, em temas mais que atuais e fundamentais para a informação e a formação de gerações, como a crítica contestadora, o tom sarcástico e demagogo, a política, os costumes moralistas, a diversidade, religioso, a relação entre homens e o poder subversivo e todas as suas consequências”, reflete o diretor Ricardo Grasson.

Ele ainda conta como decidiu montar esta obra: “Foi em uma entrevista, em um canal na internet, que ouvi o Cassio (Scapin) contando da vontade de representar o personagem Odorico Paraguaçu, pela importância do autor e do texto na atual situação em que nós, como cidadãos e artistas, nos encontrávamos. Liguei para o Cassio, nos conhecemos há alguns anos e durante este período de pandemia fizemos alguns trabalhos juntos, então fiz o convite", revela.

A comédia satiriza o cotidiano de Sucupira, uma cidade fictícia no litoral baiano, onde vive o político corrupto e demagogo Odorico Paraguaçu. Como não há um cemitério na cidade, o que obriga os moradores a enterrar seus mortos em municípios vizinhos, ele se elege prefeito com o slogan “Vote em um homem sério e ganhe um cemitério”.

O grande problema é que não morre ninguém em Sucupira para que o cemitério seja inaugurado. E, para resolver esse dilema e não perder o apoio de seus eleitores, ele se alia ao terrível pistoleiro Zeca Diabo, que foi expulso da cidade. O que ele não sabe é que o matador não pretende matar mais ninguém, pois deseja virar um homem de Deus.

Para trazer ao palco a pequena, seca, rude, litorânea e quente cidade de Sucupira, Grasson conta que procurou referências nas bases do realismo fantástico. “Somos inspirados pelos filmes de Federico Fellini, pela xilogravura nordestina moderna com influência de obras de artistas como Speto, pelo teatro popular brasileiro e pelos movimentos e desdobramentos da confecção dos livros ‘pop up’ (tipo de ilustrações em dobraduras de papel que saltavam dos livros), revela. 

Ele ainda acrescenta que busca uma encenação de contornos populares, vibrantes, alegres e tipicamente brasileiros. “Queremos uma encenação enraizada na cultura nordestina brasileira, na interpretação e composição visceral dos atores e na linguagem de alcance direto, popular”. E, sobre o processo de musicar a obra de Dias Gomes, o encenador comenta: “Incorporar na obra as músicas originais, somará nas nuances dramatúrgicas linguísticas típicas do autor, em brasilidades necessárias, transpondo para elementos e personagens da cultura nacional referências cotidianas e místicas, originárias nos personagens criados e descritos pelo autor”. Compre o livro "O Bem Amado", de Dias Gomes, neste link.


Ficha técnica 
"O Bem Amado Musicado". Autor: Dias Gomes. Direção: Ricardo Grasson. Produção: Rodrigo Velloni. Letras e Músicas: Zeca Baleiro e Newton Moreno. Arranjos: Zeca Baleiro e Marco França. Direção musical e música original (instrumental): Marco França. Cenário: Chris Aizner. Desenho de luz: Cesar Pivetti. Figurino: Fábio Namatame. Direção de movimento e coreografia: Katia Barros e Tutu Morasi. Designer gráfico e ilustrações: Ricardo Cammarota. Fotografia: Ronaldo Gutierrez. Preparação vocal: Marco França. Visagismo: Alisson Rodrigues. Adereços: Kleber Montanheiro. Diretor assistente: Pedro Arrais. Designer de som: Fernando Wada. Direção de palco: Jones de Souza. Camareira: Luciana Galvão. Contrarregra: Eduardo Portella. Assistente de luz e operador: Rodrigo Pivetti. Cenotécnico: Alicio Silva. Produção executiva: Swan Prado. Assistente de produção: Adriana Souza. Captação, criação de conteúdo e mídias sociais: GaTú Filmes. Assessoria de imprensa: Pombo Correio. Assessoria jurídica: Martha Macruz de Sá. Gestão financeira: Vanessa Velloni. Idealização: Ricardo Grasson, Heitor Garcia e Cassio Scapin. Realização: Velloni Produções Artisticas. Elenco: Cassio Scapin, Eduardo Semerjian, Paulo de Pontes, Luciana Ramanzini, Kátia Daher, Lola Fanucchi, Ando Camargo, Magno Argolo, Heitor Garcia e Roquildes Júnior. Músicos: Dan Maia, Bruno Menegatti, Daniel Warschauer e Roquildes Júnior.


Serviço
"O Bem Amado Musicado".
 Temporada: até dia 30 de julho. Às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h. Teatro FAAP - Rua Alagoas, 903 - Higienópolis, São Paulo. Ingressos: R$ 80,00 (inteira), R$ 40,00 (meia-entrada). Duração: 110 minutos. Classificação etária: 12 anos. Gênero: comédia musicada. Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

Teaser de "O Bem Amado Musicado"

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