Conhecido dos palcos e telas, ator se divide entre muitos personagens ao protagonizar “Kafka e a Boneca”, integrar o elenco de “Ney Matogrosso - Homem com H”, estrelar campanhas publicitárias e compor o júri do “Canta Comigo”. Foto: Felipe Quintini
Empenhado em absorver o máximo de aprendizado, nos últimos 23 anos Lanza se dedicou a estudar teatro, canto e dança com profissionais renomados, mas entre tantos cursos e workshops feitos, foi ao lado de um grupo de garçons-cantores, com a Cia. Cine In Show, que ele se viu trocando a teoria pela prática ao longo de 13 anos, se apresentando em diversos eventos que lhe renderam muito aprendizado e direcionaram para seu primeiro grande trabalho: o musical “Avenida Q”.
A premiada comédia da Broadway abriu caminho para outros títulos importantes como as montagens brasileiras de “Chaplin - O Musical”, “Forever Young”, “Barnum - O Rei do Show” e “O Fantasma da Ópera” - que considera um divisor de águas na sua carreira ao interpretar Monsieur André -, além de produções originais como “Elis, a Musical”, “Divas, o Musical”, “Alegria, Alegria - O Musical”, “Enlace - A Loja do Ourives”, “Os 10 Mandamentos - O Musical”, “A Paixão Segundo Nelson”, “Sub-Pop-Ópera dos Mendigos” e o infantil “Tic Tic Tati”.
De Hebreu/Egípcio a dono de ópera, passando inclusive por um velhinho roqueiro e uma drag queen, o artista é conhecido por sua versatilidade e explora sua veia cômica com facilidade, mas é dando vida a personagens sérios que ele se sente mais desafiado, a exemplo de Franz Kafka, que interpreta no espetáculo que conta a história real do encontro entre o escritor e uma garotinha, que precisa aprender a lidar com a dor da perda de sua boneca e o entendimento de muitos sentimentos, enquanto ele reavalia, em seus últimos momentos, os 41 anos de vida.
“Quando fui convidado pelo (autor e diretor) Marllos Silva eu já sabia que seria desfiador protagonizar o musical, não só pela oportunidade de mostrar algo que nunca tinha feito, mas também porque Kafka era um escritor complexo e cheio de dramas pessoais, que com suas palavras traduzia, maravilhosamente bem, o cotidiano psicológico e os problemas existenciais dos seus personagens/seres humanos. Eu li e assisti muitas coisas que me ajudaram na construção dele, e assimilando todas as informações pensei em como seria o meu Kafka no universo infantil. O que também ajudou no processo foi a curva dramática que ele tem na história, pois me deu muito material para construí-lo, tanto fisicamente quanto emocionalmente”, conta ele.
E se durante o dia, de quinta a domingo, ele assume a forma de um “carteiro de bonecas”, é no período da noite, nos mesmos dias, que ele ele pode ser visto na pele de Moracy do Val, produtor musical e jornalista conhecido pelo trabalho com o grupo Secos e Molhados, liderado por Ney Matogrosso, o homenageado do espetáculo que realiza sua segunda temporada em São Paulo - e que conta com Lanza em mais de um papel.
“A jornada dupla é desafiadora, pois ambos exigem bastante de mim. Em ‘Kafka’ tenho muito texto, principalmente por ser o protagonista - o que é, por si só, uma responsabilidade, já em ‘Ney’ também tenho bastante texto, mas em função de interpretar vários personagens. É preciso muita concentração e observação para encontrar as possibilidades de diferenciação, nem que seja em pequenos detalhes, na voz ou na intensidade da energia, até porque, é o mesmo ator ali, trocando de personalidade. Analisando esse momento, sempre penso como é maravilhoso para mim, como ator, poder estar em dois espetáculos distintos e que me provocam e estimulam em lugares igualmente diferentes”, diz.
Dos palcos para as telas
Entre estudos, ensaios e apresentações, Lanza encontra ainda tempo para se dedicar ao audiovisual - aquela antiga paixão, alimentada desde criança. Atualmente ele pode ser visto também como um dos 100 jurados do reality musical "Canta Comigo", exibido pela Record TV, onde pode usar de todo seu conhecimento, adquirido ao longo das últimas duas décadas em exercício, para avaliar os candidatos que se apresentam no palco comandado por Rodrigo Faro todos os domingos.
“Eu amo fazer parte do elenco de jurados, nos divertimos e aprendemos muito a cada programa. Para mim, responsabilidade é a palavra que define essa função, não só de julgar, mas de poder colaborar com a jornada do candidato no programa. Sempre penso o quanto deve ser desafiador cantar para um paredão de 100 pessoas - logo penso como seria se fosse comigo -, então ouço a história deles, vejo como eles se comunicam, como se conectam com o seu propósito e claro, não deixo de observar o que apresentaram, o repertório escolhido e se cantaram com uma voz presente. Quando a apresentação me move e me instiga, eu levanto e canto junto!”, conta.
E outra forma de encontrar o são-bernardense Marcos Lanza por aí é entre uma propaganda e outra. Considerado um dos rostos mais conhecidos da publicidade atual, não vai demorar muito para ele atingir a marca de 100 campanhas publicitárias, outra atividade profissional que adora exercer, especialmente pelas oportunidades inesperadas, e muitas vezes inusitadas, que acabam lhe tirando da rotina, e que servem como uma segunda vitrine para sua trajetória artística. É através delas que ele espera alcançar os mais diversos produtores e ampliar suas oportunidades.
“Sou muito realizado profissionalmente com todos os meus trabalhos até aqui, mas morro de vontade de fazer cinema, ainda sonho em ver meu nome nos créditos do cinema nacional, assim como desejo fazer personagens maiores em séries e novelas. Já participei de algumas, mas quero mais!”, finaliza.
Marcos realmente é um excelente artista e pessoa. Sua humildade dentro e fora de suas apresentações é um dos motivos por ser um rosto tão querido de encontrar nos palcos e na televisão. Não me surpreenderia de ve-lo em breve nos cinemas. Torcendo por você Marcos!
ResponderExcluir