terça-feira, 4 de julho de 2023

.: Ana Guasque discute abuso sexual em "Broken Cake" no Sesc Pinheiros


Uma mulher conversa com a irmã após um longo tempo. Enquanto comem bolo são reveladas situações traumáticas que ambas viveram na infância, abusos e violência diárias. As irmãs debatem sobre as perversidades de um contexto familiar adoentado, que "quebra o bolo". 60 minutos. 16 anos. Espetáculo busca estimular o debate na sociedade sobre todas as formas de violência contra crianças e adolescentes e a necessidade de quebrar os silêncios, Foto: Ary Brandi


O Brasil está entre os países com maiores índices de abuso sexual infantil no mundo. Só entre 2015 e 2021, o país registrou 202,9 mil casos de violência contra crianças e adolescentes, o equivalente a quase 80 casos por dia, segundo boletim publicado pelo Ministério da Saúde.  E, diante dessa triste realidade, Ana Guasque convida o público a refletir sobre esse tema no solo "Broken Cake - O Lar das Memórias Partidas".

Escrito, dirigido e atuado pela artista, o espetáculo estreia em 6 de julho no auditório do Sesc Pinheiros, onde segue em cartaz até o dia 29 do mesmo mês, com sessões de quinta a sábado, às 20h. O título do trabalho faz uma referência ao símbolo do bolo como algo doce que nos remete à infância e à sensação de conforto, de acolhimento e segurança de um lar. Também representa as próprias crianças em seu processo de crescimento e aprendizado, com seus afetos e vínculos.

“Já uma figura de um ‘bolo quebrado’ representa todos os conceitos e valores de proteção e segurança quebrados, resultando em um ser humano que carregará as sequelas destas violências pelo resto de sua vida”, explica a atriz, diretora e autora do espetáculo. A peça acompanha a conversa entre uma mulher e sua irmã, depois de um longo tempo sem se ver. Enquanto elas comem um pedaço de bolo, revelam situações traumáticas, de abusos e violências diárias, que ambas viveram na infância. 

Temáticas importantes são abordadas, buscando o entendimento do que não pode, em hipótese alguma, ser aceitável em uma sociedade. A ideia é estimular o público a romper com o silêncio e a denunciar casos de violência. “Certa vez, ouvi que o abuso sexual infantil no Brasil era uma prática cultural. Confesso que isso me deixou em choque e, desde então, o tema martela minha cabeça e meu corpo. Como uma profissional da cultura, sinto-me na obrigação e no dever de batalhar para mudar este paradigma, começando por falar sobre o assunto. Só quebrando o silêncio iremos conseguir trazer luz para este tema tão delicado e necessário”, diz Guasque.

“Proteger as crianças e adolescentes é um dever de todos nós! É dever da família, do Estado, da sociedade. Esperamos que este espetáculo possa contribuir para quebrar tabus, acender debates, estimular denúncias e principalmente fomentar mudanças”, acrescenta.


Ficha técnica
"Broken Cake - O Lar das Memórias Partidas".
Texto, direção e interpretação: Ana Guasque. Trilha sonora: Rodrigo Bragança. Iluminação: Mário de Castro. Cenografia: Augusto Vieira e Samara Pavlova. Concepção de figurino: Ana Guasque. Confecção de figurino: Judite de Lima. Operação de som: Cauê Andreassa. Fotografias: Ary Brandi. Identidade visual: Gabriela Cima. Assessoria de imprensa: Pombo Correio. Produção: Ana Guasque Artes & Entretenimentos.


Serviço
"Broken Cake - O Lar das Memórias Partidas". Temporada: 6 a 29 de julho, de quinta a sábado, às 20h. Sesc Pinheiros – Auditório, 3°andar   – Rua Paes Leme, 195, Pinheiros. Ingressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia-entrada) e R$ 10(credencial plena). Venda on-line em sescsp.org.br e nas bilheterias do Sesc. Duração: 60 minutos. Classificação: 16 anos. Capacidade: 98 lugares. Acessibilidade: teatro acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida. Denuncie todo caso ou suspeita de violência e/ou abuso sexual contra crianças e adolescentes pelo Disque 100 (denúncia anônima). Outros canais de denúncias: Polícia Miliar - 190: quando a criança está correndo risco imediato. Samu - 192: para pedidos de socorro urgentes. Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres. Qualquer delegacia de polícia. Conselho tutelar: todas as cidades possuem conselhos tutelares.

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