Na França, a Suprema Corte decidiu que as pessoas têm o direito de não ser engraçadas no trabalho. No fim de 2022, a Suprema Corte francesa finalmente julgou o caso de um homem que havia sido demitido em 2015 por "incompetência profissional". Seu pecado foi não participar das atividades de recreação da empresa. Segundo o funcionário, as atividades propostas não tinham relação com o trabalho.
Segundo os empregadores, as dinâmicas de grupo e festas promovidas pela empresa visavam fortalecer os laços da equipe, afinal, "aqui somos uma família". Como demonstram Eva Illouz e Edgar Cabanas em "Happycracia - Fabricando Cidadãos Felizes", a cultura da felicidade e da positividade a qualquer preço tem relação direta com a exploração neoliberal.
O homem que foi demitido se recusava a participar por razões pessoais. Ele argumentou que essas atividades envolviam "práticas intrusivas e humilhantes", como piadas de cunho sexual, apelidos inconvenientes e a obrigação de dividir sua cama com um colega durante viagens de trabalho.
No livro, que propõe uma análise provocativa, o psicólogo Edgar Cabanas e a socióloga Eva Illouz traçam a gênese e o desenvolvimento do campo da "psicologia positiva", responsável pela ideia de que a felicidade é o maior objetivo da vida e que basta força de vontade para alcançá-lo. Os autores revelam a ideologia por trás do sucesso financeiro e midiático dessa tendência pseudocientífica. Compre o livro "Happycracia - Fabricando Cidadãos Felizes" neste link.
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