Em abril, a Companhia das Letras lança uma nova edição da "Odisseia"de Homero para lá de caprichada. O título traz tradução revisada e acréscimo de notas e comentários pelo tradutor Frederico Lourenço, um dos maiores helenistas do mundo, além de contar com capa dura e mais de 700 páginas. Confira nove motivos que fazem de "Odisseia" um livro que não pode faltar na sua biblioteca particular.
1. 200 páginas só de notas: a primeira versão da tradução de Frederico Lourenço foi lançada em 2003, sem notas. No prefácio dessa edição, o tradutor conta que, à época, recebeu muitos e-mails de dúvidas de leitores, o que o fez acreditar que o livro estava incompleto sem tal recurso. Quinze anos depois, publica uma nova edição em Portugal pela editora Quetzal. As notas e comentários ocupam quase 200 páginas do livro.
2. Tradução: Frederico Lourenço revisou a tradução do clássico. Extremamente fiel ao original, a tradução para o português mantém a cadência e a musicalidade da poesia homérica. As notas visam esclarecer não só a estrutura narrativa do poema, mas também problemas de teor linguístico e geográfico, assim como a inter-relação da Odisseia com a Ilíada.
3. Influência na cultura ocidental: no texto de apresentação, Frederico Lourenço também versa sobre a história da Odisseia e sua importância e influência na cultura ocidental. Além disso, faz uma apurada análise da narrativa, destacando os recursos utilizados pelo poeta para prender a atenção do ouvinte/leitor, e do verso homérico. Destaca a "Odisseia" como o maior exemplo da poesia épica.
4. Detalhes adicionais da "Odisseia": a apêndice traz informações adicionais sobre os anos e dias da "Odisseia". Nele, o autor destaca a importância da Telemaquia (cantos I-IV), que constitui uma espécie de “romance de formação” do filho de Odisseu. Lourenço também analisa a estratégia de nos levar a simpatizar logo no princípio com o filho e com a mulher do protagonista, o que incita as reações de empatia diante das provações futuras. Também trata da importância da narração das viagens de Odisseu pelo próprio, recurso que condicionou a estrutura dos dois maiores poemas épicos que se lhe seguiram: a "Eneida" e "Os Lusíadas".
5. Ler para entender o mundo: o tradutor defende a importância de se valorizar a literatura clássica, não só como uma forma de compreender melhor a história e a cultura de um povo, mas também como uma fonte de inspiração e reflexão para a vida contemporânea. A "Odisseia", em especial, é vista como um exemplo de literatura que aborda temas universais como a coragem, a astúcia, a lealdade, a perseverança e a busca pela identidade.
6. Doze mil versos: em edição comentada e capa dura, o leitor revisitará os mais de doze mil versos do grande épico de Homero na tradução premiada do helenista português Frederico Lourenço. A narrativa do regresso de Ulisses a sua terra natal é uma obra de importância sem paralelos na tradição literária ocidental - sua influência atravessa os séculos e se espalha por todas as formas de arte, dos primórdios do teatro e da ópera até a produção cinematográfica recente.
7. Fazendo história: "Odisseia" se tornou um substantivo comum, que denomina jornadas marcadas por perigos e eventos inesperados, e Homérico um adjetivo usado para relatar feitos grandiosos. Os episódios e personagens da epopeia são parte integrante e indelével de nosso repertório cultural.
8. O enredo pode ser resumido em poucas palavras: em seu tratado conhecido como Poética, Aristóteles escreve: “Um homem encontra-se no estrangeiro há muitos anos; está sozinho e o deus Posêidon o mantém sob vigilância hostil. Em casa, os pretendentes à mão de sua mulher estão esgotando seus recursos e conspirando para matar seu filho. Então, após enfrentar tempestades e sofrer um naufrágio, ele volta para casa, dá-se a conhecer e ataca os pretendentes: ele sobrevive e os pretendentes são exterminados”.
9. Quem foi Homero: os gregos acreditavam que a "Ilíada" e a "Odisseia" haviam sido escritas por um único poeta, a quem chamavam de Homero. Nada se sabe a respeito de sua vida. Embora sete cidades gregas reivindiquem a honra de ser sua terra natal, segundo a tradição antiga ele era oriundo da região da Jônia, no Egeu oriental. Tampouco há registros de sua data de nascimento, ainda que a maioria dos estudiosos modernos situe a criação da Ilíada e da Odisseia em fins do século VIII a.C. ou início do século VII a.C. Você pode comprar a edição comentada de "Odisseia" neste link.
Sobre o tradutor
Frederico Lourenço nasceu em Lisboa, Portugal, em 1963. Formou-se em línguas e literaturas clássicas na Faculdade de Letras de Lisboa, onde concluiu seu doutorado e hoje leciona. Traduziu do grego a "Odisseia", a "Ilíada" e as tragédias de "Eurípedes", "Hipólito" e "Íon". Sua tradução da "Odisseia" recebeu o prêmio D. Diniz da Casa de Mateus e o grande prêmio de tradução do PEN Clube Português e da Associação Portuguesa de Tradutores. Em 2016, recebeu o Prêmio Pessoa. Você pode comprar a edição comentada de "Odisseia" neste link.
Serviço:
"Odisseia", de Homero
Tradução: Frederico Lourenço
Número de páginas: 704
Lançamento: 4 de abril de 2023
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