Em exercício estilístico, escritor francês apresenta uma série de textos em que imita o estilo de grandes nomes da literatura francesa, como Balzac, Flaubert e os irmãos Goncourt
“Talvez as pessoas tenham esquecido que, há dez anos, Lemoine, alegando falsamente ter descoberto o segredo da fabricação do diamante e tendo recebido, por conta disso, mais de um milhão do presidente da De Beers, sir Julius Werner, foi depois, por denúncia deste último, condenado em 6 de julho de 1909 a seis anos de prisão”, escreve Proust. “Esse caso insignificante da polícia dos tribunais, mas que então apaixonava a opinião pública, foi escolhido uma noite por mim, muito ao acaso, como único tema de trechos em que eu tentaria imitar a maneira de certo número de escritores. Embora dar a menor explicação a pastichos leve ao risco de diminuir seu efeito, lembro, para não ferir legítimas autoestimas, que é o escritor pastichado quem está falando, não apenas segundo seu espírito, mas na linguagem do seu tempo.”
Na segunda seção do livro, Proust se inspira no fascínio do crítico e artista inglês John Ruskin, percorrendo as igrejas de Amiens no norte da França, a partir do livro de "Ruskin Sobre Elas, A Bíblia de Amiens". Com refinamento e engenho, o autor oferece ao leitor uma obra de múltiplas camadas, que inclui não apenas o objeto observado, mas também o modo como Ruskin olhava para essas mesmas igrejas. Em outras passagens, Proust reflete sobre a leitura e oferece ao leitor suas memórias de infância, em um estilo paradigmático e marcante. Além disso, o autor cria um texto dramático que aborda o amor filial de um parricida, inspirado em um episódio real da crônica policial dos jornais franceses.
Com a tradução do professor Jorge Coli, "Pastichos e Miscelânea" permite que leitores de Proust descubram novas facetas da obra do autor e se surpreendam com seu talento para imitar outros escritores e filósofos. Para aqueles que ainda não se aventuraram pelo universo do "tempo perdido", o livro se apresenta como uma saborosa porta de entrada para a obra imortal do autor francês. Compre o livro "Pastichos e Miscelânea" neste link.
Sobre o autor
Marcel Proust (1871-1922) foi um dos mais importantes escritores franceses de todos os tempos. Sua obra-prima, Em busca do tempo perdido, é uma das maiores realizações literárias da história. Proust teve a vida marcada pela doença e pelo isolamento, mas sua escrita refinada e sensível revela uma profunda compreensão da condição humana. Ele morreu aos 51 anos, deixando um legado incontornável para os amantes da literatura. Garanta o seu exemplar de "Pastichos e Miscelânea" neste link.
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