Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em julho de 2023
O tão aguardado filme da "Barbie" está em cartaz no Cineflix Cinemas e vale pela estética, principalmente quando tudo acontece em Barbilândia, além de fazer refletir -e arrancar lágrimas- sobre o que é ser mulher nos dias de hoje. Com classificação indicativa para maiores de 12 anos, o longa dirigido por Greta Gerwig ("Lady Bird: A Hora de Voar") ainda batalha pra quebrar o estereótipo da Barbie e mostrá-la como uma mulher comum.
Aliás, no ponto dos estereótipos sobre o que é a Barbie e sobre ser mulher, a produção entrega um certo aprofundamento, mas acaba lançando e largando muitas pontas soltas. Isto, não somente na visão de colecionadores da boneca, mas para quem desconhece a história da Barbie e se pega analisando o desfecho escolhido por Gerwig. Começando por detalhes bobos, como o não uso do nome da boneca, Barbara Milicents Roberts -mas o da filha de Ruth Handler- ou por inserir Kens suficientes para as Barbies em cena, sendo que o boneco sempre foi escanteado por meninas, logo ter um ou dois já era suficiente.
"Barbie" tem um texto divertido, debochando até mesmo de bonecos e bonecas descontinuados na linha, o cachorro Tanner -que comia e expelia as mesmas esferas- marcam presença. Há, inclusive, uma Barbie estranha (Kate McKinnon), que sofreu nas mãos de uma criança destruidora, embora digam que a boneca fica daquele jeito quando muito brincada. As peças de roupas colecionáveis e raras também são apresentadas no desenrolar da trama -não no corpo da boneca principal que aliás, até o fim do filme, usa roupas longe do estilo Barbie.
Caso você esteja inscrito no canal do estúdio e siga a página "Barbie The Movie" nas redes sociais, fatalmente, assistiu a cada vídeo liberado. Ao estar diante da telona, muito do efeito surpresa será perdido, mesmo que, no filme, as cenas estejam contextualizadas. Trailers e afins, entregaram muito do filme, sim! Algo que aconteceu recentemente com "The Flash", inclusive.
A Barbie da Margot chora e faz o público chorar facilmente, mas não chega a ser uma atuação de milhões, uma vez que a personagem não brilha o tempo todo. É impossível não se emocionar com os encontros de Barbie e Ruth Handler. Ryan Gosling dá a alma para ser um Ken incrível, sendo do tipo que canta e dança, embora a idade fique evidente em certas cenas. Um ponto alto dele é o número musical. Exibido completo é um verdadeiro espetáculo. Contudo, para quem acompanhou os vídeos liberados no YouTube, também poderá ter a expectativas quebradas -eu vi e revi por vezes a ponto de decorar o refrão. Fuja dos "sneak peaks da vida"!
A trama da Gloria (America Ferrera) com a boneca Barbie não é suficientemente desenvolvida, deixando dúvidas para quem está do outro lado da telona. Por outro lado, é lindo o discurso de Gloria, a mãe de Sasha (Ariana Greenblatt) sobre o que é ser mulher, ainda mais nos dias de hoje. Trabalhando com emoção o efeitos do machismo e a submissão feminina. Há criticidade também quando apresenta os funcionários da Mattel trabalhando dentro de "caixas", tendo na sala dos chefões somente homens.
Quase tudo no filme é pincelado, inclusive a relação mãe e filha, de Gloria e Sasha. Há bastante superficialidade em "Barbie", mas a maior decepção é o desfecho. Além de encerrar para baixo, leva a boneca para um lado nada interessante, uma vez que a Barbie já é a representação de uma mulher, não uma mulher em si. O longa da Warner é bom e passa longe de ser um filme para amar em primeiro lugar, ainda que exiba um trecho do musical "Grease". De toda forma, é sem dúvida, um filme para se assistir na telona do Cineflix Cinemas!
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* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm
Gênero: fantasia. Classificação: 12 anos. Duração: 1h55. Ano: 2023. Idioma: inglês.
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