sexta-feira, 3 de março de 2023

.: SP: musical "Ney Matogrosso – Homem com H" tem nova temporada

Com texto de Emilio Boechat e Marília Toledo, segunda produção teatral da Paris Cultural homenageia a trajetória de um dos artistas mais autênticos da cultura brasileira. Foto: Adriano Doria


Sucesso de público e de crítica, o musical Ney Matogrosso – Homem com H, produção da Paris Cultural, tem mais uma temporada em São Paulo, entre os dias 17 de março e 23 de abril, desta vez no Teatro Procópio Ferreira. As apresentações acontecem às sextas, às 20h30, aos sábados, às 20h30; e aos domingos, às 19h.

O espetáculo tem texto de Emilio Boechat e Marilia Toledo, que assina também a direção ao lado de Fernanda Chamma, e direção musical de Daniel Rocha. O cantor camaleônico Ney Matogrosso, grande homenageado no musical, é vivido no palco por Renan Mattos, que venceu o prêmio Destaque Imprensa Digital 2022 e foi indicado ao APCA, ambos na categoria de melhor ator por este papel.

O elenco ainda conta com Vinícius Loyola (Cazuza), Hellen de Castro (Rita Lee), Marcel Octávio (Gérson Conrad), Arthur Berges (Vicente Pereira), Bruno Boer (cover Ney Matogrosso), Murilo Armacollo (Ney jovem), Fábio Lima (ensemble), Giselle Lima (Beíta), Juliana Romano (Regina Chaves), Marcos Lanza (Moracy do Val), Maria Clara Manesco (Luli), Maurício Reducino (Ensemble), Natália Antunes (Dance Captain), Matheus Paiva (João Ricardo), Tatiana Toyota (Elvira), Andreas Trotta (Dodi)  e Vitor Vieira (Matto Grosso).

A ideia de montar essa produção, de acordo com a diretora e autora Marília Toledo, surgiu depois que ela soube que seus sócios Marcio Fraccaroli e Sandi Adamiu tinham adquirido os direitos para realizar um longa-metragem sobre a vida de Ney Matogrosso. “Eu logo pedi para que eles também adquirissem os direitos para levar a história para o teatro. Tivemos um almoço com o Ney, quando pudemos compartilhar com ele nossa visão sobre esse espetáculo musical”, revela.

“Ney é um artista único, com uma visão cênica impressionante. Ele cuida de todas as etapas de sua performance. Além da escolha de repertório e banda, pensa no figurino, na iluminação, na direção geral.  E, quando está em cena, transforma-se em diferentes personagens. Ele nunca estudou dança e, quando o vemos em cena, parece que nasceu sabendo dançar. Mas ele jamais se coreografa. É sempre um movimento livre”, admira-se a encenadora. 

Já para Renan Mattos é extremamente desafiador interpretar uma figura tão importante para a nossa cultura. “O Ney é um ser camaleônico, tem um lado íntimo reservado, mas ao mesmo tempo é catártico no palco e apresenta um leque de personas a cada música. Cada uma dessas personas tem algo de místico, de misterioso, de selvagem, um ser ‘híbrido’ como definido por muitos, indecifrável. Então eu não me sinto interpretando o Ney e sim pedindo licença e pegando emprestado tudo aquilo que ele transformou na música e na vida das pessoas, todos os caminhos que ele abriu para pessoas e artistas como eu e isso é muito significativo”.

O musical chega para apresentar ao público essa figura tão importante para a nossa cultura, “algo obrigatório para qualquer brasileiro”, como considera Toledo. “A discografia de Ney Matogrosso passeia pelos compositores mais importantes do nosso país, o que reflete a nossa história. E sua história de vida é extremamente interessante. Ele sempre foi um homem absolutamente autêntico. Experimentou e ousou como nenhum outro artista, enfrentando os militares de peito aberto e nu, literalmente”.

A montagem

Ney Matogrosso – Homem com H explora momentos e canções marcantes na trajetória do cantor sem seguir necessariamente uma ordem cronológica. A história começa em um show do Secos & Molhados, em plena ditadura militar, quando uma pessoa da plateia o xinga de “viado”. Essa cena se funde com momentos da infância e adolescência do artista. E, dessa forma, outros episódios vão se encadeando na cena.

Para contar essa história, Marilia Toledo e Emilio Boechat mergulharam nas três biografias já publicadas sobre Ney Matogrosso, além de matérias jornalísticas, vídeos e o próprio artista. “Com a ajuda do próprio Ney, tentamos ser fiéis aos fatos mais importantes de sua vida privada e profissional, mas com a liberdade lúdica que o teatro pede”, revela a diretora.

Em relação às canções do homenageado, o musical também não segue uma cronologia – exceto naqueles momentos em que a dramaturgia precisa ser mais fiel à realidade. As músicas vão sendo encaixadas no contexto de cada cena e as letras acabam estabelecendo um diálogo interessante com a vida de Ney Matogrosso.  

Quanto à encenação, as diretoras apostam em um ensemble potente, que irá apoiar o protagonista do começo ao fim – e praticamente sem sair de cena. As trocas de figurinos e até maquiagens, inclusive, serão feitas na frente do público, brincando com as ideias de oculto e o explícito o todo o tempo. 

Além da própria trajetória do homenageado, o musical discute um tema cada vez mais relevante para a realidade brasileira: a liberdade. “Principalmente, a liberdade de ser quem se é, a qualquer custo. Ney combateu a ditadura não com palavras, mas com sua atitude cênica, entrando maquiado e praticamente nu no palco e na televisão, na época de maior censura que o país já viveu. As ambiguidades que ele sempre trouxe para o público foram pauta na década de 70 e permanecem em pauta até os dias de hoje. Ele também sempre foi adepto do amor livre e deixou clara a sua bisexualidade desde o início”, destaca Toledo.

