"Império da Dor", que chega às livrarias em março pela editora Intrínseca, oferece um relato impressionante das causas da explosão do vício em opioides nos Estados Unidos ao contar a história de uma das famílias mais ricas do mundo, dona da Purdue, empresa farmacêutica criadora do OxyContin. O medicamento gerou uma receita de cerca de 35 bilhões de dólares, mas desencadeou uma crise de saúde pública na qual centenas de milhares de pessoas morreram. Patrick Radden Keefe, repórter premiado da revista The New Yorker e autor de best-sellers, passou cinco anos debruçado sobre os segredos da dinastia Sackler para revelar as complicadas relações familiares, as enormes movimentações financeiras e suas duvidosas práticas corporativas. A tradução é de Bruno Casotti e Natalie Gerhardt.
Em um trabalho investigativo de fôlego, Keffe consegue dar um panorama real da dimensão do estrago que o medicamento causou na sociedade dos Estados Unidos. “De acordo com os Centros de Controle para Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), nos 25 anos que se seguiram à introdução do OxyContin, cerca de 450 mil americanos morreram de overdose de opioides. Essa se tornou a principal causa de morte acidental no país, ultrapassando o número de óbitos por acidentes de carro e, inclusive, a causa mais tipicamente americana: armas de fogo. Na verdade, mais americanos perderam a vida por overdose de opioide do que em todas as guerras que o país lutou desde a Segunda Guerra Mundial”, ressalta o autor.
A narrativa tem início na Grande Depressão, com a história de três irmãos médicos: Raymond, Mortimer e Arthur Sackler. Enquanto trabalhava em um manicômio, Arthur conduzia pesquisas sobre tratamentos com drogas. Dotado de um talento especial para a publicidade e o marketing, foi ele quem idealizou a estratégia comercial do Valium, um revolucionário tranquilizante, para uma grande farmacêutica.
Com a primeira fortuna da família comprou a Purdue Frederick, uma fabricante de medicamentos que acabou sendo dirigida por seus dois irmãos. O relato avança para quarenta anos depois, quando Richard, filho de Raymond, assumiu a direção da Purdue. E o modelo que Arthur Sackler havia criado para vender o Valium - manipulando médicos, influenciando os órgãos públicos e menosprezando a capacidade viciante da droga - foi então usado para lançar ao mercado um produto bem mais poderoso: o OxyContin.
Mais ricos que clãs célebres, como os Busche, Mellon e Rockefeller, os Sackler foram filantropos renomados em todo o mundo. O nome da família já deu nome a alas de museus, instalações de universidades e médicas. A partir das revelações sobre os efeitos do OxyContin, a reputação da família despencou. Um dos símbolos dessa derrocada foi a retirada do nome Sackler de sete espaços do Metropolitan Museum of Art, incluindo a ala que abriga o icônico Templo de Dendur.
Obra-prima da reportagem investigativa, Império da dor é um retrato feroz da era dourada americana e uma investigação implacável da impunidade entre as grandes elites e da ganância que construiu uma das maiores fortunas do mundo. Compre o livro "Império da Dor" neste link.
Sobre o autor
Patrick Radden Keefe é um jornalista premiado e repórter da revista The New Yorker. Autor de três outros best-sellers, entre os quais "Rogues: True Stories of Grifters", "Killers, Rebels and Crooks", formou-se pela Universidade de Columbia e consagrou-se mestre pela Universidade de Cambridge e pela London School of Economics, além de ter cursado direito por Yale. Keefe cresceu em Dorchester (Massachusetts) e hoje reside em Nova York. Foto: © Philip Montgomery. Garanta o seu exemplar do livro "Império da Dor" neste link.
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