Em 26 de junho, chega às livrarias uma edição especial em dois volumes de "Todos os Diários", de Lúcio Cardoso. Os títulos fazem parte de um grande projeto da Companhia das Letras em reeditar a obra deste que é um dos principais escritores brasileiros.
"Todos os Diários - Volume I"
Edição ampliada e revisada dos diários de Lúcio Cardoso, concebidos como um projeto artístico pelo próprio autor, figurando como uma obra-prima ao lado de "Crônica da Casa Assassinada". O primeiro volume traz os diários do autor até 1951, repletos de citações literárias e de investigações bíblicas, uma obsessão de Cardoso. “Penso nos outros, nos amigos que nunca tive, naqueles a quem eu gostaria de contar estas coisas como quem faz confidências no fundo de um bar”, escreve Lúcio Cardoso em seu diário, comungando com o leitor a escolha imposta da escrita. É “esse diabólico e raro prazer da confidência”, para muitos “a própria suma de suas inspirações e pensamentos”, que ele partilha conosco.
Aqui acompanhamos o percurso intelectual e psicológico, artístico e filosófico do autor que produziu, entre 1934 ("Maleita") e 1959 ("Crônica da Casa Assassinada"), uma obra intimista e única em seu tempo. Escritos para ser publicados em vida, estes diários são palco de elucubrações candentes sobre literatura e cinema, música e teatro, Deus e moral, a filosofia niilista e os desejos mais recônditos da carne e do espírito. Acima de tudo, Lúcio descreve a confluência inadiável entre vida e literatura. Compre o livro "Todos os Diários - Volume I" neste link.
O que disseram sobre o livro
“Um convite para que o leitor mergulhe no universo inquietante do romancista mineiro, criador da famosa Crônica da casa assassinada. Com esta nova edição, revista, atualizada e ampliada, o organizador Ésio Macedo Ribeiro oferece ao grande público a oportunidade de travar contato com a obra de um autor singular, que imprimiu sua marca na literatura brasileira do século XX.” - Cássia dos Santos
O segundo volume traz textos inéditos do escritor, além de uma coluna de jornal que Cardoso manteve e que recebeu o adequado título de “Diário Não Íntimo”. De Dostoiévski à Bíblia, de Guimarães Rosa a Freud, as leituras e citações feitas por Lúcio Cardoso nos seus diários e textos recolhidos iluminam seu próprio processo criativo, sua angústia diante do papel, sua trajetória de pensamento, o abismo entre a ideia e a escrita.
Sobre o autor
Lúcio Cardoso nasceu em 1912 em Curvelo, Minas Gerais. Em 1929, ele se muda para o Rio de Janeiro, onde começa a escrever. Em 1930, publica os primeiros textos em jornais. Seu romance de estreia, "Maleita", é lançado em 1934. Produz novelas, contos, um livro infantil e romances, até que em 1959 publica "Crônica da Casa Assassinada" - clássico instantâneo da literatura brasileira (reeditado pela Companhia das Letras em 2021) Em 1962, sofre um derrame que paralisa o lado direito do corpo; privado da capacidade de escrever, começa a pintar e realiza quatro bem-sucedidas exposições. Morre de derrame, em 1968.
O autor foi um dos primeiros a trazer a público sua homossexualidade, em 1949, dez anos antes de lançar seu romance mais conhecido. No prefácio, Ésio Macedo Ribeiro destaca o fato de Lúcio Cardoso estar sendo redescoberto pelas novas gerações, com várias pesquisas acadêmicas sendo realizadas sobre sua obra.
Ribeiro ressalta a relevância dos diários de Lúcio Cardoso, nos quais o autor revela aspectos íntimos de sua personalidade, viagens, encontros com amigos e suas preferências artísticas. Além disso, os diários também abordam temas como literatura, cinema, teatro, religião, ciência e suas relações afetivas. A edição inclui diários já publicados em vida e póstumos, além de textos dispersos que foram coletados em periódicos e livros. Traz também notas do organizador, índice remissivo e uma rica cronologia de vida e obra de Lucio Cardoso. Compre "Todos os Diários" de Lúcio Cardoso neste link.
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