domingo, 2 de julho de 2023

.: Entrevista: o veneno musical de Cida Moreira vai te conquistar


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Com mais de 40 anos de carreira, Cida Moreira se destacou com uma proposta artística arrojada e original no meio musical. Seu tipo de interpretação, que lembra o chamado estilo vaudeville dos cabarés dos anos 20 e 30, consegue se adaptar perfeitamente nas canções das mais variadas épocas, formando uma interessante espécie de caleidoscópio musical. Mas engana-se quem pensa que ela começou mais tarde na música. 

Quando tinha sete anos já cantava na rádio e estava aprendendo a tocar piano. E nunca mais parou. Teve formação no teatro e integrou o elenco da primeira montagem da peça Ópera do Malandro de Chico Buarque. Atualmente segue divulgando o show "Um Copo de Veneno", baseado no CD e na série homônima do Canal Brasil. Em entrevista ao Resenhando.com, Cida fala sobre o tempo presente, alicerçado nas influências recebidas no passado. “Eu acredito que a música brasileira está sempre se renovando”.

Resenhando.com - "Copo de Veneno" traz uma mescla de canções que mostra a sua versatilidade. Como foi essa experiência?
Cida Moreira -
Lá se vão mais de 40 anos de carreira. Então, era natural mostrar o que essa trajetória me fez como artista na música. Esse show tem como base a série "Copo de Veneno" do Canal Brasil, que também virou um CD e tem um repertório bem eclético, mesclando coisas antigas com outras mais contemporâneas. A recepção do público tem sido bastante positiva nos shows.

Resenhando.com - O que o público pode esperar nesse show?
Cida Moreira -
O programa traz sucessos da MPB e da música internacional como “Você Me Vira a Cabeça”, gravado por Alcione, e “Private Dancer”, obra marcante na carreira solo de Tina Turner, além de versão inédita do hit “Eu Sou a Diva que Você quer Copiar”, de Vanessa Popozuda. Há músicas com temáticas contemporâneas como “A Bala” (sobre a cultura armamentista), do premiado Calle 13 (de Porto Rico), “Efêmera”, de Tulipa Ruiz, e “O Verbo e a Verba”, de Lenine e Lula Queiroga. Inclui outras canções como “A Última Sessão de Música” (Milton Nascimento), “Singapura” (Eduardo Dussek), “Perfeição” (Renato Russo) e “Não Leve Flores” (Belchior).

Resenhando.com -  Você tem se adaptado ao formato das plataformas digitais?
Cida Moreira -
Eu não sou uma pessoa saudosista, que tem saudade da época do disco de vinil. Eu me adaptei ao formato de plataforma como tantos outros. As grandes gravadoras praticamente desapareceram. Essas plataformas oferecem música dos mais variados tipos ou estilos. Migrei para ela como tantos outros artistas novos ou antigos. Acho que é uma tendência atual que acabou se consolidando nos últimos anos.

Resenhando.com - Na sua formação inicial, quais foram suas referências na música?
Cida Moreira -
Foram as grandes cantoras da era do rádio. Angela Maria, Dalva de Oliveira e tantas outras com suas interpretações maravilhosas. Para mim foi uma escola ouvi-las na rádio ou nos discos.

Resenhando.com - Seu estilo de interpretar é bem peculiar. A formação teatral influenciou nisso?
Cida Moreira -
Com toda certeza. Eu já era atriz antes de começar a cantar profissionalmente. Mas busco cantar sempre aquilo que acredito ter uma sinceridade. Eu não sou compositora. O que quero e procuro fazer é interpretar a canção da melhor forma possível, sempre.

Resenhando.com - Como você avalia o atual momento para a música?
Cida Moreira - 
Eu tenho visto surgir uma nova safra de ótimos músicos no Brasil, com trabalhos consistentes e interessantes. Nomes como Thiago Pethit, por exemplo, estão mostrando porque vieram e conquistaram seu espaço na MPB, que vem sempre se renovando com esses talentos.

"Private Dancer"

"Você me Vira a Cabeça"

"Singapura"


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