Precursor do true crime na TV brasileira, programa estreia no próximo dia 4, desta vez com Pedro Bail. Foto: Globo/Fábio Rocha
Em um cenário multiuso, que remete a um antigo galpão desativado, Pedro Bial apresenta, conduz entrevistas, traz reflexões e novas perspectivas sobre os casos que marcaram a sociedade nos últimos 15 anos. A volta do "Linha Direta" na TV Globo será na próxima quinta, dia 4 de maio, logo após "Cine Holliúdy". Precursor do gênero true crime e referência na TV brasileira com a descrição e reconstituição de crimes reais, o "Linha Direta" marcou várias gerações ao longo de sua exibição nas décadas de 1990 e 2000.
Nesta versão repaginada, inovações tecnológicas em sua linguagem se destacam, com a apresentação de laudos de perícia em 3D e a inclusão de imagens de vídeos de câmeras de segurança e captadas por celular, que auxiliam no entendimento da cronologia dos fatos. A cada programa, temáticas relevantes são abordadas através dos casos mostrados, entre elas: feminicídio, violência contra crianças, racismo, LGBTfobia, golpes virtuais, com o viés da prestação de serviço, provocando a reflexão sobre esses assuntos.
O conteúdo investigativo, marca da atração, é o fio condutor da produção. Em um formato documental e com linguagem moderna, inclui simulações, apuração e entrevistas conduzidas por Bial no estúdio com parentes de vítimas e figuras-chave das investigações, trazendo importantes elementos e percepções através de seus depoimentos. O caráter social também está presente através da divulgação dos canais de denúncia, como o telefone 181, de qualquer lugar do Brasil, e o Disque Denúncia local de cada Estado para que a população ajude as autoridades com informações que levem à localização de foragidos da Justiça, com a garantia do sigilo da identidade.
Multiplataforma, o projeto conta ainda com o "Linha Direta Podcast", que traz conteúdo extra, com impressões de Pedro Bial e depoimentos de bastidores vivenciados por roteiristas, pesquisadores e pela produção do programa. Além disso, tem versão estendida dos casos e mergulha no círculo familiar de pessoas que tiveram ligação com as vítimas. Com publicações semanais, sempre nos dias seguintes à exibição na TV, o "Linha Direta Podcast" estará disponível no Globoplay e nas plataformas de áudio, a partir do dia 5 de maio. Abaixo, Pedro Bial fala sobre a expectativa com a estreia do "Linha Direta".
Quais serão as novidades e temáticas do programa?
Pedro Bial - Estamos experimentando formatos que estejam mais antenados com os dias de hoje. Em cada um dos programas teremos temáticas muito relevantes como feminicídio, violência contra crianças, LGBTfobia, racismo, entre muitos outros. Às vezes, são casos que estão em andamento, então, esse é o formato preferencial: um caso concluído e um caso em aberto. O segundo caso, em aberto, é que pedimos ajuda do público para que através dos canais de denúncia ajude a localizar foragidos da Justiça. Também vamos entrevistar no programa pessoas chave dos casos, sejam elas parentes ou especialistas, e teremos também a participação de profissionais da nossa própria equipe de roteiristas, que trabalharam na apuração das histórias.
Qual é o desafio de buscar a memória afetiva daquelas pessoas que já gostavam do programa nos anos 1990/2000 e agora também conquistar um novo público?
Pedro Bial - O programa tem um tipo de abordagem e troca com o público no passado e ficou identificado por isso. Ao mesmo tempo, agora temos que apresentá-lo ao público que nunca viu, ou que era muito novo quando ele foi exibido. O true crime, o crime verdadeiro, é febre mundial. Além disso, essa hiper conexão que a gente vive hoje ainda não tinha se consolidado naquela época, e isso também tem implicações e consequências na nossa linguagem. Hoje em dia é muito difícil qualquer coisa acontecer numa grande cidade sem que tenha sido captada por duas ou três câmeras de segurança, ou por alguém com celular filmando o momento. Isso tudo determina a investigação, os registros e a linguagem do programa.
Além da apresentação na TV Globo, o "Linha Direta" também terá um podcast próprio, o "Podcast Linha Direta". Como será o formato?
Pedro Bial - O podcast não vai ser simplesmente uma versão em áudio do programa que foi ao ar na televisão. Vai ser um outro produto e com a linguagem do podcast, com tudo isso que se espera de um podcast, com vários bastidores. Se muitas vezes na televisão, devido ao tempo e ao formato, você apresenta uma entrevista que a gente conseguiu através de muito esforço, no podcast a gente vai contar a história de todo esse trabalho, de como essa entrevista foi realizada e como chegamos aos personagens. No podcast tem um espaço para aprofundar. É mais que um desdobramento.
Como está a sua expectativa para a estreia do programa?
Pedro Bial - A gente gostaria de corresponder àqueles que buscam ou vão buscar naturalmente reviver alguma lembrança ou memória daquele antigo "Linha Direta" que, no entanto, não será o mesmo. Ainda assim, a gente quer trazer, respeitar, buscar e atender a esse desejo de reviver como também quer propor, desafiar e provocar reflexões, já que tudo mudou muito nesses quase 16 anos em que o programa ficou fora do ar. Agora queremos convidar o público a investigar e explorar com a gente os meandros de grandes casos criminais que mobilizaram toda a sociedade brasileira.
"Linha Direta" tem apresentação de Pedro Bial, direção artística de Monica Almeida, direção geral de Gian Carlo Bellotti, e direção de gênero de Mariano Boni. A redação final é de Pedro Bial e Marcel Souto Maior e a produção de Anelise Franco. O programa estreia no dia 4 de maio e será exibido às quintas-feiras, após "Cine Holliúdy", na TV Globo. O "Linha Direta Podcast", versão em áudio do programa original, estará disponível no Globoplay e nas plataformas de áudio a partir do dia 5 de maio e com publicações semanais sempre nos dias seguintes à exibição do programa na TV.
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