sexta-feira, 30 de junho de 2023

.: Otávio Muller e Letícia Isnard na comédia "O Caso", no Teatro Bravos


Com Otavio Muller e Leticia Isnard, e direção de Fernando Philbert, peça fala de questões contemporâneas como a dificuldade de concentração em meio à avalanche de informações e estímulos que chegam sem parar, e da falta de interesse pelo outro e pelo coletivo. Foto: Ricardo Brajterman

Depois de grande sucesso de crítica e público no Rio, chega a São Paulo a comédia "O Caso", com Otavio Muller e Leticia Isnard, e direção de Fernando Philbert - atualmente um dos mais profícuos diretores teatrais em atividade. A comédia “O caso Martin Piche”, inédita no Brasil até esta montagem, e aqui rebatizada como "O Caso", está em cartaz no Teatro Bravos e segue até dia 9 de julho.

O texto é do autor e ator contemporâneo francês Jacques Mougenot, cuja obra aporta pela segunda vez em terras brasileiras. O autor é o mesmo do sucesso “O Escândalo Philippe Dussaert”, com que Marcos Caruso ficou anos em cartaz, arrematando todos os prêmios de melhor ator e melhor espetáculo. A peça conta a história de um homem que busca na terapia a solução para um problema um tanto excêntrico: vive tomado por uma sensação de desinteresse absoluto por tudo e todos ao redor. Acha tudo muito chato e não consegue prestar atenção em nada que as pessoas dizem.

Em um texto ágil, repleto de humor e diálogos rápidos, a peça fala de questões contemporâneas como a dificuldade de concentração em meio à avalanche de informações e estímulos que chegam sem parar, e da falta de interesse pelo outro e pelo coletivo.

“Partir de um incômodo simples, quase natural nos dias de hoje, que é se chatear - sim simplesmente às vezes me chateio e passa, mas e quando não passa? Este é o ponto de 'O Caso', como o mito de Sísifo que rola sua pedra até o alto do morro e a vê rolar e novamente a empurra, o nosso personagem está mergulhado no enigma de se chatear pela eternidade dos dias. Partindo desse comportamento quase excêntrico, discutimos o todo das nossas relações e modos de conviver em sociedade. Os códigos, o que fingimos, o que julgamos ser incrível e muitas vezes é chato, terrivelmente chato. Nesta comédia com pitadas de absurdo, a investigação psicanalítica se depara com o simples fato de um homem que se chateia pura e simplesmente, e sofre por isto”, reflete o diretor, Fernando Philbert.


O espetáculo
Arnaldo (Otávio Muller), um homem aparentemente comum, procura uma psiquiatra (Letícia Isnard) alegando sofrer de um distúrbio desconhecido: é tomado constantemente por uma sensação de desinteresse completo por absolutamente tudo e todos ao redor. Acha tudo muito chato e não consegue prestar atenção em nada que as pessoas dizem. A psiquiatra, por sua vez, intrigada, tenta de todas as maneiras decifrar a patologia. Quando crê que começa entender o que se passa, o caso toma um novo rumo.


Palavra de atores
“Quando li pela primeira vez o texto, a primeira impressão já foi muito boa. Apesar de ser um texto francês contemporâneo, eu acho que o que ele diz é muito para cá e para agora, hoje. Como ator, como artista, eu quero cada vez mais, junto com os parceiros deste projeto, que a peça seja bastante relevante. Que a gente possa acentuar ainda mais essa relevância para o Brasil de agora. A peça fala de um sentimento que todo mundo já teve, em momentos e épocas diferentes na vida, e também agora. Essa coisa do tédio, de achar tudo uma chatice, de não aguentar mais.” (Otávio Muller)

“Em ‘O mal-estar da civilização’, Freud já explicava muito da nossa eterna insatisfação e da inatingível busca da felicidade. O avanço do capitalismo, da tecnologia no cotidiano e a pandemia aprofundaram ainda mais esses sentimentos de infelicidade e tédio. Enquanto não solucionamos a falta de sentido existencial, refletir e, principalmente, rir dela nos alivia e nos conecta com o verdadeiro sentido de tudo: a tal da alegria e da felicidade. Essa peça fala de tudo isso, nos confronta com a nossa estranheza, nos faz rir do nosso próprio caos e ainda manda o tédio e a chatice pro espaço.” (Letícia Isnard)


Ficha técnica
"O Caso". Texto: Jacques Mougenot. Tradução: Marilu de Seixas Corrêa. Direção: Fernando Philbert. Elenco: Otávio Muller e Letícia Isnard. Cenografia: Natalia Lana. Figurino: Carol Lobato. Iluminação: Vilmar Olos. Trilha original: Francisco Gil - Gilsons. Arte gráfica: @orlatoons. Direção de produção: Carlos Grun. Uma produção Bem Legal Produções. Assessoria de imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany.


Serviço
"O Caso". Horários: sábados, às 20h, e domingos, às 17h. Ingressos: plateia premium R$ 120 e R$ 60 (meia); plateia inferior R$ 100 e R$ 50 (meia); balcão R$ 80 e R$ 40 (meia). Onde comprar: bilheteria e https://bileto.sympla.com.br/event/82142 / Horário de bilheteria: terça a domingo, das 13h às 19h, ou até o início do último espetáculo. Gênero: comédia, Capacidade: 611 espectadores. Acessibilidade: sim. Estacionamento: MultiPark. Classificação: 12 anos. Duração: 80 minutos. Temporada: até dia 9 de julho. Teatro Bravos - Rua Coropé, 88, Pinheiros / São Paulo. Complexo Aché Cultural, entre as Avenidas Faria Lima e Pedroso de Morais.

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