sábado, 8 de julho de 2023

.: Entrevista: Ian Ramil mantém pulsando a veia artística da família


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Fotos: Carine Wallauer.

Filho do músico Vitor Ramil e sobrinho da dupla Kleiton e Kledir, Ian Ramil dá sequência a sua carreira na música com seu terceiro disco, intitulado "Tetein", inspirado no nascimento de sua primeira filha, Nina. O trabalho foge um pouco da característica e sonoridade dos dois primeiros trabalhos, ao mesmo tempo em que aponta novos horizontes para o jovem músico gaúcho, que já conquistou um Grammy Latino (com seu segundo disco, "Derivacivilização"). Em entrevista para o Resenhando.com, Ian Ramil conta como se deu o processo de produção desse novo trabalho e a sua relação com os demais familiares músicos. “A Música sempre fez parte da minha vida”.


Resenhando.com – Esse seu terceiro disco tem uma sonoridade singular, inspirada no nascimento de sua filha. E foge um pouco do tipo de sonoridade explorada nos álbuns anteriores. Não. Houve receio de explorar esse caminho?
Ian Ramil –
Não tive qualquer receio. Na verdade, o meu primeiro disco já tinha algumas canções mais leves, que exploravam um som mais acústico.  Estava interessado em não ter bateria e guitarra, fugir do ruído, algo muito presente no meu disco anterior ("Derivacivilização"). Procurei um universo mais delicado. Isso foi o que me norteou desde sempre. Mas não tive qualquer tipo de medo de seguir por esse caminho.

Resenhando.com – Como foi seu início na música?
Ian Ramil –
Venho de uma família essencialmente musical. Meu pai, Vitor Ramil, e meus tios Kleiton e Kledir já atuam desde os anos 70 e 80 na música. Sempre tinha um violão em casa dando sopa. Fui aprendendo tendo sempre um contato bem legal com eles, que sempre me aconselham e dão toques importantes. Eu comecei a tocar e compor profissionalmente meio tarde, aos 24 anos. Fiz teatro e atuei em algumas pelas e produções na TV. Até chegar no meu primeiro disco.

Resenhando.com – O Rio Grande do Sul já lançou várias bandas com relativo sucesso. Como está hoje o mercado cultural nessa região?
Ian Ramil –
Infelizmente enfrentamos recentemente um período muito complicado na área cultural, com poucos investimentos por parte do governo. Continuamos lançando novos talentos no Sul, mas as oportunidades para divulgação cessaram de forma brusca. Nos anos 80 o mercado era capitaneado pelas gravadoras, que investiam no artista e na sua divulgação. Hoje em dia ficou bem mais difícil. Mas acredito que esse panorama possa mudar.

Resenhando.com – Mas alguns dizem que ficou mais fácil produzir um disco.
Ian Ramil –
De uma certa forma, a internet democratizou um pouco o acesso a música e a divulgação dos trabalhos. O problema é que se perdeu um norte que tínhamos para divulgar novos trabalhos. Se os governos oferecerem condições para que nós possamos divulgar, ficaria muito mais fácil para o artista e para o público ter acesso aos nossos trabalhos

Resenhando.com – Como foi conquistar o Grammy Latino?
Ian Ramil –
Foi uma loucura. O segundo disco ("Derivacivilização") foi lançado de forma independente. Foi gravado praticamente em casa. Aí o pessoal do selo resolveu inscrever o disco no Grammy. E surpreendentemente ele recebeu o prêmio. Foi algo inesperado. Mas serviu de estímulo para desenvolver a carreira na música.

Resenhando.com – Você prefere compor sozinho ou é aberto para fazer parcerias na música?
Ian Ramil –
Eu sempre estou aberto para estabelecer parcerias. No "Tetein" tem parcerias com Luiz Gabriel Lopes ("O Mundo É Meu País"), Poty ("Lego Efeito Manada" e "Homem-bomba") e Juliana Cortes ("Macho-rey"). Tenho coisas autorais, mas não me importo em trabalhar com algum outro parceiro ou parceira que se identifique com o tipo de trabalho que desenvolvo.

Resenhando.com – Quais são seus planos para shows?
Ian Ramil 
 O lançamento de "Tetein" nos palcos será no dia 3 de agosto, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre. No show estarei acompanhado de Pedro Petracco (voz, controladores, pads e percussões) e Bruno Vargas (voz, baixo, controladores), entre outras participações. Temos intenção de levar esse trabalho para outros estados. E quero ver se consigo convidar músicos das cidades em que for me apresentar. Seria uma troca de experiência muito interessante.

"O Bichinho"

"Macho-Rey"

"Tetein"



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