Tal como um vulcão que, ao entrar em erupção, expele para fora o magma em seu interior, no livro de poemas "Catarse", o poeta catarinense Mauro Felippe afugenta, a partir das palavras, as angústias e os dilemas da humanidade. Marcados por uma escrita intensa e por vezes frenética, os textos do autor têm a capacidade de libertar e expressar o âmago do ser. O lançamento é da Lura Editorial.
Ao deixar de lado todo e qualquer imediatismo, o escritor transcende os dramas amorosos, comuns ao gênero de poesia, e compartilha com o leitor aflições sobre hipocrisia, abuso de poder e corrupção. Pautas atuais, a exemplo do descaso com povos originários e quilombolas, negligência ambiental e radicalismo religioso, também recebem o olhar atento do poeta.
As palavras explosivas de Mauro Felippe se unem às detalhadas ilustrações de Rafael Nobre - elas transmitem a inquietude de um poeta que presa pelo texto existencial, filosófico e psicológico. Com mais de 10 anos de experiência, o capista foi premiado pelo Brasil Design Award, finalista de melhor capa no Jabuti e vitorioso no Getty Images Brasil.
Filósofos consagrados, como Friedrich Nietzsche e Arthur Schopenhauer, sustentam o pensamento crítico do catarinense norteado pelo caos e desordem não apenas do mundo, mas singularmente da existência humana. É por meio das palavras que o escritor sintetiza ideias, materializa sentimentos e torna real aquilo que é etéreo.
Com cinco coletâneas de poesias publicadas, o autor tem na escrita seu ponto de equilíbrio. Enquanto advogado, ele afirma que o Direito é aplicado e travado com palavras frias, já a literatura é inspiradora, com palavras quentes e reconfortantes. “Acredito que escrever é lapidar a consciência através do papel; exteriorizar o que pensa naquele instante, sem medo de errar”, afirma o poeta. Compre o livro "Catarse", de Mauro Felippe, neste link.
Sobre o autor
Natural de Urussanga, no sul de Santa Catarina, Mauro Felippe é advogado e chegou a cursar Engenharia de Alimentos antes de se decidir pela carreira no Direito. Autor das coletâneas poéticas "Nove", "Humanos", "Espectros" e "Ócio", preencheu inúmeros cadernos na infância e adolescência com textos e versos, dos simples aos elaborados. As temáticas de suas obras são extraídas de questões existenciais, filosóficas e psicológicas compreendidas em seu dia a dia, sendo que algumas advém dos longos anos de advocacia, atendendo a muitas espécies de conflitos e traumas. Por meio da literatura, pretende viver dignamente e deixar uma marca positiva no mundo, uma prova inequívoca de sua existência como autor. Garanta o seu exemplar de "Catarse", escrito por Mauro Felippe, neste link.
Um poema do livro
CONVENIÊNCIA
Palavras
de desafetos são
sempre absorvidas como
críticas destrutivas.
Já as dos aliados, enquanto houver interesses,
mesmo sendo críticas
soam como elogios.
Assim caminham os hipócritas da cidadezinha.
(Catarse, pg. 14)
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