Outro aspecto que tem bastante importância na montagem são os icônicos e provocantes figurinos de Ney Matogrosso. A diretora conta que a figurinista Michelly X está mergulhada em uma intensa pesquisa dos trajes originais usados pelo artista-camaleão para poder reproduzi-los com bastante fidelidade.

“Para a direção musical, demos total liberdade a Daniel Rocha na concepção musical e sonora. Ele tem uma inteligência profunda na arte de contar histórias por meio de seus arranjos e escolhas de instrumentos e vozes para cada momento da trama", finaliza.


Ficha Técnica

Texto: Marilia Toledo e Emílio Boechat

Direção: Fernanda Chamma e Marilia Toledo

Coreografia: Fernanda Chamma

Direção Musical: Daniel Rocha

Cenografia: Carmem Guerra

Figurinos: Michelly X

Visagismo: Edgar Cardoso

Desenho de som: Eduardo Pinheiro

Desenho de luz: Fran Barros & Tulio Pezzoni

Preparação vocal: Andréia Vitfer

Realização: Paris Cultural

Patrocínio: EMS e Eletrobrás 

Produção Geral: Paris Cultural

Elenco por ordem alfabética:

Andreas Trotta - Dodi

Arthur Berges – Vicente Pereira

Bruno Boer – Cover Ney Matogrosso

Fábio Lima – Ensemble

Giselle Lima – Beíta

Hellen de Castro – Rita Lee

Juliana Romano – Regina Chaves

Marcel Octávio – Gérson Conrad 

Marcos Lanza – Moracy do Val

Maria Clara Manesco – Luli

Matheus Paiva – João Ricardo 

Maurício Reducino – Ensemble

Murilo Armacollo – Ney Jovem 

Natália Antunes – Dance Captain

Renan Mattos – Ney Matogrosso

Tatiana Toyota – Elvira

Vinícius Loyola - Cazuza

Vitor Vieira – Matto Grosso


Sobre a Paris Cultural: Criada pelos sócios Marcio Fraccaroli, Sandi Adamiu e Marilia Toledo, a Paris Cultural é uma empresa cem por cento brasileira dedicada ao desenvolvimento e produção de espetáculos teatrais, musicais e exposições originais focadas em personalidades e temas nacionais. Com a intenção de valorizar dramaturgos, diretores, compositores e outros artistas brasileiros, a primeira estreia foi o musical Silvio Santos Vem Aí, em março de 2019. Acreditando no potencial dos nossos talentos, a Paris Cultural afirma seu compromisso na criação de um legado para a cultura nacional.

Sobre o Teatro Procópio Ferreira: Construído em 1948, o Teatro Procópio Ferreira é hoje um dos principais pontos culturais da cidade de São Paulo. Durante seis anos, seu palco foi cenário do famoso programa humorístico “Sai de Baixo”, exibido pela Rede Globo entre 1996 e 2002.

Ao longo de mais de 60 anos, o teatro foi palco de importantes espetáculos como “Tim Maia - Vale Tudo, o musical”, “Cazuza - Pro dia nascer feliz, o musical”, “Gilberto Gil - Aquele abraço, o musical”, “220 Volts”, “Hiperativo”, “Chaplin, o musical”, “Raia 30” e muitos outros.


Serviço

"Ney Matogrosso – Homem com H"

Temporada: 17 de março a 23 de abril de 2023.

Sessões: sextas-feiras às 20h30; aos sábados às 20h30; e aos domingos às 19h.

Duração do espetáculo: 3 h (com 15 minutos de intervalo)

Teatro Procópio Ferreira

624 lugares, incluindo 07 poltronas adaptadas para obesos e mais 12 lugares reservados para cadeirantes.

Telefone: (11) 3083-4475

Endereço: Rua Augusta, 2.823 – Cerqueira César

Setores e preços:  Setor Premium R$ 180,00 e Setor II R$ 150,00 Setor III R$ 75,00

Vendas online pela Plataforma Sympla.

Classificação indicativa: 16 anos


CANAIS DE VENDAS OFICIAIS 

Internet (com taxa de serviço): sympla.com.br

Bilheteria do Procópio Ferreira: (sem taxa de serviço):

Atendimento Presencial: Terça-feira e quarta-feira das 14h às 19h;

Quinta-feira a Domingo das 14h até o início do espetáculo;

Formas de pagamento: Dinheiro, Cartão de débito e Cartão de crédito.

Não aceitamos pagamentos em cheque.

Não fazemos reservas.

O Teatro possui ar-condicionado e acesso universal.

Abertura da casa: 1 hora antes de cada espetáculo.

Meia entrada: Estudantes de Ensino Fundamental, Médio, Superior e Pós-graduação; No caso dos Estudantes, é necessária a apresentação do documento de identidade estudantil (carteira de estudante) com data de validade atual na entrada do espetáculo. Não aceitamos certificado de matrícula do período em curso ou boleto de pagamento do mês vigente. (www.documentodoestudante.com.br)

Professores da Rede Estadual e Municipal; Maiores de 60 anos; Portadores de Necessidades Especiais. Venda direta, pessoal e intransferível, sendo necessária a apresentação de documento  original, com foto, que comprove a condição na entrada do espetáculo. No caso dos Professores da rede pública de ensino, é necessária a apresentação da carteira funcional emitida pela Secretaria de Educação ou outro documento com identificação que comprove esta condição.


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